quarta-feira, junho 28, 2006

Depois de oito anos


O "Carioca" do Chico chega mesmo a tempo para soprar as velas...




Pausa...



Aparentemente há vida para além das paredes imediatamente em frente à minha secretária.

O sol voltou, a temperatura ameaça subir e felizardos há que já se podem esparramar, descontraídos, na praia, deixando os neurónios a marinar até Setembro.

Quando o curso terminou, julguei que jamais voltaria a saudar Julho com aquela ligeira enxaqueca ansiosa; que jamais teria que voltar a rotina dos dias inquietantes de reclusão, à espera do desconhecido.

Apesar de inconscientemente saber que todos nós somos avaliados diariamente através de cada acto, palavra e inclusivé de cada omissão que nos permitimos, submeter-nos a um teste causa sempre desconforto e temor.

Principalmente quando os critérios não são justos, os avaliadores são humanos e, consequentemente, não são isentos ou infalíveis, quando os conhecimentos adquiridos ao longo do estágio não obedecem a padrões homogéneos, quando se pretende avaliar aptidões profissionais num único dia, sob pressão e sem uma qualquer limitação da matéria a avaliar.

Parte boa: a música, os jogos do Mundial, o ligeiro “Memoirs of a Geisha” para ler no final do dia, como contraponto do Código de Processo Civil.

A má?

O risco de em Setembro, dois anos após a entrada no mundo laboral, ver-me novamente enclausurada e a brincar ao faz-de-conta dos estudantes.

segunda-feira, junho 26, 2006

Deconstructing Harry - 1997



Doris:You have no values. With you its all nihilism, cynicism, sarcasm, and orgasm.
Harry: Hey, in France I could run for office with that slogan, and win!

Show de bola

Levas tau tau

Mudam-se os tempos




A sofisticação de 2006



A delicadeza de ´66

A voar para os quartos de final





Uma espécie de Quidditch sem vassouras... Imagine-se se as tivessem!

domingo, junho 25, 2006

Uma despedida com honra



Argentina -2 * México - 1

Desconcentração



Coça os pés, lê duas linhas e suspira.

Tem fome; tem sede; tem sono e dores musculares.

Toma notas, risca notas, sublinha, escrevinha.

Aos poucos a sua caligrafia torna-se indecifrável, mas não se importa: no momento crucial saberá entender os seus hieróglifos.

Vê os mails, explora os cd´s, espreita os blogs e roí as unhas.

Marca as páginas com “post it” e divide o dossier com separadores.

Pensa no futebol, na avó, nas séries do canal dois, nos telefonemas que ainda não fez, nas férias que tardam em chegar.

Não faz tanto quanto devia e tem consciência disso.

Dói-lhe o estômago por causa da ansiedade e sente as primeiras ameaças da eminente enxaqueca.

Mesmo após decorridos tantos, tem consciência de que ainda não aprendeu a estudar.

E , logo agora, que se começava finalmente a concentrar, é hora de jogo e Portugal tem que ganhar.

Não importa. Amanhã as coisas vão correr melhor... certamente...

Suspira.

Fecha os livros e vai lanchar!

quarta-feira, junho 21, 2006

Acta da Assembleia

Não se apresentaram com um nome fictício, nem assumiram, sem pudores, que tivessem um problema a partilhar com os demais.

Tinham, no entanto, vários problemas comuns e esse era o motivo que os levou a reunir naquela noite.

Só se alcançaram os 25% exigidos para o quorúm, uma hora e meia depois da hora marcada.

Uns chegavam curiosos, atónitos perante a sala de condóminos que ainda não conheciam.

Muitos, porém, faziam-se acompanhar de relatórios de contas, lista de sugestões, canetas e calculadoras.

Como não poderia deixar de ser, iniciaram-se os trabalhos com as declarações exaltadas e sanguinárias de uma das condóminas.

Tal como sucede em qualquer assembleia de condóminos em qualquer edifício do mundo, procurou-se durante largos minutos, através da partilha da terapia de grupo, debater os problemas e apontar o dedo a terceiros, sem qualquer tipo de pragmatismo na busca de soluções eficazes perante as contas negativas do condomínio ou a quase aceitação tácita dos condóminos perante a transformação da piscina privada em municipal.

