terça-feira, outubro 26, 2004

O que deveria ter escrito ontem!

Ontem cheguei a casa tão cansada que não fui capaz de escrever nada, limitando-me apenas a colocar um fotografia do Caetano Veloso, tirada durante a digressão de promoção ao albúm “A foreign sound”.
Não conseguiria dormir descansada se não tivesse colocado aquele “post” ...
Isto porque tive a sorte de ver o Caetano actuar ao vivo pela primeira vez , que prometo que não será a última.
Muitos criticaram o facto dele praticamente não cantar em português, mas não esqueçamos que a ideia era a promoção do último albúm, todo ele cantado em inglês.
Confesso que mal conheço o albúm.
Confesso que senti falta do “Leãozinho” e do “Debaixo dos caracóis”.
Confesso que prefiro ouvi-lo cantar em português...
Talvez porque cresci a ouvi-lo cantar na língua que falo...
Ou talvez isso apenas se deva a alguma réstia de sentimento nacionalista que julgava ter perdido...
A verdade é que, na minha opinião, quando a música e o intérprete são verdadeiramente bons, o idioma e a letra das canções passam a ser secundários.
Porque a magia da música reside nos sentimentos que ela desperta em nós, nas memórias que através dela renascem, na forma como nos transporta a outros lugares e tempos nessa linguagem universal que todos entendemos, apreciamos e partilhamos.
Ao longo das duas horas de concerto não parei de pensar como um Caetano quase norte-americano, não deixa de ser o mesmo Caetano baiano, que imprime a sua marca indelével nas canções que interpreta, sendo ou não escritas por ele, sendo ou não cantadas em português.
Manhattan não só como pano de fundo, mas como a grande cidade do mundo, como cidade que se impôs no imaginário de todos nós através de filmes, músicas e cantores imortais e onde todos nos sentimos em casa, onde cada um encontra algo com que se identifica e à qual sempre queremos voltar.
Caetano transportou-nos Manhattan até ao Pavilhão Atlântico.Não a Big Apple como tradicionalmente a conhecemos, mas sim uma “island of joy” com sabor a bossa nova.




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