segunda-feira, dezembro 31, 2007

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Confesso ter recebido um exemplar do "Rio das Flores".
Confesso que me sabe a mel ler cada uma das suas folhas.
Confesso que me é totalmente irrelevante que seja literatura comercial, direccionada às ignóbeis massas.
Opino, aliás, que a sua lombada de letras garrafais encarnadas fita a matar quando alinhada entre Proust e Ian McEwan.
Confesso (não obstante não poder assegurar que não é o açúcar a falar) que não trocaria esta pastilha elástica literária por nenhum artigo que defenda a eleição de Vladimir Putin enquanto personalidade do ano ou divagações pseudo-intelectualóides acerca do affair, no minimo visualmente desagradável, entre Sarkozy e Bruni.
Mas isto sou só eu a divagar, sob o ainda presente efeito de excesso de sonhos de abóbora, o que no "jargão jurídico" provavelmente me classificaria como inimputável.

domingo, dezembro 23, 2007

Boas Festas

Esqueçam-se as amarguras, as correrias de última hora e as compras histéricas e irreflectidas.
A amargura enterra-se em filhozes, sonhos e azevias. Rabanadas para adocicar o mau feitio e doses moderadas de açúcar são recomendadas para evitar ataques de hiperactividade.
O tempo é de serenidade.
O Natal é, sem dúvida, o momento privilegiado das familias: não se escolhe, supera-se; não se planeia, sobrevive-se.
É um caos viciante, sem o qual, no fundo, sabemos não poder viver e que acolhemos, todos os anos, com uma inocência infantil que permanece sob a máscara do queixume.

Feliz Natal, ora pois!

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Maratona natalícia




Sem direito a medalhas de ouro, mas com direito a gloriosas úlceras nervosas!

quarta-feira, dezembro 19, 2007

A memória da viagem

Há três tipos de pessoas que viajam por lazer: os viajantes, os turistas e aqueles que a quem nunca deveria ser-lhes permitido fazê-lo.
O viajante busca experiências que acredita serem únicas; evita o percurso dos guias e os lugares de visita supostamente obrigatórios.
Não se faz rogado a misturar-se com os locais e com os seus costumes, ostentando, até, um certo brio quando por obra do acaso é confundido com um destes.
Come mal, dorme pouco, orgulha-se do barato e do extravagante e adopta as novas realidades como se da sua se tratassem, com humildade e abertura de espírito.
Por outro lado, colecciona países e experiências como se de cromos se tratassem; rabisca o nome de cafés anónimos em cadernos putrefactos que guarda esquecido na casa que por nascimento ou escolha lhe coube, a qual decora com artefactos, objectos inúteis e outros troféus que lhe trazem aromas de outras paragens.
No viajante encontramos, pois, um paradoxo: por um lado um interesse e uma curiosidade aguçada que não encontramos, por exemplo, no simples turista, mas por outro lado, a vertente recordista dos cromos coleccionados e uma certa massificação dos países visitados.
Relativamente ao turista, a análise afigura-se mais simples.
O verdadeiro turista é sistemático; organiza itinerários e reparte o tempo disponível por cada uma das visitas consoante o seu grau de importância.
Interessa-se q.b, mas confia unicamente nos guias que transporta, interroga as gentes locais e durante uns breves momentos quase que consegue acreditar que faz parte da sua civilização.
O excesso de bagagem, as máquinas fotográficas e a limitação temporal das férias do turista denunciam-no, porém, remetendo-o à sua condição natural.
Conhece menos do que o viajante, é certo, mas confortavelmente se contenta com o superficial, com a realidade que uns olhos menos distraídos conseguem captar e posteriormente guarda pequenos souvenirs para poder relatar, a quem o visita, as belas estâncias no estrangeiro.
Fatal como o destino é encontramos algum dos membros da terceira classe: os que nunca deveriam viajar mas que o fazem, fingindo-se à vontade num ambiente que desde logo rejeitam.
Antes de mais são privilegiados, mas não o sabem, assumindo como um direito natural o facto de terem acesso a um tipo de conhecimento vedado a muitos desfavorecidos.
Por outro lado, os que nunca deveriam viajar e o fazem, jamais relaxam. Comparam, ainda que mentalmente, cada realidade distinta, acabando, inevitavelmente, por concluir que no país onde nasceram e vivem, de facto, as coisas correm melhor, parecendo-lhes abjectos todos os hábitos que inexistem no seu país de origem.
A diversidade cultural, incentivo natural à descoberta e à adrenalina do viajante, enfada aqueles que nunca deveriam viajar. Perante papaias sonham com cozido à portuguesa; perante um pequeno-almoço de cereais almejam french toasts e quesadillas.
Jamais estão satisfeitos ou controlam as suas reclamações (fundadas ou nem tanto), mas não acabam com as expectativas defraudadas, pois à partida não as têm.
Secretamente, apenas viajam para confirmar que viajar não vale a pena e de certa forma legitimar o facto de nunca terem saído da pátria mãe.
Pelo planeta fora, cruzam-se estes três protótipos de passageiros, os quais coincidindo no mesmo local geográfico, não deixam de olhar-se com desconfiança própria dos desconhecidos.
No final, a certeza de que não obstante a abordagem adoptada, todos se reportarão às viagens realizadas com saudade e com orgulho.
Os sorrisos maliciosos da verdadeira versão dos acontecimentos ficarão apenas para aqueles com quem partilharam o momento em que as suas vivências se tornaram mais ricas.
Ainda que não o soubessem.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Oh pra ela

E não é que está giríssima???

Aqui.

"Era uma pessoa obstinada em falar da vida que “teve” ao invés da vida que ainda terá e que será, certamente, longa.
Não se podia dizer que a vida que “teve” tivesse sido triste.
Antes pelo contrário, recordava com um secreto orgulho os momentos intensos que vivera e agradecia o dom de os conseguir interiorizar de maneira profunda, arrebatadora, agradecida.
A vida que agora tem é diferente, mas adoptara-a com um conformismo quase indiferente.
Mecanismos exteriores e gestos involuntários conduziram-na à rotina que não quis, mas que aprendera a gostar e na qual decidira confiar.
Os métodos e a organização davam-lhe, agora, confiança.
Os olhares aprovadores dos que com ela convivem aquecem-lhe o ânimo e a são responsáveis pelo aparecimento da vontade de dar de si, de construir, de trabalhar.
Um dia, sabia, o tempo que desperdiçava em papéis e relatórios, requerimentos e exposições seria sobrevalorizado e canalizado para melhores fins (ou pelo menos mais egoísticos).
Por agora, porém, o tempo escasseia, mas não é, ainda, um bem de primeira necessidade, nem um elemento deficitário na sua balança de pensamentos e emoções.
O sobretudo escuro, impregnado pelo ar contaminado de um open space no qual, por vezes, sente não se enquadrar, é esquecido, diariamente, junto à porta da casa que escolhera e agora mobilava.
A seu lado ficam, invariavelmente, esquecidos os saltos altos responsáveis pelas mazelas da sua coluna.
A sua nova pele, sofisticada e hidratada com os cremes surpreendentemente adequados à sua idade, dão-lhe um toque falso de maturidade, do qual aprendera a depender como forma de autodeterminação.
Contudo, nas manhãs de Verão, ao cruzar-se com as versões bronzeadas de si e que ainda não esquecera, uma ligeira inveja e nostalgia ocupava-lhe o espírito.
O tempo, pese embora ainda fosse gentil, já começava a afirmar a sua presença e a vincar o seu toque nas linhas do seu rosto.
As fotografias dos verões, arquivadas nas molduras que agora já pode comprar, deixaram de ter tons quentes e cheiros a fins-de-tarde.
Revelam, agora, duas míseras semanas espremidas ao máximo, nas quais insaciável busca um prazer tão efémero como a vida que sabe que agora leva.
Dizem que chegou à idade adulta.
Porém, ninguém lhe dá as boas vindas."

