domingo, dezembro 31, 2006

Até para o ano!

Sacramento do Chiado




Quem sobe a Calçada do Sacramento, depois de passar a Panificadora do Chiado (local onde se recomenda um pequeno-almoço com croissants e meia-de-leite), encontra o restaurante “Sacramento”, local descoberto pela mão de polacos recém-chegados a Lisboa.

A ementa não é particularmente original, mas os pratos são bem confeccionados e o ambiente, quase de claustro, com uma decoração quente e cuidada, dão o ambiente necessário para um jantar intimista, tranquilo e sofisticado no coração de Lisboa.

À partida, pode parecer pretensioso, mas o serviço é simpático e os preços são acessíveis, caso se opte por não pedir uma garrafa de vinho.

Ainda assim, recomenda-se a “sacramental” experiência em noites frias de Inverno, aquecidas, preferencialmente, com lombos de porco preto e risotto de trufas.



Restaurante Sacramento

Calçada do Sacramento n.º 40-46

Baixa Chiado, Lisboa

21 342 05 72

sacramentodochiado@hotmail.com

Preço Médio 20€/25€

Puro Danone

Pequeno-almoço. Dia 31 de Dezembro.
Iogurte aberto.
Mensagem do dia:

"Quem anda à chuva, molha-se."

E quando se julgava que 2006 havia sido mau, as mensagens indiciam que 2007 poderá não ser melhor...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Depois do Jack










Depois dos Fisher;
Depois da Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda;
Depois do "Dolce Vitta" abandonado a meio,
Scofield torna-se o novo vício da casa!

(E, segundo dizem, algures no Mundo eventos importantes ocorrem...)

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Conto de Natal



Não consigo precisar as circunstâncias de tempo e modo em que se conheceram, mas isso pouco releva para o caso.

Estávamos em 1950, algures entre a Av. de Roma e o Bairro de Campo de Ourique e os nossos personagens principais davam, timidamente, os primeiros passos da relação que se viria a manter, de pedra e cal, até aos dias de hoje.

A. , menina burguesa e virtuosa, crescera sob a vigilância apertada da Titi que jamais suspeitara que F., jovem mancebo destacado algures no Norte para cumprimento do serviço militar forçado, não pretendendo abandonar a jovem A. ,mas sem meios para prover o seu sustento, decidira propor-lhe casamento, em absoluto segredo e à revelia das mais elementares regras de etiqueta.

Surpreendendo-se a si própria e jurando jamais arrepender-se da sua decisão, A. aceitou o pedido e essa promessa manteve, apesar de todas as ironias e desgostos com que a vida a presenteou, até aos dias que correm, sem queixumes ou ressentimentos.

Viveram dois anos em completo secretismo, à custa de cartas e de visitas relâmpago protegidos pelas artimanhas e mentiras que só uma mente apaixonada consegue imaginar.

A revelação às famílias, após a tropa e finalmente o primeiro emprego de F. , caiu como uma bomba estrondosa, cujos estragos ficam aquém do aparato.

Cinquenta e seis anos passaram.

Nem sempre fáceis, diria mesmo cheios de provações e sofrimento e, simultaneamente, como qualquer história de vida, cheios de aventuras e momentos alegres, de partilha e companheirismo.

Hoje, ainda continuam de mãos dadas, de espírito aberto, com sorrisos ternos.

Contam-nos a sua história, no final da consoada, qual presente antecipado para uma audiência interessada e comovida que, ao ouvir o testemunho, se apercebe de que ainda tem muito para aprender.

domingo, dezembro 24, 2006

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Jantar de Natal





Sem presente, sem restaurante, sem esperas.

O quinto andar sem elevador acolhe-nos, há já dois anos, na comemoração natalícia .

O reencontro dos que partiram e regressam , qual lufada de ar fresco, capaz de nos inspirar a partir também; as desventuras dos que ficam; os novos; os antigos; as fotografias e os discursos inflamados; as três tentativas de regressar a casa que morrem no sopé das escadas depois de mais uma despedida e a certeza de que no próximo ano lá estaremos.

A família, não necessariamente biológica, mas ainda assim família.

E, por momentos, ainda que de forma tímida, regressa a imagem de que o Natal é algo mais do que o Colombo ou o Corte Inglés.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

"The man who said "I'd rather be lucky than good" saw deeply into life. People are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. It's scary to think so much is out of one's control. There are moments in a match when the ball hits the top of the net, and for a split second, it can either go forward or fall back. With a litte luck, it goes forward, and you win. Or maybe it doesn't, and you lose. "

Match Point (2005)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Agora que a "casa" já está, mais ou menos, arrumada


Há que aguardar que 2007 traga inspiração e paciência para um "template" novo...

terça-feira, dezembro 19, 2006

Greve do Metro ( ou a esperança de que à 8ª talvez seja de vez...)

Diz a nossa soberana Constituição:

Artigo 57.º

(Direito à greve e proibição do lock-out)

1. É garantido o direito à greve.

2. Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender através da greve, não podendo a lei limitar esse âmbito.

3. A lei define as condições de prestação, durante a greve, de serviços necessários à segurança e manutenção de equipamentos e instalações, bem como de serviços mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação de necessidades sociais impreteríveis.

4. É proibido o lock-out.


Considerando que é a 8ª vez que os trabalhadores do Metro entram em greve, este ano, talvez não fosse má ideia começar a interpretar este artigo restritivamente...

O estigma comunista da relação

Estado civil: União de facto, mas não direito.

“E diga lá, querida, onde vai passar este Natal?”

“Em Lisboa, como sempre. Não gostamos muito de passar o Natal fora. E a senhora?”

“Eu também fico por cá. A consoada será em minha casa e o almoço de Natal em casa da minha sogra. Olhe e...o seu...namorado? Quer dizer, o seu marido , não ?Ai que confusão. Nem sei que chamar-lhe...Isto das meninas agora não casarem é uma confusão. Olhe, o seu companheiro, passa cá o Natal ou vai passá-lo com a família?”

(pequeno momento de embaraço, seguido por resposta irónica)

"Este ano passa o Natal connosco. O camarada Y. obteve permissão do Partido para celebrar o Natal com a companheira, por isso cá ficará.”

domingo, dezembro 17, 2006

The Big Chill (1983)



Sam Weber: So how's your life?
Karen: Oh, great. How's yours?
Sam Weber: Not so great.
Karen: Ohhh, we're telling the truth.

Despedidas




Não gosto de despedidas, do sabor acre que deixam na boca após a insatisfação das palavras que não foram ditas, das lágrimas que orgulhosamente não soltei, do apressado e tímido abraço que acompanha o “vamos falando”.

Não gosto de me emocionar com os acontecimentos menos maus da vida, já que nos outros encontro a legitimação que a felicidade não acarreta e me faz sentir patética.

Não gosto da viagem até ao aeroporto. Muito menos ainda de não ser eu a passar a barreira das partidas.

Sempre achei mais fácil partir do que ficar, ainda que a certeza da rotina possa parecer mais tranquilizante e enfrentar o desconhecido possa revelar-se terrifico.

Não gosto de despedidas, tenho dito! Fico cansada de não dizer o que quero, de pensar demasiado no que gostaria de ter dito.

Talvez por não saber estar à altura das situações, talvez por não querer confrontar a separação, sinto o incómodo e o embaraço que se repete a cada “adeus”, a cada separação, a cada mudança.

