quarta-feira, março 08, 2006

E porque hoje é o Dia das Gajas



E porque hoje nos devemos lembrar do que está por detrás dos sorrisos e das flores que nos estendem;
Porque não foi assim há tanto tempo que as mentalidades começaram a mudar;
Porque ainda hoje a diferença de tratamento existe;
Porque independentemente do quão boa uma mulher seja, a nível profissional, nunca deixará de ser uma gaja;
Porque é um grande filme que não deixa ninguém indiferente,

recomendo o "North Country" aos estômagos menos sensíveis e aos homens menos impressionáveis!

9 comentários:

Anónimo disse...

Vou tentar ir ver... Até porque a GAJA da fotografia é fenomenal.

izzolda disse...

E ainda há milhares de gajas cujos direitos não são reconhecidos nem respeitados. Lembremo-nos delas hoje, também!

Ainda não vi esse filme e acho que vai ter de ficar para DVD...demasiada oferta oblige...

Anónimo disse...

bla bla bla é tudo farinha do mesmo saco, depois levaram porrada dos maridos e dizem que cairam, enfim.

Rit@ disse...

Não querendo levantar muito o véu e revelar a história do filme, limito-me a informar o anonymous que o filme não trata de situações de violência doméstica. Ou melhor, não se trata exclusivamente desse tema, ainda que seja um dos assuntos focados.
Na minha opinião, no que concerne a violência doméstica não há vítimas. Há mulheres que gostam de sofrer: quer com as agressões infligidas pelos homens, quer na sua relação consigo mesmas. Não merecem vitimizações, mas são dignas de pena por não os deixarem no minuto imediatamente a seguir à primeira estalada.
Aconselho mesmo filme.
Com certeza que verão que há coisas que não mudaram.
Tome-se por exemplo o empregador, homem, cuja empresa é composta unicamente por homens, com os quais partilha, orgulhosamente, o seu principio básico de não contratar mulheres, porque eles depois engravidam e é uma chatice.

Anónimo disse...

Acho que é fácil (qb) para uma mulher da nossa geração sair de casa 5 minutos após ter levado a primeira estalada. Mas para uma dona de casa de meia idade (ou mais), sem autonomia (financeira e emocional), nem sítio para onde ir, as coisas tornam-se mais difíceis. Por isso acho que a não se pode generalizar ao dizer que a mulher que leva porrada e não faz nada gosta de sofrer...
Ps-ÉS GRANDE BENFICA!
Ps2-FORÇA PIPO!
Ps3-Chino! Nunca batas na Rita!

Rit@ disse...

Tens razão quanto às generalizações. Caio muitas vezes neste erro primário de generalizar. Há de factos situações muito complexas que não se subsumem a meros casos de mulheres que gostam de sofrer.
Mas não consigo conceber a manutenção, durante anos de fio de violência doméstica, apenas por questões monetárias ou pior, pelos filhos, como muitas mulheres afirmam.
Acresce que muitas mulheres chegam à meia-idade sem alternativas, porque ao longo da vida as foram fechando, porque a auto-estima e a determinação foi desvanecendo e subitamente vêem-se prisioneiras duma situação que elas próprias criaram.
Sei que sou muito crítica em relação a este tema, mas custa-me ver vitimizações constantes das mulheres.
Como seres humanos esclarecidos e determinados que deveriam ser, as mulheres deviam parar de se conceber como fracas e tentar não cair/permanecer em situações de violência e humilhação por parte dos maridos.
Como qualquer outro ser humano, a sua dignidade vem acima de tudo.

ॐJohn disse...

O "gostar de sofrer" como diz o amigo ze_turkish não é tão simples como isso, mas é, no entanto muito verdadeiro.
A verdade é que o comportamento sintomático de uma mulher (e homem, já agora, que isto também se passa com os homens) que sofre de abusos físicos pelo marido/namorado é um comportamento típico de quem "gosta de sofrer" porque deixa de conceber a sua vida sem esse tal sofrimento. É um sintoma de quem já pouco ou nada consegue fazer em relação á situação e de quem se vê perdida sem a pessoa que efectivamente lhe bate. Digamos que a mulher pensa que denunciando ou revoltando-se contra o agressor o vai perder e por isso passa a interiorizar a dor até só sentir um falso prazer.
Eu não sei do que falo com alguma garantia, mas posso dizer que é preciso uma mulher de muita força para resistir à violência física do seu parceiro, força psicológica e física; no entanto só fica nessa situação quem quer. Hoje em dia já há apoio disponível para quem precisa.

sara disse...

Parece um absurdo, mas conheço raparigas (da nossa idade) que, não tão esporadicamente quanto isso, se sujeitam a uma estaladinha ou outra, encontrão ou empurrão, isto se não imaginarmos pior. Compreendo que há uns anos, noutra geração, muitas outras questões - que vocês já levantaram - impediam as mulheres de bater com a porta. E imagino que ainda haja algumas, a juntar a mulheres profundamente machistas que acham realmente que os homens é que podem e mandam. Mas que não se generalize também por aqui. As desculpas são, agora, com informação e protecção, poucas, poucas....

Yoann Nesme disse...

É inconcebível pensar que o homem foi (e é) capaz de equiparar a mulher a um animal. Tantos direitos desrespeitados, tantos maltratos, tanta condescendência... Nem é uma questão de raça (que é igualmente ridículo) mas de género! Ou seja, somos capazes de pensar que as nossas próprias mães ou irmãs são umas bestas? E que não merecem quaisquer tipo de direitos, mas sim porrada e discriminação? Não há palavras para descrever este absurdo. Como é que os homens conseguiram dominar o mundo desta maneira? Como é que as mulheres deixaram que tal barbaridade acontecesse durante milhares de anos?

E é agora que elas tentam mudar a situação… No século XXI? É tarde demais, meninas!