Tratado de Lisboa

Parece que se assinou, ontem, em Lisboa qualquer coisa porreira.
Num acto verdadeiramente porreiro por parte do Governo , os habitantes e visitantes de Lisboa puderam ontem movimentar-se nos transportes públicos e visitar museus gratuitamente.
Porreiro foi ainda o Gordon Brown ter dado um salto a Lisboa, sozinha e atarefado, para apor a sua assinatura no já referido contrato porreiro que, como dita a tradição, será certamente mais porreiro para o Reino Unido do que para os restantes 26.
E que porreiro ficaram os Jerónimos ontem, embelezados como há muito não se via.
Foi assim o dia de ontem: Porreiro, pá!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Tecnologia e tradição

Na sequência de um forte regresso da minha não saudosa contractura, hoje, encontro-me dependente do laptop apoiado nos joelhos e do saco de água quente nas costas.
Errado está aquele que julga que os dois mundos não se tocam...

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Carta registada com aviso de recepção

EMEL - Empresa Pública de Estacionamentos de Lisboa

"Junto envio a V. Ex.ª Auto de Contraordenação n.º .... que poderá paga e/ou apresentar a sua reclamação, por escrito, no prazo de 15 dias uteis junto da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, sita na Av. da Republica n.º 16. 1069-055 de Lisboa, de acordo com a as intruções expressas no verso do mesmo.
Com os melhores cumprimentos"

Para além da falta de acentos ( que demonstra que a falta de cuidado e elegância dos agentes da EMEL no terreno é partilhada pelos serviços administrativos), esta carta, peca, essencialmente pelo sarcasmo.
Se me notificam para pagar uma coima, identificando-me como "arguida", parece-me, no mínimo, desagradável e irónico que me desejem os melhores cumprimentos.
No limite, aceitavam-se os votos de melhores dias.

E, sim, o trauma mantém-se.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Era uma vez...

... duas pessoas que um dia tomaram uma decisão e de repente tornaram-se adultos!

quarta-feira, novembro 28, 2007

"Rio das Flores", por Vasco Pulido Valente

"Em cinquenta anos, não me lembro de encontrar um ódio tão inexplicável. Fiquei espantadíssimo e até, num encontro de acaso, lhe tentei falar, para o ouvir e, como lhe disse, para lhe poupar no interesse dele uns tantos disparates no Rio das Flores. Não quis.
Escrevo esta crítica sem prazer. Nada pior do que ler um livro mau, excepto escrever sobre um livro mau. Mas, como se compreende, não podia deixar que a brutalidade de Miguel Sousa Tavares chegasse para me calar."

Seguindo a lógica ancestral do "tudo o que é demais enjoa", mas não podendo formular qualquer juízo de valor acerca de uma obra que não li e que cujo teor, por enquanto, desconheço, parece-me importante que este Natal, alguém se lembre de oferecer ao VPV um cubo mágico.
Além de tal ser susceptível de lhe ocupar o pensamento durante uns bons meses, mantê-lo-á distanciado dos climas tropicais de Miguel Sousa Tavares e das alergias que estes, aparentemente, lhe provocam.

É que um destes dias, alguém distraído ainda pode confundir tamanho azedume com amor... e nós, viperinos, não gostaríamos que tal fosse verdade!


terça-feira, novembro 27, 2007

Ontem, na Aula Magna


Contrariamente a algumas opiniões, o concerto de ontem não me soube a pouco.
Doente e tudo, Josh não desiludiu.

Talvez seja eu que com a idade me esteja a tornar menos exigente e já não me entristeça por não ouvir tocar ao vivo todas as músicas que a minha memória residual conseguiu assimilar.
Talvez a selecção musical deste ano tenha sido acertada.
Talvez a vontade de regressar às salas de espectáculos já fosse muita e o deslumbramento fosse inevitável.

A temporada do ano de 2007 , no que concerne a concertos, pode-se considerar encerrada.
E a julgar pela noite de ontem, com uma brilhante e ofuscante chave de ouro.

domingo, novembro 25, 2007



"Na altura, adoptara a personagem inconscientemente, mas hoje reconhecia que a tinha moldado, aperfeiçoado e usado como subterfúgio para os seus maiores medos, para as suas ligeiras frustrações e, essencialmente, como desculpa para as imperfeições do seu feitio.

Assumir os princípios que criara para o desempenho de tal figura, era agora uma questão de orgulho, um exemplo de coerência e determinação, o que nem sempre a conduzia aos melhores resultados ou a levara a optar pelo melhor caminho.

Sem se dar conta, porém, as vidas dos que a rodeavam evoluíam, alheias aos horrores inconfessáveis que frágil personalidade desta não queria confrontar, alheias às recusas e às desconfianças que a personagem que ela adoptara transportava na bagagem.

Sob a máscara desta, fingia-se segura e até chegava a crer-se completa.

Com veemência, afirmava a natureza que julgava ter e negava ser capaz de a contrariar.

Esquecia, porém, que a peça já não era a mesma, que as falas haviam sido substituídas e os actores com quem, agora, contracenava deram outros que mereciam um tratamento diferente.

Hoje as suas deixas já não fazem sentido e caem por terra como as muralhas que um dia foi forçada a erguer.

Entre gargalhadas e vinho tinto, reconhecia que, em breve, chegaria o dia em que o disfarce seria abandonado, por dele já não carecer.

Até lá, porém, pisava o palco e agradecia os aplausos que a faziam acreditar que ainda se encontrava na ribalta."

O.S.T

"Did you say spank the dj?"

Porque os momentos de inspiração surgem das pequenas insignificâncias e das gigantes ignorâncias!



"Panic", The Smiths

E assim passou uma semana.

Sete dias sintetizados em duas convalescenças, longas horas de argumentação jurídica , um jantar catártico para o qual as personagens não apresentavam o vestuário mais adequado (e que ainda assim lhes valeu um voucher grátis para a noite estudantil à qual, com alguma saudade, já não pertencem) e , last but not the least, um grande concerto que há mais de uma semana que merecia um “post”.

Numa sexta feira gelada que não convidava a grandes passeios nocturnos, os Editors apresentaram-se no “enganoso” pavilhão do Belenenses que, surpreendentemente, quiçá pela sua modéstia e atmosfera estranhamente familiar, se tornou o palco ideal para um grande concerto que apanhou o público de surpresa.