Qual criança, fujo para casa, inerte e absorta em pensamentos pragmáticos que não deixam espaço a nostalgias precoces.

Mas, ao recordar aquele momento, ainda que o proferido adeus possa não ter sido sentido, a saudade lusitana, dá um ar da sua graça, advertindo-nos que ela não parte nem se despede ... fica para sempre!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Já está!


Pela primeira vez, Dave Matthews Band, em Lisboa.
Dia 25 de Maio, não no Luther College, mas no Pavilhão Atlântico.
Lugares reservados, na arena, a uma distância simpática e muita vontade de os ouvir.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

O Apito Dourado da Carolina

Triste viver num país onde se fala tanto de futebol e se joga tão pouco...

sábado, dezembro 09, 2006

Brainstorming

Inércia.
Mental.
Física.
O.C no Canal Um, Steven Seagal à espreita na TVI.
Lixeira.
Mental.
Fim-de-semana.
Finalmente.
Bom!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Está quase...


A felicidade à distância de um anunciado exame tenebroso...

terça-feira, dezembro 05, 2006

domingo, dezembro 03, 2006

Lost in translation


O problema das traduções da Bable Fish ...


One late afternoon, Mr. and Mrs. B. got this wonderful sms:
“Good afternoon. It can pass in the Store of Lisbon to raise the light bulb of blinks for its wasp. Better compliments, Loja das Motos”


(O que, trocado por míudos, provavelmente quer dizer que já podemos passar na loja a apanhar os piscas que foram encomendados para a Vespa!)

sábado, dezembro 02, 2006

Café Malaca ou a descoberta de quinta-feira

Fugimos ao inevitável, ao recorrente, ao cansativo e húmido Bairro Alto.
Junto ao rio, tudo parecia demasiado frio, desconfortável, caro. As espreguiçadeiras dos fins de tarde de verão já estão guardadas para a próxima temporada e um certo ambiente desolador ameaçava condenar a investida a uma amarga desilusão.
Os armazéns, agora estilizados e vanguardistas, recusam aqueles que apenas procuram um lugar confortável onde ficar a saborear uma bebida quente, propícia às noites de Inverno.
Já quase de braços cruzados, sinal típico do já acostumado falhanço, tropeçámos no Clube Naval junto ao Cais do Sodré, local inóspito onde os já não utilizados pontões servem, por vezes, de abrigo a quem não o tem.
Desconfiados, entrámos no armazém do Clube e subimos as escadas íngremes até encontrar o aroma a Oriente.
Simples, acolhedor, "en cheval sur l´occident et l´orient", sorrisos de boas vindas e um ambiente tranquilo.
Chás orientais servidos em jarras Ikea, rolos vietname a despertar a curiosidade, sumos de gengibre e afins, não só deixaram vontade de voltar como contentaram aqueles que, com um pouco de insistência e imaginação, conseguiram tornar aquela noite especial, através da descoberta daquele espaço diferente.


Café Malaca

Cais do Gás, Armazém H, 1.º andar, Cais do Sodré
Tel. 21 347 70 82/96 710 41 42/93 866 50 99
Aberto de segunda-feira a sábado para almoços
e lanches. Quinta-feira a sábado, aberto para jantar.

A Árvore de Natal












Singela, tímida, um pouco desnudada talvez...
Mas é nossa.
E é a primeira vez que o Natal nos visita.

terça-feira, novembro 28, 2006

Original Soundtrack

Las tardes en la biblioteca.
Orson, "No Tomorrow".
Y no después de mañana, ni tampoco viernes, ni sabado...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Não necessariamente pela ordem indicada,

Bills of lading* insurance policy * invoices * CIF * FOB * document of title * usage and custom* CISG * liabilities * performance* frustration



compõem o vocabulário dos dias que correm...

domingo, novembro 26, 2006

Little Miss Sunshine


O que poderia ser uma história dramática, angustiante e pesada, surge-nos no grande ecrán como um relato cómico e descontraído de uma família rica em frustrações, taras, decepções e insucessos.
Uma das piores manias dos Estados Unidos- um concurso de beleza para pequenas misses - despoleta uma viagem , numa Volkswagen amarela com problemas de arranque, de Albuquerque até Redondo Beach.
Pequenas criaturas com caras infantis, transformadas cosmeticamente em pequenas Barbies de elevada carga sexual, exibem os seus dotes artísticos de forma elegante e ensaiada.
A competir com elas, a pequena Olive, treinada pelo avô, obcecado por sexo e drogas, temente de desiludir o pai, obcecado com o sucesso, apoiada pela mãe que, destroçada por uma eminente bancarrota, considera a hipótese de divórcio, aplaudida por um tio frustrado, quer no plano profissional quer no plano pessoal e por um irmão votado, voluntariamente, ao silêncio.
Descrita desta maneira, a trama ameaça parecer doentia.
Mas a mensagem do filme é totalmente oposta e do desabar dos sonhos daquela pequena família, renasce a união esquecida, a gargalhada fácil e o optimismo.
A ver, sem grande análise, sem pensamentos profundos, ao sabor do desenrolar de uma história carregada de realismo, a qual podemos encontrar, a qualquer momento, em qualquer família, em qualquer lugar.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Dia de Acção de Graças

Não chegaram no Mayflower, nem fugiam a perseguições políticas ou religiosas.
Tinham chegado de avião, com os ipods guardados no bolso e o portátil devidamente apetrechado para ligações wireless e configurações avançadas.
No dia em que o email anunciou a celebração do Dia de Acção de Graças, a ideia não agradou a todos. Mas que se dane! Festa é sempre festa e ainda falta muito para o Natal.
O perú não foi trinchado pelo patriarca da família, nem ninguém foi escolhido para fazer as orações que antecedem a primeira garfada.
O puré de maçã bem feito, embelezado com um toque de compota de groselha e o "Esteva" bem servido, aqueceram uma noite que, na rua, enregelava os poucos que se aventuravam na tempestade.
No final, regressaram a casa satisfeitos, com a refeição e o convívio, com o aroma das festividades que já começam a fazer lembrar o Natal...

quinta-feira, novembro 23, 2006

Colorblind



Jackson Pollock

terça-feira, novembro 21, 2006

Prémio "Best Forward da Semana"

O fim da travessia do deserto de Santana, dos comentadores políticos, humoristas portugueses, jornalistas da Sic Notícias e da Chapa. Obrigada JF! O prémio é teu, pá!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Numb

Deprived of physical sensation or the ability to move: fingers numb with cold. Manifesting or resembling numbness: a numb sensation.Incapable of action or of feeling emotion; enervated; prostrate: numb with grief. Lacking or deficient in emotion or feeling; indifferent.

Capítulo dois



A primeira vez que fora convidado para conhecer a casa dela tudo correu de feição.

Receberam-no num ambiente misto de educação polida e de gargalhadas fáceis.

O tom cerimonioso rapidamente evoluiu para o diálogo fluído, para as discussões de política, para os amigos que não se sabiam comuns, para as histórias familiares.

Convidavam-no para as festas, para as viagens e para os passeios equestres , prazeres que até então desconhecia.

A tudo acedia com vontade e ela, orgulhosa, afagava-lhe a mão quando os olhares se distanciavam e finalmente se encontravam a sós.

Nada parecia indicar que algum dia a história chegaria ao fim.

O mundo dela era agora o seu, situação que este, de bom grado, aceitava.

E o mundo deste, outrora cinzento e rotineiro, jazia esquecido no seu estúdio mergulhado na penumbra, juntamente com os seus livros e projectos literários que jamais seriam concretizados.

