domingo, janeiro 23, 2005

Crónicas da cidade das 7 colinas maravilhosas...




Há que convir que nesta última semana, O mundo da ch@p@ assumiu uma vertente melancólica que não lhe é característica.
Como neste instante não me ocorre nada de hilariante ou especialmente inteligente para comentar, remeto-me aquele meu lado mais azedo e crítico: mais uma vez elevo a minha voz de cidadã contra o mau funcionamento do meu país.
De uma forma estúpida ou simplesmente burguesa ( como o meu pai tão simpaticamente a classificou), decidi sexta-feira à noite levar o carro até ao Bairro Alto.
Caí na ingenuidade de conseguir encontrar um lugar, como aliás é hábito.
Ainda para mais , ia mais cedo do que o costume.
A jeito de pressentimento, resolvi não dirigir-me imediatamente ao local , procurando um lugar próximo de um metro existente na área circundante à minha casa.
Ora, como sucede aos demais habitantes da zona de Campolide, estamos no meio de uma encruzilhada desprovida de um metro a que possamos apelidar como “nosso”.
Além de ser caótico estacionar em Campolide e de a zona ser especialmente íngreme, não há qualquer metro que a sirva, o que leva a que tenhamos que caminhar ou até ao Rato ou até S. Sebastião, para apanhar esse maravilhoso e prático engenho, que nos dias de hoje já chega a Odivelas , mas não atinge um grande número de zonas do coração da cidade de Lisboa.
Lá fui eu, cheia de boa vontade e alguma forretice, tentar estacionar o carro junto do metro de S. Sebastião.
Impossível...nem um único lugar...
Como essa é a minha zona de trabalho, não pude evitar a minha perplexidade por não existir um único lugar para estacionar, coisa que durante o dia não me tem acontecido.
Dei-me por vencida quando tentei visualizar mentalmente um metro, mais ou menos nas redondezas, com um maravilhoso e grátis parque de estacionamento, onde pudesse deixar o carro eventualmente recuperá-lo no final da noite.
E surpresa das surpresas...NÃO EXISTE TAL MILAGROSO PARQUE.
Porque a malta que engenha a fantástica e cada vez mais extensa linha do metropolitano de Lisboa, se esquece de um pequeno detalhe: enquanto não existirem parques grátis ao lado das estações do metropolitano, o Zé povinho continuará a levar carro para o centro da cidade.
Para abreviar a história, ao fim de uma hora e um quarto de voltas incessantes na zona do Chiado, Calçada do Combro, Largo do Carmo e Largo Camões, eis-me na direcção do Cais do Sodré, onde depositei o meu solitário carro ao pé da estação fluvial ( diga-se que era o único lugar livre!) e finalmente aí entrei no metro que me deixou finalmente no Chiado, exausta e à beira de um ataque de nervos.
Já para não falar nos sorridentes policias municipais com que me deparei à saída do metro, que alegremente se preparavam para mais uma maratona de multas e reboques.
Soluções:
1) Para ir de metro sem ser assaltada ou violada no caminho até S. Sebastião ( atravessar o campus da Nova não é pêra doce) terei que sair de casa com a luz do sol...ou seja, até ás 17.30 da tarde nesta altura do ano.
2) Pedir boleia a alguém com bolsos fundos e que não se importa de pagar parques na zona do Bairro Alto ( já agora, é sempre conveniente que esse alguém goste de sair de casa cedo, porque senão não somos capazes de encontrar lugar nesses sítios.)
3) Mudar de país e ir viver para uma cidade onde as coisas funcionam e fazem um bocadinho mais de sentido...Boy, how i miss New York...!!!
Provavelmente vocês terão outras soluções para me oferecer e argumentos suficientemente bons para deitar por terra toda esta minha teoria, mas que se lixe...fiquei mesmo chateada...ah pois fiquei...

1 comentário:

Yoann Nesme disse...

Ah pois ficou!