Numa era em que a pressão sobre os artistas é incomensurável e estes deixaram de julgados pelas partituras das suas músicas (acessíveis a custo zero através dos downloads ilegais), sendo-o, essencialmente, pelas suas performances ao vivo, os Editors deram provas de que vieram para ficar e mostraram que nos dias de hoje ainda se faz música de qualidade.

Um ambiente vibrante, uma ligação intensa com um público conhecedor que não deu mostras de cansaço e uma selecção de música inteligente e energética.

No final, a satisfação de umas horas bem passadas e o Tejo a espreitar por detrás das balizas do pavilhão que, naquela noite, abdicou dos golos de futebol de salão pela música de Birmingham. E que bom que assim foi!

sexta-feira, novembro 23, 2007

Thank God It´s Friday!

Alive... not kicking but still alive.

Fica a promessa de regresso dentro de umas horas .

sexta-feira, novembro 16, 2007

O eixo do Eu

Eu. A primeira pessoa do singular.

Eu penso.

Eu posso.

Eu quero.

Eu gostava.

Eu tenho.

Eu tive.

Eu vou.

Eu estou.

Eu...eu...eu...eu...

Questiono-me: que sucede quando o "eu" não é assim tão interessante?

quinta-feira, novembro 15, 2007

Win Win Situation

Diz a sábia Wikipédia:

"In colloquial speech, a win-win situation often refers to situation where one benefits, not necessarily through someone else's loss.
Win-win-win is where both parties win, and the middle man wins as a successful negotiator. "

cof...
cof...

terça-feira, novembro 13, 2007

Novos prazeres

O objectivo era simples: ler algo leve, de enfiada, recheado de acção, de monstros imaginários em cenários tropicais que ainda não conheço.

O que à partida parecia uma tarefa fácil transformou-se numa longa maratona de preguiça e desconcentração.

Porém, a persistência venceu e o livro "leve" deu lugar a um romance de suspense que jazia esquecido na secção dos livros por ler.


"Morte aos Feios" foi escrito por Boris Vian sob o pseudónimo de Vernon Sullivan e está a ser a minha iniciação (tardia, confessa-se) a este escritor.

Uma escrita corrida e simples que não se confunde com superficialidade, mas revela, ao invés, um imenso talento literário.

Os ingredientes são frugais: uma intriga cativante e descomplexada; observações cruas e despojadas de pretensiosismos desnecessários, a inteligência subtil que sobressaí nas entrelinhas e essencialmente naquilo que ficou por escrever.
Sobre a trama, nada há a acrescentar. Prolongando-me em descrições, revelaria, provavelmente, todo o mistério.
Fica, apenas, o conselho de leitura.
E a partilha de uma excelente descoberta!

A culpa é do Cavaco!

Nunca percebi porque raio temos dois horários consoante a altura do ano.
Por um lado, não me serve de muito sair de casa com a luz do sol: a má disposição matinal é crónica.
Por outro lado, a escuridão dos finais de tarde diminuí a produtividade: às seis sentimo-nos como se fossem dez!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Afinal estes serão os senhores que se seguem


Editors
Pavilhão do Belenenses
16 de Novembro

sexta-feira, novembro 09, 2007

quarta-feira, novembro 07, 2007

Coerência feminina

...

Coerência... quê???

terça-feira, novembro 06, 2007

Um ano

De fora chegam notícias que exigem reciprocidade: O que contam os da casa? O que se faz por essas bandas? Como é que tens andado? Como se passam os dias?


Consoante a insistência, assim se encolhem os ombros, assim escasseiam as respostas.
O tempo reduz-se a pó, a velocidade ilusória dos dias confunde-se com o vazio.

As rotinas esvaziam o conteúdo das vidas, deixam-nos cair no anonimato, no desprendimento.


Respondo,
por preguiça (e desleixe) que nada de novo há a contar. Tudo na mesma, tudo tranquilo.

Igualmente camuflado em agendas rabiscadas e ritmos de cafeína, passou um ano.
De coragem e irreversíveis mudanças .

Exactamente um ano depois é tempo de regozijo; de celebração; de acção de graças.

Vencemos. Venceste.

E, cedendo à emoção, apropriada ao delicado momento, caímos no lugar-comum: há um ano atrás, conhecemos o primeiro dia do resto das nossas vidas.
Que a memória não se perca, mas que a experiência não se repita.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Día de Muertos


"En México, más que una festividad Cristiana, es una celebración donde se mezclan tanto la cultura prehispánica como la religión católica, donde el pueblo Mexicano logró mantener sus antiguas tradiciones vivas.

Dentro de éstas tradiciones se mezclan sentimientos contrastantes, como lo son el dolor de perder a un ser querido, unidos al colorido de la fiesta y la diversión (...)"


quarta-feira, outubro 31, 2007

A propósito de tudo e de nada

"É um gajo que eu admiro, pá! Tem sentido de humor e não se leva demasiado a sério, o que nos dias que correm não só pode ser entendido como um sinal de verdadeira inteligência."

O senhor que se segue


















Josh Rouse

26 de Novembro

Aula Magna

Irmãos e irmãs

"Comportavam-se como irmãs: ora choravam, ora riam; ora se abraçavam ou se repeliam; queixumes e confortos numa mesma linha de diálogo.
Receberam a mesma educação, frequentaram as mesmas escolas, os amigos eram comuns.
Leram os mesmos livros, a música foi sempre partilhada, mas os ideais desde sempre as separaram.
Com a passagem do tempo as diferenças de personalidade acentuaram-se. Os planos deixaram de convergir. As ideias tornaram-se paradoxais.
Por vezes, observavam-se como estranhas, unidas pela fatalidade incontornável dos laços familiares.
Não era uma questão de falta de afectos, pois estes existem a priori.
Trata-se de embaraço, de uma distância socialmente aceitável; de uma relação que prescinde de palavras por delas não carecer.
E o tempo passa sem que nada se altere, com as mesmas oscilações de humor, os mesmos ciúmes irracionais.
Anos depois, com os filhos já longe, sentadas no sofá, riem juntas.
Ao fazê-lo vincam ainda mais as rugas que lhes desenham o rosto: afinal, ainda discutem por causa do comando da televisão que agarram com as mãos trémulas da artrite."

domingo, outubro 28, 2007

À míngua

Lá dizia o outro... quem tem tempo, tem blogue.
Quem não tem... tem pena.

segunda-feira, outubro 22, 2007

The Kingdom



O regresso, em força, às salas de cinema, desta feita com pipocas e coca-cola, num formato pouco original e que peca pela superficialidade.
Ainda assim, mais não se poderia exigir para um serão de Domingo que mais parecia uma segunda-feira.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Amiga regressada de N.Y

"Então, como correu essa viagem?"

"Bem...nem te conto. Foi linda. Maravilhosa! Aquela cidade, pá, aquela cidade... Digo-te, eu nasci para viver naquela cidade. Tem tudo a ver comigo."

"Não te querendo desmoralizar com os meus habituais comentários amargos, não me parece que sejas a única que deveria estar a viver em N.Y.. Sempre considerei que o facto de todos nós termos nascido e vivido, quase sempre, na parvalheira mais ocidental da Europa, foi um tremendo erro de casting... "

Obrigada!


