segunda-feira, fevereiro 28, 2005

The Academy




Dez minutos para o início da cerimónia do Kodak Theatre.
Glamour, magia, brilhos dos vestidos, dos olhos, dos cabelos, das luzes na passadeira encarnada, onde desfilam os convidados para a festa de Hollywood.
Festa de Hollywood essa, que como qualquer outra tradição norte-americana, foi exportada e hoje será vivida por uma grande parte da população cinéfila mundial que firmemente se mantém desperta a lutar contra os fusos horários.
Esta é provavelmente a única altura do ano em que lamento não ser americana e em que reconheço algum valor nos feitos daquele povo.
Obviamente que estou a generalizar e provavelmente a exagerar.
Tomem-no como um desabafo se preferirem e espero não estar a ferir susceptibilidades, mas na minha opinião, a indústria cinematográfica foi provavelmente a única dação de valor com que os US nos últimos tempos.
Pensar que passei a minha infância ao sabor de visualizações sistemáticas do “E tudo o vento levou”, pensar nas lágrimas do grito da liberdade do Mel Gibson no “Braveheart” ou das gargalhadas que continuo a repetir ao ver o Shrek.
Sem dúvida que tenho uma dívida para com Hollywood e esta para com o Scorsese. A ver se é desta que leva a estátua para casa!
A manta está pronta e a televisão sintonizada na TVI.
Vamos lá ver se este ano consigo ver para além da entrega dos prémios do Melhor Guarda -Roupa e dos melhores Efeitos Especiais!
Posted by Hello

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Oh tempo, volta pra trás...

Estou oficialmente adormecida para a vida.
Desliguem a máquina que eu não me importo.
Isto não é vida para ninguém. Conto prazos, suspendo-os em férias, acrescento dilações, mas conto-os com olhos de lince, todos seguidos, escapando-me a milhentas ratoeiras.
Subitamente, a vida reduzida a datas peremptórias que supostamente são a “morte do artista” ou, no caso presente, a “morte do advogado.”
Se os prazos são assim tão importantes ( a alma da profissão diga-se), porque raio não é o tribunal a marcá.-los?
Gente complicada estes doutores das leis! Eu bem sabia que devia ter estudado Artes!
Horas do Diabo meus amigos...horas do Diabo...

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

"Tree of Life" - A apresentação

"Este é um trabalho que fala essencialmente de Magia e de Natureza e das suas relações com o Homem. Cada música tem uma história e vive por si, mas existe também um outro fio condutor que as liga entre elas. É sobre um homem que pretende parar e que, sofrendo uma metamoforse, transforma-se em Árvore da Vida (...) "Tree of Life" é o primeiro disco de uma trilogia sobre a vida."

Assim me foi apresentado o projecto de José Castro, Tree of Life.

Ao principio estava espectante mas, de certa forma, um pouco céptica.

Fatalistas e sofredores de um tremendo complexo de inferioridade, nós portugueses acabamos por não esperar muito uns dos outros e não depositamos fé na nossa produção cultural.

Talvez até tenha sido melhor assim, porque a surpresa foi muito maior e faz-me estar aqui a estas horas a partilhar a minha noite de hoje.

Ritmos variados, melodias que nos fazem visualizar diferentes paisagens e ambientes, um projecto arejado e inovador, sem ser pretensioso, complexo ou incaracterizável.

Muitos são os adjectivos a que podemos recorrer para demonstrarmos que alguma coisa nos gostou. Mas , como já anteriormente afirmado, há imagens que valem mil palavras. O que dizer-se então da música, que continua a ser a linguagem universal por excelência e um dos principais veículos de comunicação entre os povos?

Resta-me a satisfação de poder dizer que finalmente encontro um projecto musical em que acredito, cuja falta se fazia sentir há muito no panorama musical português.

No Cd toca agora a faixa dois "Summer Blue Summer Dress"...

E subitamente o tom alaranjado do pôr-do-sol da Costa Vicentina traz-me à memória alguns dos melhores momentos da minha vida.

Para os mais curiosos, "Tree of Life" (José Castro) estará à venda a partir de amanhã na Fnac.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Um projecto de vida




Naquela noite tocaram piano a quatro mãos , soltando gargalhadas genuínas, mas despropositadas e ruidosas.
Sentiam-se felizes e esta era mais uma oportunidade para o demonstrarem ao mundo.
Não que sentissem uma necessidade absoluta de partilhar o que estavam a viver.
Afinal, isso já todos sabiam há anos. Provavelmente até antes deles próprios.
Ele reclinou-se sobre o ombro dela e pensou que era incrível continuarem a rir-se juntos.
Naquela noite, à partida igual a inúmeras outras, a alegria era tanta que por mais que tentassem ser discretos, a luminosidade dos seus rostos sorridentes, não lhes permitia passar despercebidos.
Circundados por um universo multicolor, onde abundam vestígios de uma longínqua infância , alimentam-se de sonhos infantis e promessas ingénuas, que outrora julgavam ter rejeitado.
Sentiam que tinham regressado no tempo, ao estado puro das coisas e dos sentimentos, mas com a tranquilidade que o passar dos anos lhes trouxera.
E, contrariamente ao primeiro amor adolescente , agora eram capazes de saboreá-lo em todo o seu esplendor, com gestos lânguidos e serenos a que a maturidade os acostumara.
Tinham passado trinta e cinco anos e o piano permanecia indefectível , sem dar mostras de cansaço ou desafinações.
Ela sorriu ternamente e acariciou-lhe a frente enrugada.
Os olhos dele, não obstante o passar dos anos e as partidas que a vida lhe pregou, permaneciam vivos e perspicazes. Mas mais do que isso, continuavam a olhá-la com a imensa admiração de sempre.
Naquele instante os pequenos rancores foram esquecidos, as mágoas quotidianas deram lugar aos afectos, a um abraço longo de uma imensa gratidão.
Tinham-se um ao outro e só isso bastava.