Hoje, decorrida quase uma década, pouco restava da personalidade tímida e comedida que um dia entrara naquela casa de Azeitão.

A vida agora era a dois, ou melhor, a cinco, se incluirmos as crianças.

Os dias decorriam sem a busca vertiginosa da inspiração, tendo dado lugar a um seguro cargo de administração na empresa do tio dela.

As crianças preenchiam-lhe as noites e as lamúrias dela o seu sono.

Os passeios equestres foram proibidos pelo aparecimento precoce de hérnias discais, os sogros apontavam-lhe sistematicamente defeitos e o enfado de viver fora da cidade apodrecia-lhe o espírito.

Cansado, regressava fortuitamente ao passado, visitando o triste estúdio perdido de Santa Catarina e aí se deixava ficar, cabisbaixo e soturno, a pensar no que a vida havia feito dele, sem coragem para confrontar aquilo que ele havia feito dela.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Saudades de Barcelona

... e da voz da Mala Rodríguez perdida na madrugada do Raval...
Saudades...

As flores


Chegaram pela tarde, sem se fazer anunciar, sem que as esperássemos.
Fizeram sorrir quem, ultimamente, se esquece de fazê-lo e mais que não fosse, só por esta razão, imortalizaram o momento em que pensaste em nós.
Obrigada!

terça-feira, novembro 14, 2006

Depois de Grass






No seu livro "2004-Percepções e Realidade", colocado hoje à venda , Santana conta «a verdade da história», admitindo ter cometido «erros de percurso» na sua governação.

Perante mais um relato autobiográfico, procuro justificar o despontar desenfreado desta tendência.
No que concerne a Santana Lopes, encontro três possíveis explicações para a publicação deste livro:

1) A mea culpa tornou-se fashion;
2) Mais um biscate do Pedrinho para encher o mealheiro ( depois de o ter feito à custa dos contribuintes) ou
3) Uma onda narcísica anda a vitimar as figuras públicas mundiais que realmente acreditam que o seu percurso de vida individual, efectivamente, interessa a alguém...

segunda-feira, novembro 13, 2006

"Um «ano instrutivo» escrevi. Um ano instrutivo sobre as amizades, como ficou dito, primeiro numa vaga de desilusão e amargura, depois com uma descoberta progressiva das pequenas nuances, dos pequenos gestos, dos que estão mais confortáveis ou desconfortáveis com a intimidade, dos que revelam quase secretamente a empatia, dos que são secos sendo calorosos (e o inverso), dos que são ausentes por não saberem fazer melhor, dos inesperados, dos distantes que nos são próximos e próximos que se tornaram distantes, dos que dizem apenas que estão onde sempre estiveram e que eu sei disso e que sempre que precise. E eu sei disso. E isso tem sido «instrutivo» de um modo quase comovente."


"Os Amigos" in Estado Civil.

Gargalhadas no Tirol


Na linha do pensamento de que quem sai aos seus não degenera, é com orgulho de irmã embevecida que vos apresento as Memórias ( hilariantes) De Um Emigrante perdido em Graz.

domingo, novembro 12, 2006

On the other hand




Com boa disposição; animação; ritmos multifacetados; boa música e grande empatia com o público, Jamie Cullum proporcionou duas horas de espectáculo light e descontraído na passada quinta-feira, no Coliseu de Lisboa.

O desafio do artista

Durante alguns dias hesitei em escrever este post.
Desde os seus primórdios, é lema da casa não criticar, negativa e infundadamente quaisquer formas de arte.
Eventos ou obras que marquem pela negativa são, delicadamente, ignorados neste espaço: porque a crítica pode ser influenciada por factores exógenos subjectivos; porque a análise nem sempre é um produto de uma reflexão cuidada; porque as palavras valem o que valem e “spots” não faltam onde a crítica e o mal dizer são os tons marcantes do quotidiano.
Além de que alimentar comentários maldosos apenas gera um acréscimo de publicidade (reafirma-se o lema : “there´s no such thing as bad publicity”).
Porém, não posso deixar passar em branco a desilusão musical do ano que espero não vir a ser interpretada como uma crítica pessoal ao artista, mas sim como uma reflexão sobre a indústria musical nos dias que correm.
Ao sabor de um “click” e num espaço de tempo inferior a cinco minutos, qualquer cidadão, amador nas artes da computação, tem acesso a infindáveis sites de download gratuito de música e ao mais recente êxito de qualquer artista do planeta.
A descoberta onerosa de grupos e tendências cedeu perante o acesso gratuito via internet a recém lançamentos o que, por um lado, permitiu uma divulgação célere da cultura a uma escala mundial como, simultaneamente, abalou as estruturas da indústria discográfica e as exigências que se colocam, hoje em dia, aos artistas.
Independentemente do desvalor da conduta dos “downloadeiros” , a verdade é que enquanto as vendas decrescem, maiores são as expectativas do público consumidor da indústria musical.
Pese embora as inovações tecnológicas, os concertos ao vivo continuam a ter uma procura elevadíssima, a oferta é cada vez maior e as salas não dão vazão aos fãs.
Mas estarão os artistas a atribuir o devido valor àqueles que compram os bilhetes para os seus espectáculos, ao invés de fazer mais um download de um dvd da tournée?
Julgo que a resposta, na maioria dos casos, é negativa.
Não só os artistas não investem nos espectáculos que executam, como as alternativas que a Internet possibilita não estão a ser devidamente aproveitadas em proveito destes.
Tudo isto a propósito do concerto do Chico Buarque no passado dia 5 de Novembro.
Chico chegou e desencantou, não comunicou nem procurou criar qualquer tipo de empatia com o público, aparentando uma moléstia indisfarçável.
Sem demora, despejou o mais recente álbum sem à vontade, sem charme, sem carisma.
O sedutor do Brasil, não seduziu a audiência que, expectante, aguardava pelas melodias mais alegres e marcantes da sua longa carreira, mas que tardaram em chegar e só mostraram um ar da sua graça nos momentos finais, em encores insípidos, contrariados e arrogantes.
Os ramos de flores jaziam no chão e aí ficaram depois das luzes acessas, uma vez que Chico Buarque de Hollanda não retribuiu a cortesia de recebê-los das mãos das mulheres em delírio, não distribuiu quaisquer autógrafos e quaisquer gestos de carinho ficaram, certamente, esquecidos nas areias de Ipanema.
Após a desilusão seguiu-se a triste constatação de que a era Buarque já chegou ao fim há algum tempo.
Chico parece não ter percebido a mensagem. Talvez por desnecessidade, talvez por comodismo ou talvez por arrogância.
Não só as músicas recentes não contêm a chispa das anteriores, como o artista não se adaptou ao público do século XXI, que procura mais do que uma simples interpretação, do que um mero vislumbre dos seus ídolos.
Um público que exige música mas, mais do que isso, clama por espectáculo, por uma aproximação com o intérprete, por uma fusão com a sua obra durante o concerto, pois tudo o resto é gratuito e está online.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Done!


O primeiro passo já está dado. E bem dado!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Inteligência emocional



Flutuara sobre as sombras, sobre o negativismo, o medo e a ansiedade.

Não chorara, porém, com o coro das pré-anunciadas carpideiras, porque o optimismo que sentia, escondido no âmago do seu frágil ser, não lhe permitia essas recaídas luxuosas.

Sentia-se quase que indiferente à dor, aos cheiros, às feridas.