Quem disse que as acções "só" ficam para quem
as faz?

quarta-feira, outubro 17, 2007

Mighty heart




Recordemos imagens de um passado recente. Aquelas que , actualmente, quase que nos deixam indiferentes durante o jantar; que já não impressionam nem retiram aos abundantes alimentos o sabor acrescido de uma refeição tranquila.

Recordemos as vítimas da violência cobarde, o miserável terrorismo.

Recordemos, com esforço, os tempos em que o medo não fazia parte do quotidiano e a violência ainda impressionava.

Infelizmente, a barbárie tornou-se vulgar e as tragédias não têm como cenário ideais nacionalistas ou credos inabaláveis: tornam-se comuns e nessa desvalorização, não são nada mais do que um drama pessoal.
A culpa, como sempre, morre solteira e os porquês tornam-se supérfluos.

O drama da família Pearl, retratado a partir dos relatos da própria Marianne Pearl e através de uma representação irrepreensível de Angelina Jolie, provoca a emotividade e a reflexão que os noticiários descuram.

Para ver.
Para pensar.


sábado, outubro 13, 2007

State of mind

Momentos há em que desejo ser vedeta o suficiente para poder usar e abusar do gesto e ainda ser aplaudida por isso!

sexta-feira, outubro 12, 2007

The Grindhouse


Sangue; Violência; Sentido de humor e um elenco de luxo. Robert Rodriguez não desiludiu.
Valeu a pena esperar!

Cultura solúvel

Aha!

Não era um "filósofo do Direito" mas sabia que já nos tínhamos conhecido.

Um grande bem haja ao Google, à "pouco fidedigna" Wikipédia e à cultura geral à distância de um click.

Sagrada Ignorância

Lessing...Lessing...Doris Lessing...??!!
Podia jurar que Lessing era um homem e que se dedicava à Filosofia do Direito.


Parece-me que o Google vai andar sobrecarregados nos próximos dias...

quarta-feira, outubro 10, 2007

Now playing

Trocam-se os agudos das mulheres de Viana do Castelo e as manhãs húmidas do Alto Minho, pelos sons quentes de Cabo Verde e a voz doce da Mayra Andrade que me foi apresentada, entre estratégias de guerra e desafios inatingíveis, pela John.
Obrigada, Célula. De estaminal, pouco tens!

Guimarães









Caminha

Ponte de Lima


quinta-feira, outubro 04, 2007

Viva a República!


Vou para ali e já venho.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Tarde de Domingo





"Yeah, I'm Jerry Christ, whoop dee doo. Jesus is a carpenter, I'm a plumber; you do the math! Yeah, I healed someone. Come here Spot, heel! Look at that!" And people tell me Jesus wasn't Jewish... of course he was Jewish! Thirty years old, single, living at home with his parents, come on. Working in his father's business, his mother thought he was God's gift, he's Jewish, *give it up!* It's an old tradition! And he was Jewish, and many of his Disciples were Jewish. But, for the Last Supper, would they not have gone out for Chinese? I think so. "


Robin Williams - Live on Broadway (2002)

sexta-feira, setembro 28, 2007

"O meu sonho é ser um dia como a selecção portuguesa de râguebi: perder todos os jogos (como já faço agora) mas ser unanimemente tratado como se os tivesse ganho. O meu sonho é afinal o sonho português por excelência: a vitória moral."

por Pedro Mexia.

Audiências



Não é segredo que gosto de futebol. Que sofro e partilho a paixão pelo desporto rei.

É, porém, uma relação amadurecida a que tenho com o meu clube.

Não prescindo de viagens ou de um bom jantar por causa de um desafio, não parto porcelana em casa nem respondo mal aos adversários na segunda-feira de manhã após uma derrota.

Esta, porém, não é a tendência dos portugueses. Obviamente que a minha falta de propensão para a histeria futebolística terá uma forte componente genética: afinal, isto de mulheres no futebol não é coisa digna.

Contudo, agrada-me a ideia de não ser mais uma dessa massa de milhões de portugueses para quem a semana de trabalho é apenas um compasso de espera até aos jogos do fim-de-semana.

Parece-me incompreensível alguém nunca ter lido um livro na vida e devorar, copiosa e diariamente o Record ou a Bola.

Que dizer então do anúncio da subida do IVA imediatamente após o Benfica se ter sagrado campeão? Questionadas as pessoas encolhiam os ombros com descontração e indiferença: o Benfica era campeão e essa notícia, além de não alarmar, vinha interromper a projecção de imagens da celebração da vitória.

Atendendo ao atrás exposto, entendo o raciocínio do produtor do jornal da noite da Sic de Notícias, ao interromper mais uma bela verborreia de Pedro Santana Lopes e transferir a emissão para o Aeroporto da Portela onde José Mourinho acabava de chegar com a família (filhos e esposa).

Estranhamente e com alguma desconfiança, porém, a presença de espírito de Pedro S. Lopes parece-me louvável.

A hipotética passividade de um qualquer outro candidato perante a o facto de ver o seu discurso acerca da actualidade política ser interrompido pela notícia das férias piscatórias de um treinador de futebol, parece-me, ao invés, censurável.

Mais louvável seria, todavia, se esta atitude tivesse sido assumida por outro personagem político, por alguém com um percurso limpo e provas dadas de competência e seriedade.

Assim, não obstante concordar com o comportamento, é inevitável deixar de sentir que deixaram de emitir a flash interview do treinador do Leiria para emitir a conferência do ex-treinador do Chelsea: não se perdeu, nem se ganhou, nada importante.

Calar Santana Lopes, mais do que falta de educação e noutras circunstâncias, certamente, parece-me uma atitude de bom senso.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Descobri ontem que o meu pai, possuidor de uma aversão genética a computadores e que acredita que WLAN é uma marca de lã para fazer tricôt, afinal dedica preciosos momentos do seu dia para ler blogues, mas não o meu.

Contrariamente às expectativas, saber que este espaço é preterido pela minha família opera como um tranquilizante e fomenta a liberdade de expressão.

Tenho dito: o complexo de Édipo é sobrevalorizado na sociedade moderna.

terça-feira, setembro 25, 2007

Bush

Just when we thought he couldn´t get any worst... Aqui.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Pitéus



A escassos quilómetros de Avis (segundo o ditado, a terra que Deus não quis!),no meio de uma planície infindável e sob um sol abrasador, chegámos a Alcórrego, situado entre Aviz e Pavia.

Segundo informações locais (um conselho que vivamente se recomenda), o local para almoçar não poderia deixar de ser “A Tasca do Montinho”, um sóbrio e quase despercebido restaurante onde descobrimos deliciosas iguarias alentejanas.

Não pretendendo graduar a gastronomia nacional e sendo-me impossível determinar qual a minha preferência, a cada garfada da açorda de espargos, recordei como é abundante em sabores e aromas a cozinha alentejana e como o prazer de comer jamais é descurado nessa zona do país..

