segunda-feira, dezembro 13, 2004

Faça de Óbidos a sua prenda de Natal!


Quando se começa a trabalhar, o fim-de-semana ganha uma cor diferente. Quando ainda estava a estudar os fins-de-semana não eram momentos pelos quais ansiasse.
Especialmente durante os tempos de faculdade , em que muitas vezes eu fazia descansos semanais quando me dava na real gana.
Esses dois dias ao final da semana pareciam-me sempre longos, desassossegados e ruidosos, com toda a família em casa (somos 6 e um cão) e almoços demorados.
Para quem gosta de silêncio e alguma tranquilidade em casa, bons mesmo eram os dias da semana.
E eis que o meu mundo fica do avesso...
Agora que trabalho, os fins-de-semana são quimeras da minha semana. Mas ,infelizmente, para poder aproveitá-los convenientemente , é inevitável fazer escolhas: ou saio à noite e durmo até ás tantas, ou não saio mas de qualquer maneira durmo a manhã toda, ou ponho o despertador e passo terríveis sábados ou domingos sonolentos, sem ânimo ou iniciativa para fazer o que quer que seja.
Como é aborrecido chegar a uma etapa da vida em que não podemos ter tudo...em que inevitavelmente temos que optar ...
Mais aborrecido ainda é não ter ninguém que opte por nós!
Este fim-de-semana optei por não viver a noite.
A preguiça, o comodismo, o cansaço e o frio contribuíram para esta minha decisão e não me arrependo minimamente, porque graças a ela aproveitei o meu dia de sábado.
Sem correrias ou compromissos, dirigi-me a Óbidos, um lugar que só agora, depois de uns bons anos, redescobri.
Recomendo vivamente que aceitem esta minha sugestão, de preferência fora da época da célebre feira do chocolate, porque a afluência de pessoas é tão excessiva que mal se pode caminhar.
Não só redescobri um lugar simpático, ordenado e encantador, como também um espírito muito especial: o espírito do Natal.
Este ano, a Câmara Municipal de Óbidos propõe que venhamos divertir-nos em torno do lenho e fazer de Óbidos a nossa prenda de Natal.
Mais do que divertir-me a percorrer as muralhas, a espreitar as lojinhas e o mercado de Natal da Praça de Santa Maria ou a provar a tradicional ginjinha, diverti-me ao sentir-
-me a viajar no tempo, a recuar séculos e séculos atrás e fazer parte de todo aquele cenário mágico.
O cheirinho a lareira, as iluminações simples, mas encantadoras, a música de Natal em cada esquina, a convivência entre conhecidos e amigos entre waffelns e licores de Natal.
E pensar que para viver tudo isto afastei-me a apenas 80 km de Lisboa!
A grande capital , o local onde supostamente se encontra de tudo, onde se gasta rios de dinheiro em iluminações e decorações de Natal, é também o local onde infelizmente o Natal mal se sente...
Olhem, em caso de desânimo façam como eu...Vão para fora, Cá dentro!


1 comentário:

Yoann Nesme disse...

Os conselhos do tio Jacinto:

1.- Atenção com o passeio na muralha: não há saidas intermédias!

2.- Perguntar o preço do copinho de ginja antes de pedir e ser inevitavelmente aldrabado.

3.- O copinho de chocolate com ginjinha é capaz de não ser mau.

4.- Levar troco para o parquímetro. Estão lá umas gajitas com ar intimidante a tomar conta daquilo.

5.- Há um restaurante muito bom e nada caro, mas não me lembro do nome.

6.- À noite se podem apreciar as iluminações. Fica muito bonito muito bonito.