Mas ao mesmo tempo sabia-se capaz de desabar com um gesto de carinho, com alguma flor que lhe oferecessem, com um abraço que a aquecesse.

Sorria, porque chorar não conseguia.

Esgotada deixava-se cair na cama, sentindo-se o ser menos inteligente do planeta, por acreditar que tudo iria acabar em breve, que tudo seria resolvido com a sorte que já esquecera, mas sabia existir.

terça-feira, novembro 07, 2006

"
Passei toda a noite, sem dormir,
vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar."



Alberto Caeiro

domingo, novembro 05, 2006

Hoje







O primeiro dia do resto das nossas vidas...

sexta-feira, novembro 03, 2006

Devil wears Prada

And Jimmy Choo,
And Manolo Blahnik,
And Dior,
And Tom Ford,

And Marc Jacobs... e tudo e tudo e tudo!

terça-feira, outubro 31, 2006

Horóscopo do Dia

Aos nativos de caranguejo:

"Experimente um novo passatempo, como enrolar as suas próprias salsichas. Vai fazer novos amigos de certeza!"


Quando nada parece fazer sentido... eis que a astróloga Andreia Gaita (jornal "Metro") nos consegue elucidar acerca do rumo a seguir.

The innocent victims of Internet child abuse cannot speak for themselves.


E que tal acender uma vela?

domingo, outubro 29, 2006

Se Maomé não vai ao Aya,




O Aya vai ao Maomé
(ou o lema Do It Yourself)

Un raio de sol

Dias de sol no Outono clamam por passeios com mar à vista, por esplanadas confortáveis, por caminhadas na areia fresca e semi esquecida do verão que ainda teima em se despedir.
Em Lisboa as alternativas para um dia como este consistem em rumar em direcção à Caparica ou à linha do Estoril ou, para almas menos sensíveis à contemplação outonal, ao Centro Comercial Colombo.
Pretendo escapar aos corredores consumistas, a escolha para o almoço recaíu na Marina de Oeiras, local à partida simpático e com cheiro a maresia.
Espirituosos como todos os domingueiros antecipados, chegam à Praia da Torre desejosos por uma boa espreguiçadeira, um almoço leve e uma leitura tranquila dos livros cujo saber , de facto, não ocupa lugar durante as apressadas semanas.
Porém, o sonho rapidamente se desvanecia.
Esplanadas cheias, restaurantes fechados, serviços demorados ou mesmo inexistentes.
Após duas semanas de chuvas intensas, no momento em que o sol regressou à cidade da luz (leia-se da luz e não de luz!?), a boa intenção de desfrutá-lo juntamente com uma boa refeição torna-se uma verdadeira missão impossível.
O que só por si poderia consubstanciar uma simples situação de infortúnio, caso este não fosse um cenário repetitivo em Portugal: temos a costa, mas não sabemos explorá-la; embelezamos os estabelecimentos, mas não sabemos geri-los; temos a esplanada, mas a cozinha apresenta atrasos de 2 horas enquanto os empregados, displacentes, respondem “É que hoje, por causa do tempo, temos tido muita gente, percebe? Não damos conta do recado.”
Esta conversa, porém, não só não justifica a mediocridade do atendimento, como não serve de desculpa num país onde o sol brilha quase 300 dias por ano e os serviços não são nem satisfatórios nem profissionalmente cumpridos.
Ainda a propósito, recorde-se o tempo médio de confecção de um hambúrger num restaurante de praia ou das contas (inflacionadissimas) que sempre teimam a chegar.
Cansados, mal alimentados e com pouca leitura em dia, regressam os lisboetas ao bulício da capital, deparando-se com uma marginal paralisada por outros tantos que procuraram a tranquilidade do oceano e se depararam com o cenário caótico daqueles que gerem a costa.
Mas o lisboeta não reclama; o português não reivindica, não exige os seus direitos. Os turistas são enganados e a qualidade torna-se supérfula.
E na mentalidade que não muda, o que importa é termos dias de sol e o resto que se dane!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Capítulo um

“Deixemo-nos de realidade porque a ficção é mais bonita.”, pensara ele ao rever a fotografia que, amarelecida, apodrecia na gaveta da secretária.

“A ficção é mais maleável, mais definida, um ror de possibilidades para um final feliz.”, dissera-lhe ela no último dia em que falaram.

Conheceram-se porque assim o ditou o destino.

Apesar de, à partida, terem contribuído muito pouco para o curso de vida de cada um deles tudo parecer disparatado. Se assim não foi, pelo menos, no início assim parecia.

Partiram sem de despedir, sem se justificar, atribuindo à história um carácter inacabado, infinito, um open end dúbio que mantinha vivo aquele episódio efémero.

Não se podiam apelidar de amigos, não cresceram juntos nem procuraram fazer crescer o ténue laço que, momentaneamente, os uniu.

Mas partilhavam aquele momento, aquele momento que agora não tornavam real mas quase que aceitavam como ficção.

Tal grau de perfeição não poderia existir na tábua rasa da existência quotidiana.

E se tudo se tivesse realmente passado, como poderiam continuar a viver, sabendo que um dia tinham sido felizes?

terça-feira, outubro 24, 2006

Cristóvão Colombo, igualmente famoso pela descoberta das Américas e pela incógnita do seu local de nascimento, foi ontem homenageado em Cuba do Alentejo.

Aparentemente, a eterna rivalidade entre a origem espanhola e a origem genovesa do descobridor foi ultrapassada pelo povo da vila de Cuba do Alentejo que não só é peremptório em afirmar que Colombo é filho da terra, como uma estátua foi erguida em sua honra.

Resta saber se um destes dias Famalicão reinvindicará a naturalidade de Obikwelu que afinal de contas e contra todas as expectativas e sotaque, não nasceu na Nigéria mas sim no Gavião!

segunda-feira, outubro 23, 2006

Marie Antoinette



Talvez tenha sido impressão minha, mas saí do cinema com a sensação de que Sofia Copolla não quis fazer um filme acerca de Maria Antoinette.

O cenário é Versalhes, a roupa e as perucas meticulosamente escolhidas, a pompa e a circunstâncias adequadas à época, o retrato da inércia e da frivolidade sublimes.

Pese embora o título, pareceu-me que o enfoque do filme, mais do que a narração da vida de uma personagem histórica mundialmente conhecida, não caindo na monotonia de um relato já esgotado e tradicional da sua biografia, optou por indirectamente e através de uma caracterização arrojada do ambiente, nos fazer sentir o total alheamento de Versailles e da sua corte face a um país que então morria à fome, que miseravelmente se arrastava na lama, enquanto os dinheiros públicos satisfaziam os caprichos de um princesa que não queria ser Rainha e de um príncipe que não soube ser Rei.

As festas e a ociosidade, os hábitos e o ambiente viperino, tais como retratados pela lente modernista de Sofia Coppola, parecem não pertencer ao sec. XVIII, mas tratarem-se de transposições dos ambientes mundanos dos nossos dias, o que não só nos pode levar a questionar a factualidade histórica retratada no filme, como, simultaneamente, ir um pouco mais longe e concluir que há relações sociais que se mantêm inalteradas ao longo dos séculos.

Pela forma como foi realizada, Maria Antoinette permite-nos entrar no submundo, quase autista, da rainha decapitada mais famosa da história, permite-nos esquecer por momentos a vida para além do hedonismo e da futilidade, permite-nos conhecer Versailles no seu pior e melhor.