As nossas opções foram os secretos de porco preto, acompanhados pela já mencionada açorda de espargos e sopa de cação. De entradas, não conseguimos abdicar do queijinho da terra, linguiça e farinheira frita, grão com bacalhau desfiado e tirinhas de carne de porco com alho e azeite (petisco cujo nome técnico caiu no esquecimento).

As pecaminosas sobremesas não puderam deixar de ser a acostumada sericaia, com ameixa de Elvas e um altamente calórico “Fidalgo”.

De barriga e alma satisfeita, retomámos a estrada de regresso a Ponte de Sôr, ávidos por regressar em breve ao recém-descoberto tesouro gastronómico.

A dieta aguardará por melhores dias!



“Tasca do Montinho”

Alcórrego

7480 Avis

Telefone: 242 412 954

Encerra à segunda-feira

domingo, setembro 23, 2007

Memorandum


Os jovens saem à noite, regressam a casa às sete da manhã e, horas depois, acordam rejuvenescidos e vão surfar para Carcavelos.

Os velhos,por outro lado, esquecem-se de que já não são assim tão jovens, saem até às sete da manhã e despertam do coma 48 horas depois, engravatados e em frente a um computador, a amaldiçoar a manhã de segunda-feira.

“Conheceu, então, o sabor acre do medo e o aumento abrupto de uma adrenalina desconhecida. O diagnóstico foi positivo. Os medos caíram por terra. De momento, não há motivo para alarme, não obstante ter sido aconselhada a repetir os exames de seis em seis meses.

O tudo ou nada do exame adicionou uma nova perspectiva à maturidade com a qual ainda não tinha aprendido a lidar: afinal, acresce às contas por pagar e às decisões cruciais, a doença que, até àquela data, só batia à porta do vizinho.”

quinta-feira, setembro 20, 2007

"Agenti ensina-os a ladrar e depois eles mordem n´agenti"



Em Alvalade, na noite de ontem, o carrasco do Sporting foi o menino de ouro da casa que nos recordou, de forma desconcertante, o porquê de uns jogadores chegarem ao estrelato e outros nem tanto.

Ao aproveitar, como ninguém, a oportunidade que conduziu ao golo do Manchester, Cristiano provocou na audiência um verdadeiro “acting out”: se por um lado a tristeza e a decepção do golo refrearam os ânimos elevados da primeira parte do jogo, por outro lado ninguém melhor que um dos da casa para deitar por terra o esforço da nossa equipa.

O perdão fez-se sentir imediatamente: se uma parte do estádio fazia o luto pelo jogo que, nos primeiros quarenta e cinco minutos poderia ter sido ganho por nós, uma outra parte do estádio aplaudiu Cristiano Ronaldo, numa demonstração de fair play, humildade e reconhecimento que jamais vi em Alvalade.

Confesso que não conseguiu aplaudir no momento do golo, apesar de não ter podido parar de o fazer aquando da substituição de Ronaldo (não com alívio, mas um imenso orgulho!).

A razão e o sentimento caíram por terra ontem à noite e apesar da derrota , na boca não ficou um sabor amargo.

Será que, afinal, o futebol me faz evoluir enquanto ser humano?

terça-feira, setembro 18, 2007

O post de dia 16!

Parabéns aos meus afilhados por um ano que passou sem que nos tenhamos dado conta; pela nova vida a dois; por um casamento fantástico; pelos jantares bem temperados e pelas conversas de hall de entrada intermináveis!

segunda-feira, setembro 17, 2007

O novo Código de Processo Penal

É inegável que de justiceiros todos temos um pouco. A única diferença que separa os comuns mortais dos juristas são cinco anos de Faculdade de Direito, perfeitamente dispensáveis, na óptica do cidadão, pois a justiça natural adquire-se com o nascimento.
Porém, não posso deixar de questionar a desvalorização do Direito por parte da classe jornalistica.
Com a controversa entrada em vigor do novo código de processo penal ( bem como do novo código penal), a discussão desceu à praça pública e vox populi surge para comentar e analisar criticamente as alterações legislativas, nomeadamente o novo regime de aplicação da medida de prisão preventiva e o encurtamento dos prazos, noticiados pelos repórteres de Portugal de forma alarmista e pouco fundamentada.
O povo, indignado, comenta o estatuto de preso preventivo por interposição de recurso e a saída da prisão do assassino de Santa Comba Dão, prematura segundo os mui doutos juízes das praças centrais deste país.
Olvidaram-se, porém, os incendiários repórteres de esclarecer as medidas de coacção alternativas e igualmente gravosas que poderão, eventualmente, ser aplicadas (obrigação de permanência na residência com vigilância electrónica, por exemplo).
No entanto, o alarmismo vende e a censura aos actos jornalísticos deverá ser contida, tendo em consideração o circunstancialismo que lhes está, naturalmente, subjacente.
Todavia, tal alarmismo manipula opiniões e a sociedade desatenta, pelo que alguma cautela e rigor deverão ser exigidos.
Por outro lado, não poderei deixar de me pasmar com o facilitismo com que as pessoas opinam sobre Direito e acerca de uma técnica com a qual, nem todos, estão familiarizados.
Imagine-se o que seria ser indagada, em directo para a RTP, acerca da minha opinião sobre o novo método utilizado pelo Hospital Garcia da Orta nas rinoplastias realizadas…
Pessoalmente, confesso, que teria alguma dificuldade em tecer uma opinião.


* Ver ainda "Vamolaver" da Vieira do Mar que põe o dedo na ferida como deve ser!

Pequenos nadas de um fim-de-semana

Tremoços, vinho do garrafão, minis a refrigerar na banheira do Nenuco, migas com entrecosto, muito gin e um iTunes bem apetrechado.
Conversas como cerejas, chapéus e fotografias.

E a vida é isto...simples!

quarta-feira, setembro 12, 2007

11 de Setembro

Há 6 anos atrás, minutos antes da primeira colisão, regressei de uma etapa que mudou, significativamente, a minha breve vida.
Mergulhada no típico egocentrismo púbere, não podia adivinhar que uma nova etapa se iniciava para a Humanidade.
Dias antes, tocávamos as marcas das balas da II Guerra Mundial que permanecem cravadas nos edíficios de Budapeste, temerosas mas convictas que a razão e a evolução para o pseudo-civilizado mundo em que dizemos viver, não permitiriam a repetição de tão horrendo episódio da nossa civilização.
Mas a História escapa à razão e a tábua rasa (certamente!) da experiência permite que se cometam os mesmos erros.


Não vi o telejornal ontem e abstive-me de comprar o Público. Não precisamos de auxiliares de memória, pois o 11 de Setembro vivemo-lo, diariamente, desde 2001.

Para quê dizer que o recordamos se, na realidade, nunca o esqueceremos?

terça-feira, setembro 11, 2007

Fecho de contas


Chegaram ao fim os dias de luxúria literária (“Sábado” de Ian McEwan, “O grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald, “Patagónia Express” de Luís Sepúlveda, “O Sorriso Etrusco” de José Luís Sampedro e o ainda por acabar “Vagabundos do Dharma” de Jack Kerouac) , de consumo compulsivo da série das “sandálias e traições”(“Rome”), de água transparente e de faenas gastronómicas,com tempero do Barlavento Algarvio.