Posted by Hello

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Ba Boom!



"Camaradas...Amigos...Conseguimos!" Posted by Hello

Resta-me saber o quê...
Mas isso só o tempo o dirá, tal como atribuirá significado às frases de conteúdo enigmático ( ou de conteúdo nulo se preferirem) do Sr. Engenheiro: " Assumimos este mandato com humildade e com um forte sentido de responsabilidade!".
Isto , trocado por míudos, quer dizer o quê?
Deixando de lado os meus cepticismos face a esta mudança governativa, uma coisa já me está a atormentar: uma vez derrotado o Santana, ele pode retomar as funções como presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Não creio que o fará, mas só a perspectiva já me deixa aterrorizada! Nem quero imaginar a construção de mais um túnel em Lisboa...
Para buracos, já me chega aquele em que a direita portuguesa se afundou com os resultados destas eleições legislativas.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Salvador da Bahia - Abril 2004



O Brasil que eu conheci não deixou saudades. Cheirava a plástico, a lixo mal acomodado, a pintura fresca incapaz de disfarçar os traços escuros da pobreza.
Clamava por ajuda nos olhares e roupas rasgadas das crianças que nos tentavam vender pulseiras, que nos olhavam de soslaio quando proferíamos o não, que passavam o dia empoleiradas em buggys de desconhecidos a quem mostravam caminhos secundários para praias que já não as impressionam, mas fazem as delícias dos visitantes.
Procurei alma naquele país onde supostamente deveria sentir-me em casa, mas ao invés não me descolei do papel de forasteira e não me identifiquei com aquele meio.
Salvador da Bahia foi a grande surpresa, onde saí de um mundo artificial que tinham preparado para me receber e entrei finalmente na dinâmica de uma cidade brasileira.
Um cidade com vida, com cor, com cheiros, com história e com alma.
Não aquela do Pelourinho que é vendida em qualquer agência, mas aquela que encontramos nos edifícios que eles não cuidaram e em breve desaparecerão, encerrando neles séculos de história e mistérios.
Ou aquela alma pulsante, emanada dos corpos sensuais e quentes, que enchiam a zona histórica à noite, nas comemorações da semana santa.
Senti medo e desconfiança, mas senti-me viva, senti-me realmente lá e ainda que sem abandonar o meu estatuto de turista, por instantes olhei Salvador sob a perspectiva do viajante.
Hoje apeteceu-me recordar Salvador.
Talvez embalada pelas palavras de Rita ou simplesmente porque sim, porque hoje me pareceu uma boa noite para blogar sobre tudo e sobre nada, para fazer jeito aos dedos que já sentiam a falta do contacto com o teclado.

Posted by Hello

Santa Rafaela, 16 de Fevereiro de 2005 - Rita la otra




Santa Rafaela, 16 de Fevereiro de 2005


A PARTE ALEGRE DO TODO.
Porque graças a Deus, o que aqui vivemos não se resume apenas a experiências de dor e de sofrimento.
Porque é impossível de calcular quanto é que é a parte alegre do todo.
Tristeza e alegria, dor e sofrimento são sentimentos que se cruzam, tornando-se inter-dependentes. Como em tudo, um não existe sem o outro. E se é justo e correcto falar aqui de pessoas e vidas mais duras cujas estórias não podem nem devem ser esquecidas, é obrigatório referir aquelas pequenas coisas que fazem dos nossos dias momentos únicos e inesquecíveis. Coisas que não nos lembramos de contar quando falamos com Portugal. Mas coisas Importantes.
Coisas que vamos querer Lembrar quando Voltarmos.
Sons, barulhos e sensações a que já nos acostumámos.
A sensação de estarmos a viver um Presente que não conseguimos agarrar. Um Presente com um doce sabor a passado, de tão rápido que corre, e nos passa por entre as mãos.


Coisas Que Quero Lembrar Quando Um Dia Voltar.