Contrariamente às críticas apontadas, a banda sonora além de fantástica, enquadra-se ironicamente bem no ambiente e dá mais um toque de singularidade a este filme de Sofia C. que, tal como os anteriores, nada deixa a desejar e se recomenda vivamente.

domingo, outubro 22, 2006

The Sentinel



O momento pipoca e coca-cola da semana passada ou "O dia em que Michael Douglas quis encarnar o Jack Bauer e o Kiefer Sutherland deixou."

sábado, outubro 21, 2006

Finais de tarde na Av. Miguel Torga

Chuva miudinha.
Chá de cidreia.
Sala alumiada pelo candeeiro de secretária.
Miles Davis a tocar.
Em mãos, um livro, não tão interessante, mas obrigatório.
Lá fora... três travagens bruscas, duas colisões e mais um peão que escapou, milagrosamente, à morte.

terça-feira, outubro 17, 2006

Marriage has been facing more competition

Afinal somos muitos os que "não nos misturamos."

Má língua

Soube de antemão que o semanário "Sol" adoptaria um formato mais próximo dos tablóides, quando comparado com o rival e mais sóbrio "Expresso".
Pareceu-me estranho, tendo em conta o seu director, mas se dúvidas existiam as mesmas desvaneceram-se na primeira página da edição desta semana.
Sob o título "Entrevistas Improvisadas" (mais do que apropriado!!!), Paula Teixeira Pinto foi questionada, a seco e sem rodeios, se já havia fumado um charro.
Não satisfeito com a resposta negativa, insistiu o jornalista: "Nem sequer uma passa?"
"Não.", respondeu Paula, sem mais acrescentar.
Assim, foram lançados os primeiros tiros entre muitos outros , igualmente, pouco certeiros que pautaram uma entrevista pouco lógica, sem uma linha de raciocínio coerente, demasiado coloquial e despropositada.
Improviso é uma coisa, desleixe é outra totalmente diferente.
Pela primeira vez, as respostas "secas" da entrevistada conseguiram transmitir ao leitor de fim-de-semana a pouca química existente entre esta e o entrevistador, coisa que, por mim, jamais havia assistido ( excepcionando-se, obviamente, os debates dos anos 90 conduzidos por Margarida Marante).
Apesar da crítica, duas coisas me atormentam a mente:
Porquê tanta entrevista a Paula Teixeira Pinto nos últimos tempos?
O que é que nos interessa se a senhora nunca fumou um charro ou nunca apanhou uma bebedeira de caixão à cova?
É que entrevistas como esta, pouco ou nada abonam a favor desta "aborrecida" advogada.
E muitissímo pouco abonam a favor do "Sol" que se diz ser sério.

This is not a love song

Nem tudo o que luz é ouro.
Nem tudo o que escrevo corresponde a episódios precisos da minha vida.
Se o intuito deste espaço fosse torná-lo um diário intimista, não só a minha agenda perderia a minha razão de ser, como a ideia de partilha seria, exageradamente, aplicada.
Após dois anos, sinto que perdi a capacidade de classificar o conteúdo destas linhas. De enquadrá-lo numa categoria de directórios de bloggers: Pessoal? Cultural? Generalista?
Posts sérios dão lugar a posts divertidos e irónicos, do tom lacónico passamos a ataques incisivos, de momentos verídicos a divagações alucinadas de brainstorming compulsivos.
As minhas linhas, nem sempre, devem ser levadas a sério. Nem tão pouco se deve acreditar muito no espirito que elas emanam.
São fragmentos...não mais que isso.
Por vezes derivam, por vezes são certeiros, por vezes apenas do faz-de-conta.É que, por vezes, a realidade pode tornar-se tão desinteressante...

domingo, outubro 15, 2006

Ainda a propósito da festa

(...) O próximo passo foi dirigir-nos à festa Retro 80's – no ginásio do Ateneu Comercial de Lisboa. Mais de meia hora de espera para entrar, uma festa pirosa, num ginásio (?!), com decorações foleiras e passagens de música duvidosas. Mas foi uma MARAVILHA! Era mesmo o ambiente de que eu estava à espera. Foram três horas muito bem passadas (e bem regadas - com imperiais a 80 cêntimos). Ouviu-se The Smiths, The Cure, Human League, Madonna... Até António Variações! Estarei ansiosamente à espera da próxima festa do género (...)

in
Muzik4themasses.

Não seria isto que estava a fazer falta na noite de Lisboa? Uma alternativa ao caríssimo Lux e à bimba Kapital? Ginásios iluminados com projectores putrefactos, a bola de cristais em vez dos vj´s, a imperial a 80 cêntimos e canções que, realmente, conseguimos soletrar?

Just a thought on a raining Sunday afternoon...

Ontem, no Ateneu,



regressámos, sem pudor e com muita lycra à mistura, a 1987. Ou seria 1988?
Não sei... mas muitos foram os que esperaram pelo pequeno "walk on memory lane"e se renderam ao som do ginásio mais retro da noite de Lisboa.
E diz , quem viu, que o Morrisey andou por lá...

terça-feira, outubro 10, 2006

segunda-feira, outubro 09, 2006

Combinado!


Dia 5 de Novembro, no Coliseu, pendurada na galeria, a sorrir embevecida...

Water


Já cativadas por quase duas horas de belíssimas paisagens e da disputa entre uma tradição cruel e uma tocante história de amor, eis que fomos surpreendidas por um final surpreendente e emotivo, quase que desenquadrado da Índia daqueles dias e, provavelmente, de muitos locais da Índia actual.

Desprevenidas, não fomos capazes de conter as lágrimas e as mãos trémulas apressaram-se a secar os vestígios de comoção. Afinal era só mais um filme...apesar da história não ser tão fictícia quanto se gostaria.

“Water” traz-nos o relato da situação das viúvas na Índia, onde crianças vítimas de casamentos “combinados” vêem as suas vidas, abruptamente, interrompidas pelas mortes dos maridos que, em muitos casos, não recordam existir ou com os quais ignoraram ter algum dia casado.

De acordo com a escrituras de Manu, uma viúva tem três opções: ou se atira para a pira onde arde o corpo do marido defunto e acompanha-o na viagem para a eternidade; ou vive em reclusão, mantendo-se o mais pura possível para poder alcançar a “pureza na eternidade” e voltar a reunir-se com o marido ou, caso os familiares assim o consintam, poderá casar com o irmão mais novo do defunto.

Durante duas horas somos introduzidos aos maus tratos, à solidão, à negação de todos os prazeres e à ausência de dignidade que pautam a vida das mulheres cujo infortúnio foi ditado pela morte dos respectivos cônjuges.

Independentemente da idade, da vontade ou da existência de leis que lhes permitiam uma existência totalmente distinta.

A Índia nos tempos de Gandhi e do advento das suas ideias, os últimos anos antes da independência, o despotismo dos brâmanes, os antagonismos das tradições, a crueldade das infâncias desperdiçadas, a fé e o peso dos costumes, em contraste com os ditames do coração, são os ingredientes que fazem deste filme, provavelmente, um dos melhores deste ano.

sábado, outubro 07, 2006

Dia 14 de Outubro

No Paradise Garage, pela módica quantia de 25,00€ :



Nouvelle Vague

Tardes sem vento

sexta-feira, outubro 06, 2006

Let me tell you something about lawyers


Cinzentos os estagiários que percorrem as salas dos juízos criminais de Lisboa.