Na memória ficam dias de tranquilidade e a certeza que Setembro é, nos dias que correm, a época de ouro para o descanso estival.

Regressemos, pois, à doce realidade.

segunda-feira, setembro 10, 2007

sábado, setembro 01, 2007

Até já!

Regresso ao paraíso ...Vale de Figueiros, Aljezur


Arrifana, Aljezur


* Retomando actividade dentro de uma semana, com as ideias refrescadas, a pele mais tostada e vestígios de sal na bagagem.

quinta-feira, agosto 23, 2007

quarta-feira, agosto 22, 2007

Y tu mamá también






Gosto de ver filmes repetidamente e de notar os pequenos deslizes de realização que mais ninguém vê, de prestar atenção ao pormenor de um figurante anónimo, de concentrar-me nos detalhes que, sendo cruciais, escapam ao olhar de um espectador descuidado.
Um dos filmes que revi esta semana e que jazia, desalinhado, na minha estante há já algum tempo, foi o badalado “Y tu mamá tambiém” do realizador mexicano Alfonso Cuarón.
Á primeira vista facilmente nos sentiríamos tentados em enquadrá-lo num relato de uma “road trip” juvenil, certamente incapaz de atingir o nível de introspecção da escrita Jack Kerouac , mas igualmente incapaz de cair no rídiculo dos filmes de série cómica americana.
Uma análise atenta aos detalhes do filme de Cuarón, afasta-nos da suposta “trama” que desenvolve entre Tenoch , Júlio e Luísa e conduz-nos a um México real, sem o tom azul coral da costa das Caraíbas, sem a artificialidade das margueritas com enfeites ou o cliché dos cruzeiros em Acapulco.
A Cidade do México e os seus contrastes; a juventude privilegiada que, quase invariavelmente, se dirige à Europa para passar os meses de verão, qual ritual de passagem; os clubes desportivos onde a actividade física se torna secundária; as casas de luxo onde senhoras do interior , incapazes de se adequar ao frenesim da capital, dedicam a sua vida a criar os filhos de outros, demasiadamente políticos e ocupados para se preocuparem das suas crias.
O caminho trilhado entre o Distrito Federal e Guerrero; as anciãs das aldeias; as homenagens aos que já partiram; as paragens obrigatórias junto de uma polícia corrupta e indiferente; a pobreza aceite com simplicidade.
Rever este filme foi mais do que uma tarde bem passada.
Foi rever um país que me continua a despertar curiosidade e viajar, uma vez mais, pelas estradas que já conheci e pelos caminhos que ficaram na memória, compreendendo um pouco daquilo que os resorts e o temível Dean não deixam transparecer.

É oficial

Preciso de férias.
Os meus dedos já estão calejados de tanto clicarem no botão esquerdo do rato para aceder ao site do Perez.
Somebody put me out of my misery...

terça-feira, agosto 21, 2007

Reencontros



O dia foi passado entre caminhadas e recordações; entre explicações superficiais acerca do património nacional e comparações rápidas com a cidade do outro lado do oceano.

Na memória, porém, a cidade junto ao Mediterrâneo permanecia latente, pois fora aí que tudo tinha começado.

As vidas já não convergiam e as noites já pouco se assemelhavam às do passado. Porém, o ambiente permanecia estranhamente familiar.

Os reencontros trazem saudade, palavra sem tradução em qualquer outro idioma, mas que dispensa explicações quando se faz sentir.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Estamos de luto

Fernando Santos foi demitido na noite passada e Camacho regressa à posição de líder espiritual da Catedral. A comunidade leonina dá os seus pêsames ao Engenheiro que condizia tão bem com a mobília da Luz...

quarta-feira, agosto 15, 2007

Nossa Sr.ª da Assunção

Despertar, isenta de alarmes, perto das onze e meia da manhã.
Céu sadicamente nublado a meados de Agosto.
Ausência de agenda e telemóvel desligado.
Dois filmes e um documentário depois, os músculos relaxam, ainda, no sofá que hoje não arrefeceu.

terça-feira, agosto 14, 2007

Saldos de verão



"When Harry met Sally"


Harry Burns: You realize of course that we could never be friends.

Sally Albright:Why not?

Harry Burns: What I'm saying is - and this is not a come-on in any way, shape or form - is that men and women can't be friends because the sex part always gets in the way.

Sally Albright: That's not true. I have a number of men friends and there is no sex involved.

Harry Burns: No you don't.

Sally Albright: Yes I do.

Harry Burns: No you don't.

Sally Albright:Yes I do.

Harry Burns: You only think you do.

Sally Albright:You say I'm having sex with these men without my knowledge?

Harry Burns: No, what I'm saying is they all WANT to have sex with you.

Sally Albright:They do not.

Harry Burns: Do too.

Sally Albright:They do not.

Harry Burns: Do too.

Sally Albright:How do you know?

Harry Burns: Because no man can be friends with a woman that he finds attractive. He always wants to have sex with her.

Sally Albright: So, you're saying that a man can be friends with a woman he finds unattractive?

Harry Burns: No. You pretty much want to nail 'em too.

Sally Albright:What if THEY don't want to have sex with YOU?

Harry Burns: Doesn't matter because the sex thing is already out there so the friendship is ultimately doomed and that is the end of the story.

Sally Albright:Well, I guess we're not going to be friends then.

Harry Burns: I guess not.

Sally Albright: That's too bad. You were the only person I knew in New York.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Parabéns Célula mai linda!

Também tu, finalmente, chegaste à recta para os trinta. E sempre maravilhosa, sempre bem disposta, sempre actualizada ( Thank God for PerezHilton.com!).
O Saramago já te deu os parabéns ?

Parabéns PrP!


Isto é como o vinho do Porto: melhora a cada dia que passa! Bem-vinda à recta para os trinta.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Segredos de justiça

O caso Madeleine McCann regressa aos noticiários com suspeitas que, apesar do aparato de novidade, mais não são do que conclusões lógicas: os pais da menina são possíveis suspeitos.

Os avanços da investigação reconduzem-se simplesmente a esta conclusão que, aliás, sempre existiu, pese embora camuflada por outras tantas suspeitas que a Policia Judiciária levantou desde o início do quebra-cabeças mais mediático da história Portugal .

Daí que mostre alguma relutância em surpreender-me com este suposto “avanço” na investigação que mais parece uma manobra de ilusionismo, por parte da tão criticada PJ, para limpar a sua imagem, danificada perante os resultados inconclusivos da investigação, por si, liderada.

Curioso, ainda, o facto de em Portugal o profissionalismo se confundir com ataques pessoais: a polícia britânica, igualmente sem grande novidade, critica e aponta o dedo aos métodos, certamente arcaicos na sua óptica, da polícia portuguesa trabalhar. A polícia portuguesa, por sua vez, espicaça-se com as provocações de terras de sua majestade, como se anos de história de arrogância inglesa em terras lusas tivessem caído no esquecimento.

