quinta-feira, março 02, 2006

So what´s next Mr. President?



Quando mentiu acerca da existência de armas químicas no Iraque, a comunidade ocidental tratou-o com benevolência.
Aliás, tratou o elo anglosaxónico de Bush e Blair com uma brandura que quase que se confundiria com a resignação duma mãe cansada, ao ver o filho repetir asneiras com a mesma energia e determinação com que as havia cometido pela primeira vez.
Talvez porque fosse tarde demais evitar o que quer que seja.
Afinal, a Guerra já tinha começado e não esqueçamos que Saddam era o ditador desrespeitador dos direitos humanos e da cultura democrática de que tanto nos orgulhamos.
Parar para pensar se o modelo democrático era o adequado para o Iraque ( independentemente de funcionar connosco) ou numa reestruturação política para o Iraque no pós-guerra, colocando-se a questão de saber se Xiitas e Sunitas poderiam conviver em equilíbrio de forças , exigia um esforço mental demasiadamente complicado para todos nós.
Imagine-se então o quão exigente este raciocínio seria para Bush que, aparentemente, é incapaz (ou se recusa!) de pensar a longo prazo, dedicando o seu tempo a actividades muito mais relevantes, como jogar golf no seu rancho no Texas.
Comprovadamente demonstrado que o homem não tem um QI elevado, restar-lhe-iam a humildade e a seriedade, como escapatória da sua mediocridade e meio de afirmação e admiração perante os demais.
Porém, o pastor do Mundo Ocidental não possui nenhuma destas duas virtudes, nem procura adquiri-las.
E quando Bush espirra, todos nós ficamos de cama uma semana.
E quando Bush mente à comunidade internacional, encolhemos os ombros com desanimo e o Congresso aplaude.
E quando Bush mente à sua própria gente, deixando-os à mercê do Katrina, ainda que previamente avisado da ruptura inevitável dos diques de New Orleans, imagine-se então o que fará aos que não penduram a bandeira americana na porta das suas casas?

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