Mais cinzentos ainda os que já terminaram o estágio e arrastam-se no limbo que conduz até à maravilhosa cédula encarnada. Amarelados? Roxos da espera? Macilentos do penar?

Nos tempos livres, contentam-se com uma miserável folha amarelada que deixou apodrecer na carteira e serve de substituta à maravilhosa célula provisória.

A espera amarga que os conduz à certificação que lhes permite desempenhar a profissão mais censurável do mundo: ser advogado!

E tanto esforço para quê, afinal?

Franzem-se sobrolhos quando este seres indefinidos anunciam, publicamente, a sua ocupação; um misto de pena e repugnância domina a cara dos interlocutores.

O mais antigo estigma da humanidade ainda se faz sentir: os advogados são todos uns vigaristas e não há reforma da justiça ou (des) Ordem que altere esta condição.

Seres de moral duvidosa, defendem tudo e todos a troco de uns euritos no bolso, conduzem Mercedes e passam férias em Cuba.

Seres impávidos que não perdem a postura na sala de audiência, seres com as mãos manchadas pela desgraça alheia, disfarçadas pelo perfume caro comprado com os honorários cobrados.

Seres que, simultaneamente, despertam o temor de quem não entende o seu jargão e colocam os demais na posição incómoda das opiniões indelicadas.

Esquecem-se, porém, do lado real que se esconde por detrás da toga.

Os advogados de hoje, passaram por 5 anos de entediantes sessões em anfiteatros húmidos, onde a voz de deuses do Direito impunham, por vezes, a sua injustiça, provavelmente dominados pelo ímpeto pedagógico de colocar os futuros advogados na posição dos futuros arguidos que terão de representar na barra.

Como em todas as profissões do mundo, temos os incompetentes e os que não o são, os responsáveis e os desleixados, os dedicados e os apaixonados, os que dormem descansados e os que se mantêm em vigília involuntária, os que se enganaram no percurso e confundiram o gosto pela prevaricação com uma nobreza de uma defesa (legítima ou nem tanto!).

Comparando os advogados com os médicos, custa-me aceitar as diferenças que a sociedade, em geral, aponta a estas duas classes.

Alto grau de responsabilidade, esforço, longas horas de estudo e muitas noites mal passadas.

Se a questão passa pelo preconceito dos advogados terem uma especial predilecção pelo dinheiro, talvez a única diferença passe pelo facto da maioria deles passar os primeiros 2 anos da sua vida profissional sem receber um tostão e , claro, o que não se tem é o que, necessariamente, mais se deseja.

Acresce que seria hipócrita considerar que só os advogados gostam de dinheiro. Feliz andaria o mundo se assim o fosse.

E não serão bem pagos os honorários daqueles que resolvem os problemas alheios?

Refira-se, ainda, que quando a coisa corre mal, o advogado é o vigarista, o aldrabão incompetente causador do infortúnio.

Quando o panorama fica negro para o médico, a culpa não é mas de Deus que assim o quis. Ámen!

Este discurso apologético dos advogados não pretende minorar os actos danosos praticados por alguns desta classe.

Inserida no meio, sou a primeira insurgir-me contra a classe.

Porém, decorrido tanto tempo e de uma forma bizarra, apercebo-me de que de certa forma acabo por nos considerar uma família: não a podemos escolher, por vezes até nos causa embaraço e dificuldades, mas só nós a podemos criticar!

quinta-feira, outubro 05, 2006

Nesta última semana

Qualquer semelhança com a vida real será pura coincidência...

segunda-feira, outubro 02, 2006

The wedding season

É oficial. Chegou ao fim.

domingo, outubro 01, 2006

Y así pasan los dias... y así se pasó un año...



I carry your heart with me

I carry your heart with me( I carry it in

my heart)

I am never without it (anywhere

i go you go,my dear; and whatever is done

by only me is your doing,my darling)

I fear no fate(for you are my fate,my sweet)

I want no world (for beautiful you are my world,my true)

And it's you are whatever a moon has always meant

and whatever a sun will always sing is you

Here is the deepest secret nobody knows

(here is the root of the root and the bud of the bud

and the sky of the sky of a tree called life;which grows

higher than the soul can hope or mind can hide)

and this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart (I carry it in my heart)

E.E Cummings

terça-feira, setembro 26, 2006

VOLVER


Em Espanha, um pouco à medida do que sucede em Portugal com a generalidade dos filmes de produção nacional, os filmes de Almodóvar não são apreciados pela generalidade das pessoas.

Frequente é encontrarmos longas filas de espera nas bilheteiras dos filmes americanos, em contraponto às salas lúgubres e semi-vazias onde os filmes da El Deseo são exibidos.

Questionados acerca do que “no les gusta” nos filmes de Almodóvar, os espanhóis são peremptórios nas respostas: “Almodóvar só gosta de filmar o que de mais sujo e miserável encontramos em Espanha. Só filma o lado mau.”

Sem embargo, o ponto fulcral é, em minha opinião, não o abjecto que Almodóvar filma, mas a forma como o faz.

A pedofilia, o incesto, os abusos sexuais ou a prostituição são encarados pela lente de Almodóvar com uma naturalidade tal que, não fora a inquietude latente , quase nos levaria a entender e compactuar com as tramas sórdidas desta gente miserável que no

revela uma Espanha muito para além da fiesta.

“Volver” não escapa à linha tradicional a que Pedro A. nos vem habituando: envolvente, perturbador, enternecedor.

A luta de uma família ao lidar com os fantasmas do passado, os esquemas paralelos de ganha-pão de uma mulher de armas que não se pode dar ao luxo de vitimizações, o lado escuro de Madrid e a sombra incestuosa, são ingredientes que compõem talvez o melhor papel de Penélope Cruz até à data.

A ver, sem dúvida, sem preconceitos ou pensamentos demasiado críticos.

Mais uma vez, o inigualável Almodóvar a cativar-nos com as histórias que, habitualmente, fingimos não existirem.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Águas

Não são de Março, mas poderiam perfeitamente ser de Abril.
Purificam o ar de Lisboa, advertendo-nos que o verão partiu e que mais um ciclo se inicia.
Chegadas e partidas, despedidas e reencontros.
Nas mãos, um ano novo a ponto de se tornar naquilo que esperámos, naquilo que desejámos e não deixámos morrer na areia...

sexta-feira, setembro 22, 2006

E porque não?


"People in love they're fast and foolish
People in love get everything wrong
People in love get scared and stupid
People in love get everything wrong ..."



The Feeling, " Never be Lonely"

quarta-feira, setembro 20, 2006

Era uma casa muito engraçada


Apesar destes não serem os teus jardins, anseio pela visita ao novo "cantinho" da Invicta.
Um grande beijinho cheio de saudades para a minha amiga nortenha.

terça-feira, setembro 19, 2006

Regresso às aulas



No El Corte Inglés de Lisboa ( mais uma vez cenário de crónicas!), encarregados de educação dos futuros cérebros de Portugal enfrentam, diariamente desde o dia 1 de Setembro, a guerra mortal da corrida ao material escolar.

Qual guerra fria, o mundo escolar oscila entre dois pólos: os que compram no Continente (coitadinhos!) e os que adquirem belos espécimens de Carandache e Moleskines no El Corte.