O calor quente e abafado que segue obedientemente a chuva.
A lama que se prende nas nossas sandálias, impedindo-nos de andar, e fazendo com que soltemos gargalhadas de tão absurda que é a situação.
O adormecer ao som do vento. Ao som de grilos e de insectos que não conseguimos identificar.
O acordarmos devagarinho ao som da chuva por cima das telhas da casa
O acordar ao som dos galos que parecem jogar divertidos a ver quem cocorreia mais longe.
Os gansos, porcos, cavalos e vacas que andam nas ruas como se fossem reis e senhores. Gansos mansos que não mordem.
Porcos pequenos que não crescem.
Cavalos soltos no meio da noite, porque não têm onde ficar.
Vacas que quase nos atropelam.
O sol ardente que queima os pés, e a Zezinha a cantar “Te-le-pa-ti-aaaaaa nã nã nã nã Pa-ti-fa-ri-aaaaaa”.
A sesta, doce sesta que segue aquele almoço de feijão tropeiro, cheio de torresmos como o Jorge tanto gosta.
O pedirmos Em Brasileiro “um copo de água de suco de manga”.
O falar despreocupadamente a toda a gente que se cruza comigo.
E sentir orgulho quando oiço “Oi portuga!”.
E ainda mais orgulho quando é “Oi Rita!”.
Os desenhos animados quando visitamos alguma casa com crianças, e ver no Jorge um menino ávido de mundos imaginários, de olhos muito abertos, a olhar atentamente a pequena caixa cinzenta
Posted by Hello

He who forgets will be there still to remember

Pela primeira vez na vida, fiz as malas com antecedência.
Elas jazem agora no chão do meu quarto e eu contemplo-as com desprezo.
É triste fazer as malas e não ir viajar...a menos que se considere que cabe no âmbito da definição de viagem ir até um anfiteatro da Faculdade de Direito de Lisboa, para me perder nos meandros da deontologia profissional!
E eu que pensava que não havia más viagens...
Oh, doce ingenuidade a minha em Junho do ano passado, quando me despedi com alguma nostalgia das épocas de exame, convicta que nunca mais iria passar por essa experiência.
Obrigada Ordem dos Advogados por este privilégio de poder voltar a ser estudante e sentir a barriga às voltas.



Ao fundo, ouve-se a voz do Eddie Vedder em jeito de premonição : “He who forgets, will be there still to remember!”

Bom dia às coisas aí debaixo



Do alto de uma montanha de papeís e livros hipocrita e cegamente escritos, grito o meu Bom dia a todos e lamento não poder dizer mais.
Amanhã finalmente poderei descer do tão elevado mundo deontológico e recuperarei finalmente o meu mundo ;)
Posted by Hello

Mudar de Mundo

Näo é pelo mau feitio da Rita, näo tem nada a ver com isso. Aliás, para mim a Rita é a-menina-que-está-sempre-a-rir-e-sorrir, e com quem insistem em me confundir num esporádico local de trabalho comum. A Rita é a amiga porreira com quem se tem sempre uma boa conversa. Mesmo assim, vou mudar de Mundo. Porque Copenhaga näo vai ser só minha, vou ter companhia por estes dias. Porque há também Cabo Verde para falar, para lembrar, para viver – ainda e sempre...
A partir de agora vou estar em vetsemfronteiras.blogspot.com – e que nome mais indicado? Passámos a fronteira e viemos, desta vez, para a Escandinávia. E queremos contar tudo. Ou quase tudo....

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

O amor em tempos de mitigada cólera



Moments take so very long: who has time to fear?
Trust to set no precedent; why should it be accompli?
Giving you a little less is taking what I need.
Everything is never quite enough.

Let machinery fake my face: who has time to chase?
Digital is where it is; love can always be replaced.
Welcome to my consciousness - welcome to our race.
Everything is never quite enough.

Can't see my face: what are you thinking?
Fill in the space, please - oh let me hear you¡­

Sterilize behind these gates, locked behind the green.
Even if I had you here - what we had was never clear
No more words to say to you; no more thoughts appear

Love was taking way too long: who had breath to waste?
Tired of disappointing you; bored with everything I do.
Every day there's less of you. Me, I've been erased.


Posted by HelloWasis Doop "Everything is never quite enough", banda sonora do mui sexy Thomas Crown Affair, visto e revisto milhentas vezes.

Um feitio especial?Quem? Eu?

Tenho amigas que adoram dizer que tenho mau feitio. Admito que não tenho um feitio fácil nem pertenço a esse grupo restrito de essas almas dóceis que caem nas graças de todos e são descritas como “paz d´almas”.
Apesar de o negar veemente, sinto realmente a presença deste meu “mau feitio” quando mo apontam.
Então, ele incha e potencia-se de forma incontrolável, a cada vez que alguma dessas caridosas e atentas pessoas me recorda o quão peculiar (no mau sentido leia-se) é a minha forma de ser.
Além disso, mau feito não é necessariamente sinónimo de mimo excessivo. Numa grande generalidade dos casos , pode dever-se simplesmente a um carácter vincado, a uma personalidade forte.
Ou serão estas duas últimas expressões , eufemismo do vulgo MAU FEITIO?
De qualquer maneira, tudo isto vem a propósito do maravilhoso momento televisivo da RTP, protagonizado na noite de ontem pelos candidatos dos 4 partidos com assento parlamentar.
Eis senão quando jazia eu no sofá, cansada de mais uma aula de body combat ( isto da mente sã em corpo sã dá cabo de mim!) e vejo o Dr. Santana apontar energicamente o dedo a Sócrates, proferindo o seguinte comentário:
“Lá vem o Senhor com o seu mau feitio. Toda a gente aliás, já comenta esse seu mau feitio.”
Sócrates fingiu indiferença, mas o esgar não enganou. Estava lixado e eu revi-me nele naquele momento: O homem estava lixado!
O seu esgar confirmou-me a certeza indubitável...
You know what they say: takes one to know one!
E ,de repente, o meu egocentrismo transportou-me para um plano autónomo e totalmente diferente.
Aliviada constatei que eu nunca seria uma boa figura pública.
Consola-me o facto de saber que apenas tenho que disfarçar o “meu feito especial” numa esfera social pequena e familiar, unicamente em mal dissimulados ataques de fúria, seguidos obviamente de ternurentos perdões.
Imagine-se o que seria ter que fazê-lo constantemente, nos meios de comunicação social, numa campanha agressiva e num mandato que se afigura caótico.
Eu não seria capaz de me controlar...provavelmente , as minhas belas palavras levá-las-ia o vento e voavam estaladas e pontapés.
E questão que me coloco agora é: Are you ready for this Mr Sócrates?