Nas entrelinhas, uma criança continua desaparecida, a hipótese da sua morte é assumida publicamente (como se essa hipótese não fosse óbvia desde os primeiros dias de investigação fracassada) e os pais que um dia emocionaram o mundo com as mãos trémulas e o caminhar irregular pelas ruas da Praia da Luz, começam a sofrer o estigma da investigação e os efeitos perversos da campanha mediática que eles próprios lançaram: o julgamento público, sem sentença ou contraditório.

Low Battery




Risk to loose data.

sexta-feira, agosto 03, 2007

quarta-feira, agosto 01, 2007

Ofensas e injúrias



Mulheres que dizem amar demais e confundem amor com doença; dedicação com obsessão; saudades com desespero.

Descontrolo genético ou esquizofrenia disfarçada?

O advogado transforma-se, então, no psicólogo e a questão deixa de ser jurídica.

terça-feira, julho 31, 2007

Initial confusion

Após a produção de "posts" tão entediantes, a única explicação que encontro para que este blogue mantenha um nível de visitantes diários aceitável, deve-se unica e exclusivamente ao engenhoso motor de busca da Google que os reencaminha para este canto da blogosfera, com alguma malícia diga-se , quando estes pesquisam expressões como "menino e a cabritinha", "mensagem para a filha" ou "família Scofield no mundo"...

Verão na cidade

Noites em claro em quartos cálidos.
Dias abafados na cidade cujos habitantes que rumam a sul; dias que duram eternidades.
As manhãs confundem-se com as tardes; as tardes atormentam-nos com o sol escaldante, as noites atrasam a sua chegada.
A preguiça entorpece os músculos, o cérebro e a vontade.




* Nota da autora: recordar este pequeno brainstorming da próxima vez que resolver ir de férias em Setembro!

quinta-feira, julho 26, 2007

Silly season - O escritório

Cinco e meia da tarde.
38º graus à sombra.
Lisboa.
Escritório em mudanças.
Em cima das secretárias em desalinho, a análise de questões processuais é adiada, em virtude das dificuldades técnicas.
Subitamente, sou acusada de ser presunçosa por afirmar que a vizinha que reside no andar imediatamente superior ao do escritório é a D. Paula quando, aparentemente, quem lá reside são uns engenheiros quaisquer!

Long live the silly season.
Que todas as questões que ocupem a alma humana sejam estas (com ou sem presunção).

Ámen.

Silly season - As bodas

"O que a gente precisa é de dinheiro, pois tá bem, mas que me expliquem quando se perderam as formas e o sentido comum e por que carga de água agora tudo se mede em euros. Juro que o que me apetece é oferecer um dálmata de porcelana, só para foder e para se deixarem de merdas."

via Rititi

Produtividade em Agosto

Ainda bem que te deixaste de fitas e regressaste!

Não separe o homem aquilo que Deus uniu

Passaram trinta anos juntos a partilhar casas, filhos e projectos.
Observando-os de perto, porém, anos de afastamento foram silenciosamente palmilhados.
Como é possível caminharem juntos percursos tão separados? O que os uniu de início quando possuíam, desde logo, personalidades tão distintas e sensibilidades antagónicas?
Do matrimónio da juventude restam apenas imagens a preto e branco emolduradas, como deve
ser, em cima do aparador da sala.
Não pretendendo quantificar a felicidade, poder-se-á dizer que vivem infelizes, disfarçando as desilusões e as mágoas com artíficios do quotidiano.
Dizem-se casados, mas há muito deixaram de o ser.
Não separe o homem aquilo que Deus uniu... ou não una Deus aquilo que o Homem, mais tarde, não tem coragem para separar.

terça-feira, julho 24, 2007

segunda-feira, julho 23, 2007

Dias de sol

O paraíso dos fins-de-semana para compensar as semanas citadinas...

quinta-feira, julho 19, 2007

A outra maravilha do Mundo (depois de Chichen Itzá)

Ou o tesouro que escapou à votação. Aqui.
Orale!

terça-feira, julho 17, 2007

O voto

O voto foi pragmático.
Sem convicção, desapaixonado, censuravelmente calculista: ao participar, adquiro, automática e legitimimamente, o direito à crítica e ao futuro discurso de descontentamento.
A vitória do PS não foi estonteante, mas comparativamente, significou uma derrota da oposição.
Porém, a vitória de António Costa não tem, em minha opinião, grande mérito: deveu-se à falta de qualidade da oposição (ou mesmo à inexistência desta), à falta de escolha, à desconfiança de que, desta forma, o Governo abra mais os cordões à bolsa, no que concerne o município; ao medo recém-adquirido dos lisboetas de ter, uma vez mais, uma Câmara ingovernável (risco, contudo, não eliminado).
Em noite de eleições fizeram-se promessas; delinearam-se, novamente, projectos e ideias.
Sem ingenuidade, diminuí o volume da televisão.
Afigura-se difícil acreditar em promessas perante um anfiteatro de excursionistas subsidiados, antecipadamente, pelo PS, para vir a Lisboa aclamar a vitória de António Costa enquanto Presidente de uma Câmara que não lhes pertence.

sábado, julho 14, 2007

sexta-feira, julho 13, 2007

Um ano



Decorreu um ano e tal como as outros eventos marcantes, na hora da despedida, os sentimentos ficam dormentes e a mente não processa o turbilhão de pensamentos que o alívio e o incógnito originam.

Um ano passou e tudo aconteceu.

Complicado, traiçoeiro, inesperado, mas ao mesmo tempo unificador, gratificante, energético.

Chegou a hora do encerramento; não do evento em si, mas de todo um capítulo de uma história que, em muitos momentos, senti que não escrevi.

Celebre-se, pois, o final que, como num bom filme ou intrigante livro, permanece em aberto, aguardando as definições e as diferentes leituras que cada um pode dar.

quinta-feira, julho 12, 2007

Voto não esclarecido

Será possível ter chegado ao ponto de desejar não votar em Lisboa?

Desconfianças

Por vezes suspeito que Deus deve divertir-se à grande.
Imagino-o inteligente, mordaz e atento, agarrado à barriga num descontrolo de gargalhadas irónicas e ácidas.
O Deus em que acredito não nos criou, certamente, à sua imagem. As leis de mercado não permitem seres igualmente capazes e virtuosos.
Fez-nos, creio, mais tontos, mais ingénuos, menos sarcásticos e muito menos refinados.
E por isso se ri tanto: não connosco, mas sobre nós!

quarta-feira, julho 11, 2007

O regresso da filha pródiga

Dia 24 de Agosto. Ao meio dia. No "El Prat".

Ironia

Pensar que se chegou a um punto em que "estar de férias" é sinónimo de regressar ao trabalho.

terça-feira, julho 03, 2007

Pequenos tormentos III (ou o estranho prazer do masoquismo)

Está toda a gente , excepto eu, perdida, voluntariamente, no mundo incompreensível da "common law".

E pensar que há dois anos atrás, a minha única preocupação era conseguir uma cerveja gelada e uma parcela de terreno menos sujo para me sentar...

Pequenos tormentos II

"If only God would give me a clear sign! Like making a large deposit in my name in a Swiss Bank."