A tabuada do Ratinho deu lugar às calculadoras gráficas; a tinta da china, borrosa e incómoda, foi substituída pelas canetas assépticas e de design elegante; os livros encomendados à D. Jesus da papelaria do bairro passaram a constar de listas de encomendas que, pese embora padronizadas e de preenchimento fácil, não revelam eficácia nas semanas de azáfama de Setembro. Se não é a editora que não envia mais remessas de livros, é um extravio da lista depositada nos primórdios de Junho ou um ligeiro atraso no fornecimento.

Procura-se o mais caro e não necessariamente o melhor.

As carteiras dos pais tornam-se fundas para prover a educação do menino que não soma 3 mais 3 e julga que os “Maias” são um jogo de computador.

Por detrás das mamãs ocupadas na escolha dos melhores guaches, esconde-se a menina que diz palavrões à empregada que procura aconselhá-las devidamente.

As professoras vingam-se com caprichos consumistas, as contas do El Corte engrossam e, na televisão, por vezes encontramos a Ministra da Educação a tentar minorar as falhas na colocação dos professores neste ano lectivo (diga-se, com um esforço épico, mas fracassado) e Marques Mendes a sugerir um plano individual de estratégia e gestão para cada escola, como forma de premiar o mérito próprio.

Os meninos não se importam, nem têm que fazê-lo.

Querem o ipod, as calças da Miss Sixty e o telemóvel com 2.5 megapixels e bluetooth .

E ao fim de uma semana de aulas, nas costas da mamã e com a conivência das professoras, deixam esquecidos os guaches e a calculadoras gráficas nos soalhos da escola, enquanto enviam mais um sms à amiga “mais kida k existe”.

sexta-feira, setembro 15, 2006

I Do!



E é já amanhã...

Um beijinho aos meus queridos!

"Amor, cuántos caminos hasta llegar a un beso,

qué soledad errante hasta tu compañía!

Siguen los trenes solos rodando con la lluvia.

En Taltal no amanece aún la primavera.

Pero tú y yo, amor mío, estamos juntos,

juntos desde la ropa a las raíces, juntos de otoño, de agua, de caderas,

hasta ser sólo tú, sólo yo juntos.

Pensar que costó tantas piedras que lleva el río,

la desembocadura del agua de Boroa,

pensar que separados por trenes y naciones

tú y yo teníamos que simplemente amarnos,

con todos confundidos,

con hombres y mujeres,

con la tierra que implanta y educa los claveles. "

Pablo Neruda

quinta-feira, setembro 14, 2006

Domingueiros

Aguardam pela chegada do "SOL", enquanto devoram os Dvd´s do Expresso...

Insensatez

A insensatez que você fez,
coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor, o seu amor,
um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim,
assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou,
não merece ser amado
Vai, meu coração, ouve a razão,
usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade

Vai, meu coração pede perdão,
perdão apaixonado
Vai porque quem não, pede perdão, não é nunca perdoado...


Antonio Carlos Jobim - Vinícius de Moraes

terça-feira, setembro 12, 2006

International Trade and Business Law


Ou a apologia da Chapa capitalista...

segunda-feira, setembro 11, 2006





Despediam-se do actual estado civil com um sorriso gigantesco estampado e com os olhos esperançosos num futuro, inacreditavelmente, próximo.
No final, todos brindaram e, de certa forma, se despediram de mais um capítulo que terminava.
Com saudade, naturalmente, mas com a tranquila satisfação de que a mudança era para melhor.

Um brinde aos noivos!

quinta-feira, setembro 07, 2006

Penso, logo existo..



Questionada acerca da festa Lux/Tvi, Cinha Jardim, resplandescente como sempre, não hesitou em classificar a referida festa como um dos melhores eventos do Verão de 2006.
Citando a musa dos tablóides portugueses :

"Como sabe, eu sempre gostei imenso de festas. Principalmente festas destas, com noites fantásticas como a de hoje. Não há dúvidas de que Deus existe e é português!"

Eis que Cinha, peremptória e confiante, põe fim à dúvida que atormenta a Humanidade desde os primórdios: ele existe, é português e chama-se Evaristo!

quarta-feira, setembro 06, 2006

O porquê da blogosfera?

Numa leve investida ao balcão de revistas do “El Corte”, folheei a revistas de todos os géneros: novelescas, cinematográficas, de viagens, de culinária, de moda... enfim, toda a panóplia do costume com a qual mergulho em tempos de ócio.
Hoje, porém, os olhos caíram-me para a revista de letra côr-de-laranja que procura dar-nos respostas para as questões existenciais do dia à dia.
Falo, pois, da revista Psicologia, famosa pelas dicas "eu-sei-a-solução-para-todos-os-teus-problemas” e pelas suas capas povoadas por jovens actores em ascensão.
O que me chamou a atenção não foi a sorridente Madalena Brandão e a sua pose descontraída ( que, diga-se, faz indiciar tudo menos uma eventual necessidade de se sentar no divã da terapia), mas sim um destaque azul escuro no canto inferior esquerdo: “O porquê da Blogosfera?”
Ávida de curiosidade e divertida com a antevisão de uma análise séria e aborrecida dos “doutores da mente”, escancarei, sem pudor, a revista na página 46.
Porém, sempre se dirá que a leitura grátis no Corte Inglés não é, propriamente, olhada com bons olhos, pelo que a minha leitura foi superficial e apressada e, consequentemente, este post de azedume corre o risco de ser injusto.

Ora bem, descobri que Portugal é o segundo país no ranking dos países com o número mais elevado de blogs per capita, que todos os dias centenas (quiçá milhares) de portugueses publicam os seus mais íntimos pensamentos em frases ora bem estruturadas, ora medíocres ora demasiado apressadas que à partida não deveriam despertar tanta curiosidade.
Tal não causa perplexidade, independemente dos juízos de valor subentendidos.

Todavia, eis que sou confrontada com um dos principais parágrafos do antigo, o qual termina com a equiparação dos blogs às portas de casa-de-banho nos tão queridos anos 90, enquanto meios de desabafo e de partilha de pensamentos íntimos, concluindo o autor da peça que estas foram por aqueles superadas no sec. XXI.
Assaltada por imagens elucidativas de verdadeiros momentos de aflição, recordei os números de telefone da “Cátia” que “loves” o “Nelson” e da Sandra que, à distância de um telefonema, “faz tudo e sem vergonha”
Enquanto bloguista orgulhosa, custa-me a aceitar a equiparação da blogosfera às mensagens hieroglíficas e de teor pornográfico às quais fomos acostumados nesses locais de charme que são os WC´s públicos (Which reminds me, de uma questão existencial que me atormentou durante a adolescência: quem é que passa tempo suficiente numa casa-de-banho pública, dispõe de um marcador e consegue inspirar-se ao ponto de escrever sequer o seu nome?).

Salvo o devido respeito, não posso concordar com tal singelo pensamento conclusivo e, de certa forma, ofensivo.
Em primeiro lugar, porque a blogosfera não eliminou, de vez, as mensagens escrevinhadas nas portas das casa-de-banho.
Elas continuam presentes e a multiplicarem-se por esse país fora. ( Ou talvez tal se deva unicamente à ignorância do poder de difusão da internet por parte dos seus autores!)
Acresce que poucos serão os bloguistas que não se ofenderão face a uma afirmação daquele teor.
Afinal, segundo a análise psicológica constante na já referida revista, os blogues não passam de meios de catarse para os seus autores e devem ser lidos, de preferência, na casa de banho, tal como se de uma mensagem marcada com uma navalha se tratasse.
Ironias à parte, o que nos distancia (ou aproxima) dos psicólogos é esta mania danada de catalogar, analisar e questionar tudo.
Escrevo porque sim, tenho um blog porque me entretém, leio os dos outros porque gosto.
Egocêntrica? Problemática? Necessitada de terapia? Talvez. Nos dias que correm, quem não reúne todos estes requisitos? Deveria ir grafittar a minha mensagem numa parede? Ou escrevinhar a minha percepção da cultura em Portugal numa porta de casa-de-banho do Colombo?
É que, no final, quem lê aquele trecho do artigo, é levado a concluir que eu, juntamente com os outros milhares de “homemade publishers”, só temos blogs porque as portas das retretes públicas não dispõem de espaço suficiente para tanta produção intelectual!