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Us, people...

We're all just poems
disguised as people...

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Em terras lusas...


Até hoje não sei se acredito no milagre de Fátima.
Custa-me aceitar os fenómenos paranormais, opto pela distância e por uma fingida indiferença e assim vivo tranquilamente, sem questionar nada nem me decidir por uma qualquer posição radical.
Ainda assim, não deixam de me impressionar as procissões intermináveis de Fátima, com milhares de pessoas possuidoras de uma fé imensa, que ao contrário de mim não questionam, não põem em causa, não se mantêm indiferentes e que acima de tudo não escolhem a cadeira mais cómoda do distanciamento.
Não sei se acredito no que aconteceu na Cova de Iria, mas tal como todos os lugares associados a manifestações divinas , a energia que se sente aí é muito positiva e especial.
Poderá ser um sentimento intuído , por crescer num país onde a história dos 3 pastorinhos nos foi servida a todas as refeições.
Porém, com toda a azáfama comercial em redor do Santuário, custa-me acreditar que ali se consiga estar verdadeiramente com Deus ou sentir a sua presença.
Cepticismos à parte, emocionei-me hoje ao ver as orações fervorosas daqueles crentes que se deslocaram à Sé Nova de Coimbra para prestar a última homenagem a Lúcia, única sobrevivente dos 3, falecida (curiosamente!) a 13 de Fevereiro.
Custa-me no entanto vê-la partir e sentir que soubemos sempre tão pouco acerca dela... Uma vida de reclusão, longe de tudo e todos, sem família, sem contacto com a vida real, orando incessantemente para a salvação de um mundo que mal conheceu, por obstinação da Igreja Católica que optou por escondê-la.
Terá sido cumprida a vontade da Senhora? Ou, mais uma vez, simplesmente a vontade dos homens?

Posted by Hello

Entre neve e bactérias...

...decidi que näo existe perfeicäo para além do Chico Buarque (de Holanda).

Candle light

Sempre gostei de cafés, de restaurantes, esplanadas: pessoas sozinhas a ler o jornal, um livro, a beber um capuccino; amigos em conversa animada à volta de copos e petiscos; casais separados por uma garrafa de vinho e duas lasagnas. Em Copenhaga, apetece entrar em todas as portas. Porque, aqui, todas as mesas, balcões, cantos, escadas têm uma vela. Em nenhum sítio há barulho a mais ou a menos, em todo o lado se pode fumar, se pode conversar...
De repente, em dois dias seguidos, vi-me num café perfeito e num restaurante acolhedor. De repente, vi-me em frente a dois loiros (näo ao mesmo tempo) que tinham visto três morenas na vida; nórdicos puros fascinados pelos costumes Portugueses (no fundo acham que somos todos Brasileiros); nórdicos que querem saber tudo sobre os beijos e abracos que damos todos os dias; nórdicosdo outro lado da mesa, depois da vela e das rosas encarnadas...
E de repente estou desejosa
que a Sara (la otra) chegue: preciso de desviar as atencöes desta gente!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Contacto na Escandinávia

Ontem dei e recebi dois beijos na cara. Já näo acontecia há precisamente 16 dias. Quem sabe se um dia destes näo chego ao abraco?...
(näo tenho culpa pela falta de cedilhas... o meu teclado näo tem “c de cedilha”...)

"Quem já passou por essa vida e näo viveu, pode ser mais mas sabe menos do que eu..."

Há uns dias ouvi do Claes, um Dinamarquês porreiro com quem estou grande parte do meu tempo: “há países em que as pessoas acham que a sua importância no Mundo é directamente proporcional à hora a que saem do trabalho. Estranho, muito estranho.” Eu concordo. Acho, como ele, que é uma grande estupidez. Aqui o trabalho acaba, para toda a gente, às 4 da tarde. A seguir, vive-se. È é óóóóóptimo...

Talvez...Camões?



Um "quase-nada" que serve de palco a muito, expressões corporais que valem mais que mil efeitos especiais, três actores que parecem uma multidão, uma brincadeira com incertezas históricas , que aos poucos e poucos vão desbravando e desmistificando a figura de Camões.
Talvez tenha nascido em Lisboa, ou quiçá em Coimbra.
Talvez o seu olho não se tenha perdido em Ceuta...
Talvez eu tenha demorado demasiado tempo a descobrir o Chapitô...
A sua forma característica e despretensiosa de ser, mas principalmente aquele o seu ambiente simultaneamente fantástico e despido de vaidades, que através de exercicios engenhosos, plenos de uma imensa critatividade e prodigiosa imaginação, fazem-nos ver muito para além do que aquilo que os nossos olhos permitem e os nossos ouvidos escutam.

