1920-2005
João Paulo II foi o único Papa que conheci.
Graças ao exemplo que deu , nunca o encarei como um ser divino ou mistificado, a ponto de se tornar inatingível e deslocado do mundo em que viveu.
Sempre o vi tão próximo, tão humano, tão real...
Nunca reivindicou ser colocado num plano mais elevado relativamente aos comuns mortais, tendo, inclusivé ,durante o seu pontificado adoptado posições que não só lhe permitiram chegar ao coração dos fiéis como aproximar pela primeira vez na História as diferentes religiões.
A sua nomeação para o cargo mais alto da Igreja Católica em 1978 começou por ser uma surpresa, dado que foi o primeiro polaco a ascender ao cargo e simultaneamente o primeiro Papa não italiano em 455 anos.
Foi o Papa mais jovem a ascender ao cargo em mais de um século e tinha um sorriso e uma forma cativante que arrastou multidões, apelando ao optimismo, ao fim da pobreza e à paz.
Karol Wojtyla tinha algo de diferente.
Muitas vezes não aceitei as suas posições mais conservadoras e muitas vezes pus em causa as doutrinas da Igreja, mas havia na sua forma carismática de falar que fazia com que os pequenos diferendos fossem postos de lado.
Ontem crentes e não crentes receberam com pesar a noticia da sua morte.
Os seus momentos finais foram acompanhados um pouco por todo o mundo, por pessoas de diversas sensibilidades e confissões religiosas, que se uniram expectantes à sua volta.
Certo é que o seu exemplo permanecerá para sempre na memória de todos, o que lhe confere uma espécie de imortalidade a que só os nobres de coração têm direito.
Desta forma simples, presto a minha despedida a uma das pessoas mais admiráveis destes últimos tempos e , sem dúvida alguma, a um dos Papas mais importantes de sempre.
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