Tínhamos, portanto, o Sr. Contabilista, obcecado com os desvios do fundo de reserva comum e as discrepâncias entre o orçamento apresentado para 2005 e os gastos reais; a senhora indignada que pedia a afixação pública da lista de devedores das participações comuns, provavelmente e a julgar pelo seu olhar tresloucado, seguido de um linchamento por parte da Comissão de Acompanhamento.

Ao fundo da sala encontrava-se o Certinho-Direitinho, defensor dos insectos e da flora circundante ao prédio que sugeria a contratação de um salva-vidas para vigilância da piscina dos pequeninos, desconhecendo, este pobre Diabo, que crianças quase não têm espaço na sua piscina, na medida em que todos os fins-de-semana os King Kongs de Campolide e arredores, juntamente com as suas igualmente encantadoras GI-Janes, ocupam orgulhosa e languidamente aquele seu tanque, com as inevitáveis e estéticas tatuagens, latas de cerveja e cinzeiros!

Estavam igualmente presentes as senhoras dos andares térreos que, fazendo jus às suas preferências, se uniram na linha da frente da sala, redundando nas suas exigências de “soluções integradas” por parte da Administração e encontraram naquele sinistro encontro, uma forma diferente de passar as suas noites solitárias.

A animar a discussão, o “queque” sem papas na língua que, de forma atabalhoada e demasiado corriqueira, dizia em voz alta o que todos pensavam, mas temiam dizer.

A Administração, despreocupada e com uma evidente falta de preparação técnica, defendia-se das pedras arremessadas por este grupo de pessoas que renunciou ao sofá para procurar soluções para o “bem comum” que de comum não parece ter muito, uma vez que 75% dos condóminos se encontravam ausentes.

Last but not the least, a “jurista”, escondida na última fila e alheia às disposições legais entediantes que regulam o condomínio, perdia-se em análises psicológicas daqueles seus vizinhos que, da mesma forma que pregavam em defesa do que “é nosso”, a atropelam praticamente todos os dias na garagem e fingem não vê-la quando se cruzam nos corredores.

Por unânimidade, encerraram-se os trabalhos perto da uma e um quarto da manhã.

Que se faça constar em acta.

domingo, junho 18, 2006

Ah bom...assim sinto-me mais descansada

"A Ordem dos Advogados é uma associação de direito público para a qual foram tranferidos poderes do Estado. Logo, é uma forma de Administração Pública.(...)
A Ordem dos Advogados não é um sindicato.(...)
A primeira das atribuições da Ordem não é a defesa do advogado, é a defesa do Estado de Direito."


E este é o momento do desabafo sincero: "Porque é que não estudei Medicina?"

sábado, junho 17, 2006

Trivial

Arrumar as caixas, os papéis, os diários que causam embaraço, os comprovativos de pagamentos e as cadernetas do banco preenchidas na totalidade.
Organizar os dossiers , ordenar os cd´s e arquivar as fotografias.
Mudar a ordem das molduras e a disposição dos móveis.
Pendurar os quadros que há meses nos olham com misericórdia e deitar fora o correio não desejado que,de forma preguiçosa, deixámos acumular .
Limpar a casa para limpar a alma...

Agora, finalmente, já se pode começar a trabalhar.

sexta-feira, junho 16, 2006

México vs Angola







Cheira-me a quesadillas...

quinta-feira, junho 15, 2006

Campolide



O tempo parece ter-se esquecido de visitar Campolide e de alterar os hábitos quotidianos da sua população tão heterogénea.

Outrora um bairro envelhecido e descaracterizado - talvez por se tratar, muitas vezes, de um local de passagem - hoje as suas ruas ganham novos contornos com a miscelânea dos seus moradores peculiares, na medida em que conseguem manter um pézinho na Lisboa recém cosmopolita e toda a sua alma bairrista na Lisboa tradicional, dos “lugares da fruta” e do amolador que assobia ao passar.

As padarias em Campolide parecem sempre despidas, os frangos da Valenciana nunca deixaram de ser um ex-libri e alguns dos seus cafés só abrem quando o Benfica ganha.

Os mais idosos comentam os mais novos e conhecem de cor as feições dos novos moradores.

Conhecem-se os nomes e as moradas; as histórias; as profissões e as famílias.