Em vez de uma oração de boas noites, deixo esta sugestão de programa teatral para a semana que entra.


Encenação: John Mowat
Interpretação: Jorge Cruz, José Carlos Garcia e Rui Rebelo
CHAPITÔ de 10 a 27 de Fevereiro de 2005

domingo, fevereiro 13, 2005

Hoje acordei assim

Continua a nevar furiosamente. Será que se pode saír à rua? Posso passear, fazer bolas de neve, andar de trenó? Nunca tinha acordado assim...
Há uns anos (muitos anos) recebi uma carta que me enterneceu durante dias; mais do que isso, a carta fez-me feliz, como todas as cartas que ele mandava. Começava mais ou menos assim: “Estou em casa. Sentei-me para escrever-te, aqui ao pé da janela. De repente, teias de aranha no céu, algodão branco a reflectir a luz.... De repente, devias estar aqui para ver isto. Devias estar comigo...”E eu queria tanto estar contigo... Agora, estás sempre comigo e já olhamos para as teias de aranha juntos...

Palavras da Escandinávia



Sábado, 12 de Fevereiro

Copenhaga vai chegar por episódios. Vai chegar por momentos, por dias, por ruas ou por recantos , mas vai dando um ar de sua graça. E este é o melhor momento para entrar no Mundo da Rita...
Está a nevar, muito, muito... De repente as ruas, as árvores, os telhados e as pessoas ficaram brancas. De repente a cidade parece encantada, parece um sonho...
Antes de estar branca, a cidade era encarnada, verde, cinzenta.

Com ruas grandes e organizadas, com carros e autocarros mas sem trânsito, com muitas, muitas bicicletas: novos, velhos, crianças sozinhas, crianças nas bicicletas dos pais, tudo pedala por aqui. Toda a gente tem frio mas ninguém protesta; todos queriam sol e praia mas ninguém anda mal-humurado. Aqui as pessoas são (parece-me) felizes. E simpáticas. E eu sinto-me bem aqui.


Posted by HelloSara P.

Então boa noite e até amanhã...


Gustav Klimt "O Beijo" Posted by Hello

p.s Um beijinho de parabéns à Misspearls, por ter um blog fantástico e inspirador.

A.A´s

Afinal não é só uma questão de mau humor e apatia. Descobri o problema.Ele existe! É diagnosticado. Tem cura. Yuppie!!! Ansiosos anónimos...uni-vos!

Um estado de espírito como qualquer outro

If you twist and turn away.
It you tear yourself in two again.
If I could, yes I would
If I could, I would let it go.

Surrender, dislocate.
If I could throw this lifeless life-line to the wind.
Leave this heart of clay,
see you walk, walk away
Into the night, and through the rain
Into the half light and through the flame.

If I could, through myself,
set your spirit free
I'd lead your heart away,
see you break, break away
Into the light and to the day.
To let it go and so to find a way.
To let it go and so find a way.
I'm wide awake.
I'm wide awake, wide awake.
I'm not sleeping.

If you should ask, then maybe
They'd tell you what I would say
True colours fly
in blue and black
Blue silken sky and burning flag.
Colours crash, collide in blood-shot eyes.

If I could, you know I would
If I could, I would let it go.
This desperation, dislocation
Separation, condemnation
Revelation, in temptation
Isolation, desolation
Let it go and so to find a way
To let it go and so to find a way
To let it go and so to find a way

I'm wide awake,
I'm wide awake,
wide awake
I'm not sleeping
Oh no, no, no.

U2, "Bad"

sexta-feira, fevereiro 11, 2005


Afinal ainda existem contos de fadas e homens à séria que gostam de mulheres feias! Gosto de ver que o meu post do outro dia não se aplica a todos os seres do sexo masculino. Resta-me, pois, desejar muito boa sorte a estes dois pombinhos. God bless the union!! Posted by Hello

quinta-feira, fevereiro 10, 2005


Montes claros - 1 Posted by Hello

Rita La otra, ou "Testemunhos de Montes Claros, Brasil"