Woody Allen

sábado, junho 30, 2007

Pequenos tormentos I


Há areia no elevador e a entrada do meu prédio cheira a protector solar Nívea.
Contudo, nos metros quadrados que me rodeiam, não houve, no dia de hoje, qualquer produção de melanina.

sexta-feira, junho 29, 2007

I feel numb

O humor nos dias que correm. Aqui.
E aqui em casa...
E na biblioteca também...
E no final de contas...

segunda-feira, junho 25, 2007

Comparative law

"Não acho normal. Achas normal ter que estudar a lei mexicana?"
"Não achas normal porquê? Segundo dizem, nós mexicanos temos uma das melhores Constituições do mundo."
"Sim, mas não vou estudar a vossa Constituição. Estou mesmo a falar da lei processual civil mexicana."
"Acho muito bem que a estudes.Tens que saber como funciona a tua profissão no meu país, como é que se resolvem os litígios..."
"Mas querido, todos sabemos que no México os problemas se resolvem com porrada!"
"Com porrada, não. Com dinheiro. Estamos muito mais civilizados!"

Leitura de cabeceira





Nunca consegui dissociar Sissi da Áustria dos filmes protagonizados pela actriz Romy Schneider.
De igual modo, nunca consegui abandonar a imagem que os meus livros de infância me transmitiam da menina feliz que passava os dias a cavalgar pelos campos da Baviera, na companhia do seu pai Maximiliano e dos seus irmãozinhos, igualmente virtuosos e loirinhos.

Porém, o mito em que vivia sofreu, ontem à noite, um pequeno abalo.

Minutos antes de sucumbir ao cansaço do dia, fui transportada do imaginário infantil, alimento de fantasias e equívocos históricos, para um relato mais adulto*, onde descubro que a princesa mais bonita da Europa (recorde-se, com a cara e figurinha de Romy Schneider) era caprichosa, emocionalmente atrofiada e bissexual.

Confesso que ainda permaneço em choque.

Rejeito os factos históricos.

Fico-me pela Romy Schneider.


* "Valsa Inacabada" de Cathérine Clement

sexta-feira, junho 22, 2007

Verão




No Verão, todos ficamos mais bonitos...





quarta-feira, junho 20, 2007

Não podemos aspirar a um mundo perfeito, mas podemos, legitimamente, aspirar a um mundo melhor.

A menina do café da minha rua personifica a esperteza saloia que nos caracteriza há séculos e, de forma quase que inocente e irreflectida, nos condena ao retrocesso social.

Tem boa saúde, boa aparência, doseia o volume de trabalho com intervalos de nicotina, uma filha a quem veste do bom e do melhor e um marido que trabalha com afinco mas cujo ordenado é magro demais para comportar as despesas excessivas da família.

O café da minha rua pertence à mãe da menina acerca da qual escrevo, endividada até à medula óssea e que, em momentos de tensão, não abdica de uma manicure francesa e de extensões de cabelo louras, pois “se não nos sentimos bem connosco, a coisa não se endireita”.

Orgulhosamente, a menina do café informa-me que está a receber subsídio de desemprego, pese embora receba, simultaneamente, o ordenado que a mãe lhe paga.

“Enquanto der, vou aproveitar”, diz ela enquanto eu, educadamente, finco as unhas nas palmas das mãos para me conter perante o anúncio de que aquela senhora, com quem partilho o café matinal está, afinal de contas, a defraudar o sistema e a roubar o dinheiro dos impostos e das contribuições que entrego ao estado.

A segurança social, brilhante instituição no acto de recepção das contribuições, mas meio amnésica no acto de retribuição, fecha os olhos à menina do café, aos seus ordenados, ilegalmente, cumulativos que no final do mês lhe aconchegam a conta bancária.

Ironicamente, em Aveiro, a reforma por invalidez não foi concedida a uma professora, vítima de leucemia que, perante esta decisão da Segurança Social e o facto de ter que comer ao final do mês, se viu obrigada trabalhar até à morte.

Não teremos chegado, pois, a um ponto em que a inércia e o conformismo são inaceitáveis?

Vivemos num país onde a baixa fraudulenta ocupa uma percentagem significativa da população, ironicamente, activa; onde a menina do café se orgulha de enganar esse ente estranho – o Estado – e onde a insuficiência económica é alegada de forma falsa e de ânimo leve.

Bebo o café e vejo a menina alegre que me comunica ter adquirido um novo carro.

Sorrio e afasto-me perplexa.

Sei que os meus impostos estarão, provavelmente, a contribuir para o bem-estar do agregado familiar dela, situação que, analisando bem as coisas, me conforta um pouco. Afinal, sei em que é que as minhas contribuições se consubstanciam: num relógio Calvin Klein no pulso da menina do café.

terça-feira, junho 19, 2007

É uma menina!


Parabéns aos pais pela recém-chegada Inês.
Bem-vindos, finalmente, à guerra do percentil!

domingo, junho 17, 2007

Trienal de Arquitectura


Decorre em Lisboa a Trienal de Arquitectura, evento que atrai arquitectos e aspirantes a tal, bem como centenas de outros curiosos, leigos no mundo da projecção e do Autocad, mas a quem o tema “Vazios Urbanos” despertou interesse.

Ao ouvir dois advogados comentar que haviam passado a tarde de sábado no Museu da Electricidade, observando maquetes de um projecto do Siza Vieira e os esboços que as antecederam, não pude deixar de imaginar qual o impacto bizarro que um evento jurídico, a uma escala semelhante, poderia ter na sociedade portuguesa.

Por mais abertura intelectual de que disponha, jamais conseguirei conceber um arquitecto a dedicar os seus dias de ócio à contemplação de um ante-projecto de lei ou a venerar o carácter histórico das folhas amarelecidas de um exemplar do código de Seabra.

sábado, junho 16, 2007

"... fica-se com a ideia que são bem recebidos todos aqueles sacrifícios e sente-se que, no contexto de tanta ascese e renúncia, o próprio acto de viver constitui pecado.
Bem basta a culpa que já temos sem estar a puxar também pela culpa de não sofrer mais."


"As Igrejas são a igreja", por Miguel Esteves Cardoso (Revista Única, na edição de hoje do Expresso)

sexta-feira, junho 15, 2007

3rd round

Enforcement of judgments in foreign courts... foreign courts...distant courts...distant courts in distant countries...distant countries we visit on vacation...Vacationssssss...

Melting pot

Há tradições que, contrariamente ao ditado, já não são o que eram.

Atendendo ao forró, à kizomba e a música house a ecoar nas paredes da Sé, não me espantaria que um dia as sardinhas de Santo António venham a ser servidas com mandioca, molho de caril e cachupa.

Terapia








Era uma casa muito singular.

Todos ali se sentiam bem e rapidamente se acomodavam aquele convidativo ambiente.

Ela observava os seus convidados, com o meticulismo e rigor que a caracterizavam, imersa, uma vez mais, no silêncio do seu pensamento.


Com alguma ironia, constatou, pela primeira vez que a casa ( ou quiçá eles) tinha um dom: o de atrair loucos e afastar dinheiro.

"Um vida simples, minha querida", dissera-lhe a mãe quando ela partilhou a sua pertinente observação.

"Não. A simples constatação de que o abismo atrai abismo!", respondera-lhe, pragmática e conformada.