Sentaram-se no chão sujo do recinto, a aguardar que o concerto começasse.

As músicas, sabiam-no, iriam despertar recordações que nem os próprios tinham consciência de que ainda transportam.

Quando os acordes invadiram o ar, os dois, perdidos na multidão que extasiada cantava as letras da adolescência de todos, o fosso da distância surgiu, pela primeira vez, sem se fazer anunciar, sem que algum deles se tivesse preparado para tal.

Pese embora a mesma banda sonora os tenha acompanhado até àquele dia, o percurso de cada um tinha, um dia, sido tão distinto.

E eis que essa verdade, de forma nua sem pudor, se revelava aos olhos deles através da música.

Não falaram, pois as palavras, naquele momento e perante aquelas emoções, poderiam parecer supérfluas.

Voltaram para casa e nenhum ousou mencionar o silêncio daquela noite, possível algures no meio de elevados decibéis e dos gritos de milhares de pessoas.

segunda-feira, setembro 04, 2006

É bom saber...



que dentro de duas horas volto a ter 16 anos.

Depois da tempestade


Vem a bonança;
Vêm as noites bem dormidas;
O bronze;
A cerveja gelada;
Os fins-de-tarde inesqueciveís e a Costa Vicentina quase só para nós...

quinta-feira, agosto 31, 2006

JESUS!

Possuída pelo espiríto "voyeur", espreito o registo de visitantes do Statcounter e, surpreendentemente, constato que alguma alma perdida veio naufragar à praia do Mundo, "googleando" putas+trintonas.

"http://www.google.pt/search?q=Putas%20trintonas&hl=pt-PT&lr=&start=10&sa=N"

Julgo que agora, sim, é oficial: esta não está a ser, de todo, a minha melhor semana.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Verdadeiro achado







A compra, economicamente, fantástica da semana.
Miles Davis, "A Night in Tunisia", 2 CD´s
Fnac
5, 95€


Brevemente a tocar por estas bandas.

terça-feira, agosto 29, 2006

Os pequenos nadas



"E tudo isto vai parecer conversa pirosa e lamechas, mas foi mesmo no que fiquei a pensar: a vida não é justa e é revoltante dependermos da sorte, dos astros, de outros - de tudo o que não esteja nas nossas mãos.
Apetece gritar e protestar quando um pequeno golpe - de sorte? de azar? - mexe tanto com as nossas vidas, com a estabilidade dos dias, com a calma e a paz.
A revolta cresce quando vai acontecendo e acontecendo, quando "incidentes" vão atravessando os anos contra tudo o que poderíamos esperar. (...)
E depois de cada azar desenrascamo-nos e mudamos a sorte; depois de cada obstáculo descobrimos novas forças e fazemos mais uma estrada.
Sem percalços ías ficar desprotegida.
E mais dependente dos outros (de outros) do que seria de prever... "


Espero que não te importes, amiga helvética.

Pérolas a porcos

"O importante não é tê-lo, mas saber o que fazer com ele."

E pensar que um dia este foi um blog sério...

segunda-feira, agosto 28, 2006

A propósito do E.R



Diálogo entre pai e filha:

Filha: “Oh papá, já viste que o Mark Green morreu?”

Pai: “Pois foi...pois foi”

Filha: “Chorei o episódio todo.”

Pai: “De facto foi uma pena. Era tão bom médico...”



P.S John, à falta dos teus posts, os meus falam por ti. ;)

sexta-feira, agosto 25, 2006

Laços de família


“All happy families resemble one another, each unhappy family is unhappy in its own way”


"Anna Keranina", Tolstoi

quinta-feira, agosto 24, 2006

Adeus aos vinte e poucos



A caminho dos vinte e muitos...
Parabéns J. Fermín!

quarta-feira, agosto 23, 2006

A esperar...


Sentada

Até quando?

terça-feira, agosto 22, 2006

Por Amor da Índia

Descrevê-lo como um simples relato de uma lendária história de amor deixa uma sabor a insatisfação na boca.

Um romance que se revela, subtilmente, através de episódios históricos que remontam a uma Índia, inexistente nos dias de hoje, antes da cisão e consequente nascimento do Paquistão e da Índia livre.

Contrariamente à maioria dos romances históricos, no momento em que a leitura chega ao fim, a relação entre Nehru e Edwina não é a única marca que o livro deixa em nós. Ao longo de trezentas e poucas páginas respira-se também a fundação de um novo país, o sofrimento do seu povo, a violência religiosa, o exemplo pacífico e conciliador de Ghandi e a racionalidade planificada e egoísta do mundo diplomático.

Catherine Clément deixa-nos, pois, mais um livro fantástico, directamente da Índia, por amor...

segunda-feira, agosto 21, 2006

A polémica Grass

Ao mesmo tempo que a polémica acerca da revelação da participação de Günter Grass nas SS, durante o III Reich, faz correr muita tinta nos jornais do planeta e muitos uploads na blogosfera, na Alemanha a "cebola descascada" de Grass quase esgota no primeiro dia em que foi colocada a à venda, convertendo-se, automaticamente, num best seller.

Depois de tanta lágrima derramada ao descascar a cebola, a pergunta que chocou o mundo mantém-se: " Porquê Grass? Porquê uma autobiografia?".

Afinal nem aos 89...

Amigáveis



Sempre me pareceu ilógico a realização de jogos amigáveis entre grandes equipas. Sinceramente, para ver jogos que não conduzem à obtenção de um título, taça ou medalha, prefiro ver os jogos de sábado à tarde entre os meus vizinhos.

Ao fim de contas, o resultado de um jogo entre Sporting e Inter é idêntico ao dos solteiros e casados da minha rua: vê-se um mau futebol, disfarçam-se mal os passes preguiçosos e zarolhos, as equipas aplaudem, entre risos, os golos da equipa adversária e no final vai tudo beber umas cervejas e falar das façanhas que não tiveram lugar e das proezas que cada um dos jogadores seria capaz de fazer, se estivessem a jogar “num campeonato à séria”.

Caso não se celebrasse, hoje, o centenário do MEU SPORTING, provavelmente trocaria os 90 minutos de sofá em frente à televisão, por um gelado junto ao rio.
Mas enfim...arrasto-me novamente até à sala, para assistir a um falhanço, propositado, do Crespo e a uma ameaça de golo do Liedson que, com jeitinho e muito boa vontade da parceria Bruno Paixão/Figo, talvez marque o único golo da partida no minuto 89!

Segunda-feira de manhã

Há uma aura de bipolaridade no ar.

quarta-feira, agosto 16, 2006

O resumo final

Frankfurt



Heidelberg



Munique
Estádio Olímpico de Munique

Frauenkirsche


Berlim


Kreuzberg

Bundestag


Hackescher Markt