Montes Claros, 27 de Janeiro de 2005

Uma manhã que de maneira alguma me pode deixar indiferente. Uma manhã que me veio mostrar um outro Brasil, longínquo daquele Brasil caloroso, feliz e alegre a que já me estava a habituar.
Fome? Não me pareceu que a fome fosse o maior problema no Bairro do Menino Jesus. Entre o feijão e o arroz, as pessoas parecem conseguir sobreviver. E por muito que me custe fazer a pergunta, o pensamento não deixa de me vir à cabeça: “Sobreviver para quê?”
Miséria? Muita. Miséria humana. Falta de higiene. Falta de...
Nem sei bem o que falta... Falta tanto.
O que falta a uma mãe que não sabe dizer a idade da filha de 3 meses? Que nos responde “Meu marido é que sabe quando a menina nasceu”. A menina, Maria Eduarda, vestia umas cuecas e uma T-Shirt que tentavam esconder as nódoas negras nas suas costas, e o rabo todo assado, enquanto os seus irmãos, de 3 e 4 anos, cheios de arranhões nas costas, que mais pareciam sinais de violência doméstica, brincavam nus pela rua.
O que falta a uma mulher que teve um desastre há 7 anos, andou 2 de cadeira de rodas e outros 2 de muletas, até que quando voltou a andar, começou a ter problemas de memória? Uma mulher que tem de tomar 14 comprimidos por dia, só que não os toma porque a fazem engordar, e em vez disso dava-os ao cão, que entretanto morreu?... Uma mulher que se agarra a nós, com os olhos a brilhar, ávida de atenção, e nos mostra desesperadamente as fotografias das suas filhas que estão sob a caução da avó, por ela ter sido considerada pelo tribunal incapaz de tomar conta da casa e das meninas?
O que falta a uma mulher cujo marido se suicidou há muito tempo (5 meses, viemos depois a descobrir), que vive em 10 m2, com quatro filhos semi-nus, dois dos quais dormem no chão? Faltará uma casa em condições, já que os 10 m2 são irrespiráveis, e mais parecem uma pocilga, ou faltará alguém que lhe ensine a tomar conta da casa? Faltará um estendal no jardim para ela pendurar a roupa encharcada que atira para dentro de casa para evitar que a roubem, ou faltará a esta mulher deixar de ter medo dos assaltos? Entre tantas outras coisas, falta-lhe tempo. Tempo para chorar, como dizia a Zézinha.
O que falta ao William, um rapazinho de 14 anos, deficiente, que fomos encontrar a gatinhar à porta de casa, nu, cheio de bosta de cavalo pelas pernas?... Ou à D. Eurides, sua Avó, cujo filho (pai de William) foi assassinado porque a mulher roubou uma coisa para comer que custava 3 reais? Mulher essa que depois se suicidou. O que falta a esta gente que faz com que a vida de duas pessoas valha 3 reais?
A mim, falta-me saber onde posso intervir. Se posso intervir. Onde posso ajudar. Onde posso e devo estar. O que devo fazer. Falta-me saber para quê que fui chamada. Aprender como controlar as minhas lágrimas, pelo menos quando estou com estas pessoas.
Falta-me, depois de manhãs como estas, compreensão para com todos os que permitimos que no século XXI haja tanta miséria e tanta tristeza. Desde as pessoas que vivem aqui, no meio desta pobreza, e assistem a tudo isto, e por razões que desconhecemos se mantêm quietas e fecham os olhos; a todos nós, privilegiados que preferimos virar a cara e ignorar, desculpando-nos que não conseguimos mudar o mundo inteiro.




"Sim, sim , o sentido de humor numa mulher e a sua inteligência são os principais factores de atracção..."



"Ser ou não ser Bela", in Revista Única do Expresso:
(relativo à campanha publicitária "Beleza Real" da Dove.)



As respostas são surpreendentes : para 73% das portuguesas, o valor mais elevado, 71% das francesas e 69% das brasileiras – “as mulheres fisicamente mais atraentes são mais valorizadas pelos homens”
“As mulheres mais bonitas têm mais oportunidades na vida” – tese defendida por 68% das brasileiras, 50% das portuguesas e italianas contra 28% de canadianas.


Será mesmo assim?

Pois eu, se tinha dúvidas, elas foram todas dissipadas durante uma interessante conversa telefónica com o meu amigo F., acerca de uma terceira pessoa, do sexo feminino :

“Sinceramente não vos entendo. Criticam-na, criticam-na, mas depois é só vê-los felizes e contentes a bajulá-la a noite toda. Quando me falam dela, das duas uma: ou são uns grandes mentirosos só para me agradar ou pura e simplesmente uns hipócritas descomunais. ”
“Eu não...mas confesso que devo ser dos poucos que não lhe ligam nenhuma. Não tenho o mínimo de conversa para aquela gaja.”
“Sim, mas também não a tratas mal. Vocês homens são de facto muito engraçados. Sabem que essa gaja é uma cabra, que não tem nada na cabeça e que ainda para mais é sonsa e ainda assim, tratam-na como se ela fosse uma princesa.”
“Desculpa R., mas vou ser muito sincero. Nós somos homens e para nós, é muito difícil deixarmos de estar com uma rapariga que tenha uma aparência tão fantástica como a dela. Queremos lá saber se é boa ou má pessoa, se foi justa ou não contigo. É boa, é gira e isso basta!”



Life can be so simple...

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

É Carnaval, ninguém leva a mal! ( nem a sério!)

Segunda à noite, enquanto transeunte no Bairro Alto, fui surpreendida por uma acção de campanha do BE.
Por muito que discorde dos seus métodos (mascarados, com tambores e slogans batidos), este grupo entusiástico e perturbador do meu pseudo-carnaval , conseguiu realmente personificar o sentimento generalizado da população portuguesa em relação ao estado da nação e respectivos políticos: no fundo, tudo não passa de uma grande palhaçada!





Há um ano atrás foi assim...



E assim...


e assim...

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Cenas da vida na Serafina City...where else could it be?



A malta não papa grupos...Ah pois não!

* A qualidade da fotografia está manhosa, mas a mensagem do canto inferior esquerdo percebe-se bem!

E eis que chegam os Simply Red...



Cos we only act like children
When we argue fuss and fight


No final de contas, tudo se resume a isto...

Uma tarde no CCB



Sei que é ponto de honra deste blog, não criticar negativamente qualquer artista ou respectiva obra.
Na eventualidade de algo não me gostar, opto por não escrever sobre ela. O mundo está cheio de coisas más e gestos menos bonitos, porquê acrescentar mais um, não é verdade?
Mas hoje...sinto que tenho que escrever, não obstante não ter ainda uma opinião formada.