Na fila do supermercado, a senhora velhota queixa-se, propositadamente, do peso das garrafas que tem que transportar e os mais jovens, conscientemente, fingem ignorar as suas lamúrias.

A menina da caixa cumprimenta a velhota com dois beijinhos e pergunta pelo seu neto, avisando-a que tenciona dançar com ele no arraial da esquina.

Nos restaurantes, anuncia-se a presença “do belo do caracol”, bem como das indigestas “iscas com elas”.

Lado a lado, as lojas chinesas convivem com as retrosarias e as drogarias que, numa tentativa obstinada de lutar contra a mudança dos tempos, ainda mantêm os preços indicados em escudos.

E os dias correm sem pressas; sem vontade de mudar; naquela atitude conformista que conserva o espirito de bairro e mantém à distância a modernidade.

quarta-feira, junho 14, 2006

Lá vai Alfama!






Se o Santo António visse o seu dia ser comemorado por uma multidão em histeria, acompanhada por sardinhas assadas, bifanas no pão, sangria e cerveja gelada, provavelmente o menino acabaria estatelado no chão entre os primeiros "apertões" do Emanuel e a "cabritinha" do Quim Barreiros.

segunda-feira, junho 12, 2006

Mundial - parte I

Viram a cidade amanhecer com vestígios de areia ainda impregnados na pele.

Dormiram pouco, mas sem sobressaltos ou perturbações.

A tarde passaram-na entre o malte e o nervosismo das unhas mordidas.

O Ronaldo foi que se esperava e o Figo superou-se.

Aos 4 minutos da partida, Pauleta alegrou as gentes fazendo o que melhor sabe.

No final da noite, ao fechar a janela para o sagrado descanso, ainda ecoavam os sons de festa do arraial mais próximo.

Presumiram que não se comemorava o jogo, pois este havia deixado na boca o saborzinho levemente acre da insatisfação e não justificou bandeiras esvoaçantes no Marquês.

Ainda assim, 1 vitória já cá canta, o que é bem melhor do que aquilo que se pôde dizer do arranque do Europeu.

Parece que hoje a festa repete-se lá para os lados de Alfama, sendo que as sardinhas e a sangria substituem as vedetas de Scolari e se desejam mais satisfatórias do que estas!

Valha-nos, pois, o Santo António.



sexta-feira, junho 09, 2006

Santo António









de trazer por casa....

Best of - II



Após um extenuante exercicio de memória...


Rolling Stones – Miss you

No balanço da rede – Armandinho

Zero Seven – Passing By

John Lee Hooker – Get off of my back woman

Stevie Wonder – Masterblaster (Jammin´)

Sergio Mendes ft. John L. - Please Baby Don´t

Macy Gray - Sexual Revolution

Bran Van 3000 -Love Cliché

Jimmy Cliff - Bright sunshiny day

Michael Franti & Spearhead – Soulshine

Brazilian Girls – Pussy

Dee Lite – Groove is in the heart

Depeche Mode - Personal Jesus

Gwyneth Paltrow, Huey Lewis (Duets OST) – Cruisin´

Telepopmusic - Just breathe

quarta-feira, junho 07, 2006

Mais vale tarde do que nunca





Corinne Bayley Rae
Quando já todos conheciam e adoravam, eis a vez da Chaparrita se render.

Obrigada John. Adorei!

Junho em Portugal

A julgar pelos noticiários que me são permitidos ver, aparentemente nada acontece no Mundo para além do Mundial de Futebol.

E enquanto os portugueses se preparam para mais uma semana de bola, caracoladas, santinhos e arcos com balão, a III Guerra Mundial ou um aumento potencial do IVA podem estar a ser preparados que a nós nada nos afecta.

Recordando a lógica de um Estado Novo que morreu demasiado velho (o suficiente para ainda ouvir os meus pais recordar as suas mentecaptas ideologias): o bola é que educa e o fado é que instruí.

terça-feira, junho 06, 2006

Venda do património não desportivo



Parece-me ser um mau presságio, o facto dos Benfiquistas que conheço apoiarem Soares Franco.
Mas isso digo eu que pertenço à minoria dos 25%...

sexta-feira, junho 02, 2006

quinta-feira, junho 01, 2006

E puff...

O novo look deu o berro.
Calma...
Calma...
Ao final do dia tentaremos resolver o problema.
Até lá, chamemos-lhe "look minimalista".