Regressei finalmente às minhas tardes de domingo culturais e até agora não consigo dizer se gostei, se não gostei, se percebi as obras, se as apreciei ou se pura e simplesmente projectei a minha apatia para as mesmas.
Como quase sempre me sucede em exposições de arte contemporânea, saquei o ovo de Colombo do baú cheio de pó e dei por mim a questionar-me acerca do que é a Arte? Como podemos classificar alguma coisa como Arte? Como é que alguém consegue ver algo mais para além de uma escova de dentes em cima de um rissol e eu não?
Inevitavelmente , fiquei atormentada por esta questão durante 2/3 minutos máximo e recordei com um sorriso malicioso que hoje em dia não há verdades únicas ou definições estanques e rígidas acerca do que quer que seja.
Por exemplo, muitas vezes damos por nós a comentar uma situação e a proferir com um um tom reprovador: “Isto não é normal!”.
Mas afinal, o que é normal? O significa ser-se normal? O facto de não ter percebido grande coisa das exposições e respectivas “instalações” de hoje, torna-me uma pessoa anormal?
Independentemente de um forte sentimento de impotência e de uma pulsante perplexidade, considero que valeu a pena não ter passado a tarde em frente ao écran da televisão , a fazer horas até ao jantar.
Por um lado, por ter podido constatar que cada vez mais um maior número de portugueses visitam os museus e exposições . (Creio que só no dia em que tal constatação nos deixe de pasmar, temos finalmente uma prova inequívoca de alguma evolução!)
Por outro lado, qualquer exposição/obra de arte que não nos deixe indiferente, é digna de valor e de uma chamada de atenção.
Proponho-vos , por isso, que dêem um salto ao CCB, comprem um bilhete para todas as exposições temporárias ( 2,75 euros para menores de 25 anos) e que ,por amor de Deus, me esclareçam acerca do sentido de algumas das fotos da Bes foto, das instalações e desenhos de Rebecca Horn e do "Comer o Coração" de Rui Chafes/ Vera Mantero, nossos dignos representantes na bienal de São Paulo de 2004.ienal dejsjs
Confesso que achei ambos interessantes...mas não consegui atingir o âmago da questão! Mea culpa...mea culpa, certamente...
Mas as breves introduções às obras, como sempre e em qualquer sítio do mundo, também não ajudaram muito...

domingo, fevereiro 06, 2005

Este Ivan é o maior!

"O casamento dos homossexuais Claro que os homossexuais podem casar: a direita não tem nada contra isso. Só não podem casar uns com os outros.
posted by
ivan #5:06 PM "

Por estas e por outras, voltar à Praia é sempre um espectáculo...








Cada um por si e Deus por todos







Posted by Hello


Posted by Hello


Começo a fartar-me dos ataques sucessivos à inteligência dos portugueses.
Sinceramente, nada melhor do que esta suposta crise governativa, para testar a capacidade de tolerância e as quantidades de Q.I dos portugueses.
Alimentando a secreta ilusão de que o seu voto possa eventualmente ser útil, os portugueses conscienciosos e com um apurado sentido cívico sentem-se perdidos neste embrólio político em que nos encontramos.
Tal sentimento é-nos demonstrado pelas sucessivas sondagens, artigos de opinião e posts da blogosfera.
Nos últimos tempos, as campanhas vêm assumindo contornos cada vez mais mesquinhos e esquivando-se os seus protagonistas aos temas que realmente importam aos cidadãos.
Subitamente joga-se com as orientações sexuais de cada um, como se de repente o facto de ser heterossexual ou homossexual determinasse a competência ou a qualidade governativa de uma pessoa.
Antes de mais, há que desmistificar uma coisa: não sou socialista e não pretendo fazer a “apologia de Sócrates”.
Assumo-me sim como anti-santanista e por isso as minhas críticas, por vezes, não são isentas.
Mas é de pasmar o nível a que se pode descer numa campanha eleitoral.
Talvez se o exemplo fosse outro, as pessoas se aproximassem mais da política e depositassem mais fé nela.
Porém, pode ser que eu esteja errada... às tantas , mais do que políticos, o que a população quer ver são os polémicos.
E no que toca a polémica, o nosso Santana é Rei e Senhor, mantendo a pose em discursos demagogos e populistas numa altura em que já não tem mais nada a perder e já demonstrou tudo o que podia ou não fazer.
Não sei que género de primeiro-ministro será o Sócrates...
Para ser franca, já perdi a candura no que concerne estes temas e não acredito em mudanças fantásticas.
Provavelmente , o resultado a longo prazo de uma vitória do PS não será o mais desejado, mas há que tentar escolher um caminho alternativo, uma vez que o caminho escolhido no passado já demonstrou deixar muito a desejar.
Outra coisa que não entendo, é a campanha eleitoral da JSD.
Perguntam-nos quem é Sócrates, que obras fez e se o conhecemos verdadeiramente.
Ora, se a ideia é convencer-nos a voltar a optar pelo PSD, porquê continuarem a chamar a atenção para os erros escandalosos cometidos neste passado tão próximo?
Podemos não conhecer grandes feitos a Sócrates, mas os feitos do Santana, infelizmente ainda estão bem frescos na memória.
Por outro lado, lamento profundamente algumas das infelizes entrevistas protagonizadas pela nossa Judite de Sousa, que facciosamente as conduz sem se preocupar em disfarçar as suas preferências/orientações políticas.
Tinha-a em muito boa consideração até hoje, qual não é o meu espanto, a vejo insinuar bastante escandalosamente ao camarada Jerónimo de Sousa, que os resultados das eleições não lhe serão favoráveis.
Como se não bastasse a insinuação, fê-lo com um sorriso irónico e de júbilo, prosseguindo posteriormente com a previsão de um cenário de desilusão e derrota.
Afinal não era suposto ser uma verdadeira profissional, isenta e séria?
Então porque será que denotei um certo prazer no seu discurso, enquanto tentava colocar o camarada amigo na posição desconfortável da derrota antecipada?
Pela primeira vez na vida, não tenho nenhuma noção acerca de quem votar.
No meio de todo este caos, ainda não consigo ter uma visão totalmente esclarecida ou uma opinião totalmente formada.
Será que votar em branco se converteu subitamente numa opção?
Haverá efectivamente um verdadeiro voto útil nas eleições de 20 de Fevereiro? Posted by Hello

É desta!


Afinal é desta! Dia 21 de Maio, pelas 21h, Jack Johnson no Coliseu dos Recreios.
Já tenho bilhete! Yuppieee...

Posted by Hello

Pode ser do tempo... Pode dever-se à falta de chuva ou ao frio excessivo...
Talvez a culpa seja da televisão, das mantas quentinhas ou do livro interessante que tenho ao lado da cabeceira...
Não sei o porquê da coisa, mas a verdade é que este blog tem andado em banho-maria. Passou-se uma semana desde o último post.
E desta vez não senti culpa por não escrever ou qualquer tipo de obrigação moral para o fazer.
Tratar-se-á de um deserto intelectual ?
E porque será que alguns dos blogues , que respeitosamente espreito todos os dias, ultimamente também apresentam uma fraca produtividade?
Estaremos perante uma espécie de virús que afecta os prezados bloguistas portugueses?
Ou os debates televisivos e as eleições do dia 20 são demasiado absorventes?
Peço desculpa aos visitantes pelo desleixo, mas face ao panorama geral, é bom sentir que não estou sózinha nesta apatia.
Sinto-me um Garfield hoje e convenhamos... as coisas podiam estar piores!
 Posted by Hello

terça-feira, fevereiro 01, 2005


Nos últimos dois dias viajei no tempo e regressei aos meus 11 anos.
Subitamente estava na sala de festas da escola, die fantastische Aula, rodeada das minhas estridentes amigas, a abanar frenéticamente o capacete ao som de Pixies e UB40, mas sempre atentas e à espera dos maravilhosos slows.
Pergunto-me se estes hoje ainda se ouvem e dançam ? Tenho a ligeira impressão que as festas de garagem foram substituídas por jantares no Mcdonalds e partidas de bowling ou paintball.
As minhas festas de garagem, tal como as minhas saudosas Tanzfests, foram momentos memoráveis, que marcaram os primeiros passos da entrada na adolescência.
E , como não pode deixar de ser , em todos os momentos memoráveis, há uma banda sonora igualmente memorável, que mais tarde , negamos, na idade parva dos 15 anos, e passamos a apelidá-la de pirosa.
Por pudor , julgo eu, ou talvez apenas por a música, tal como outras tantas coisas, naquela idade poder ser sinónimo de modernidade e aceitação por parte de um grupo.
Como a muita gente da minha geração, o Brian Adams foi um desses exemplos.
Recordo com uma felicidade imensa o dia em que a minha mãe me ofereceu a cassete do “Waking up the neighbours”, a primeira viagem de turma ao Luso onde essa mesma cassete tocava over and over e uma camioneta cheia de míudos estridentes cantava as músicas que sabia de cor, o “Everything I do” dançado a dez metros de distância do amigo desajeitado, que a muito custo me tinha convidado para dançar...
E depois neguei-o, durante anos recordava esses tempos, como aqueles em que era uma pirosita menina que achava o Brian o máximo.
E depois substituí-o por U2, sendo que mais tarde terminaram as festas de garagem e as Tanzfests.
Mas agora já não tenho vergonha. É verdade, ontem e anteontem trabalhei no concerto do Brian Adams e gostei.
O espectáculo foi divertido, o B.A é de uma simpatia contagiante e a não houve música antiga que faltasse.
Por vezes esquecia-me do meu prestigiante estatuto de assistente e dava por mim a dançar e a saber as letras de cor.
Outras vezes ficava a sorrir, a observar as diferentes gerações que ali se encontravam a vibrar com as mesmas músicas.
E inúmeras foram as vezes que pessoas da minha idade me disseram que estavam a ser invadidas por uma onda nostálgica brutal , que os levou de volta aos seus/meus 12 anos.
Provavelmente nunca abandonámos essa idade.
Por muito que gostemos da vida e liberdade de hoje, no fundo há sempre uma vontade de ser pequenino.
Quando me perguntam a idade , a minha resposta instântanea é dizer 18. Será sinal da minha recusa em crescer?
Lá diz o Brian : “I´m gonna be 18 ´till I die”.