sexta-feira, abril 29, 2005

Assim me despeço por hoje...


Posted by Hello

"O TRABALHO FASCINA-ME...
ÀS VEZES FICO PARADO A OLHAR PARA ELE SEM FAZER NADA..."

Digerido!

Erroneamente, julgo eu, gerou-se a convicção de que o povo alemão se sente inevitavelmente melindrado ao abordar o tema da II Guerra Mundial.
Gostaria pois que me explicassem como pôde Oliver Hirschbiegel, natural de Hamburg, Alemanha, ter realizado um filme tão cruelmente real acerca das últimas três semanas da vida de Hitler?
Não será um preconceito nosso, teimar em não abordar este tema com os alemães que conhecemos?
Passei toda a minha adolescência na Escola Alemã de Lisboa e posso afirmar que o melindre não é o termo mais correcto para descrever a postura do povo alemão face a um dos episódios mais lamentáveis da história da Humanidade.
A título de exemplo, recordo que nos três últimos anos de liceu, a disciplina de História Alemã dispunha de um programa centrado única e exclusivamente na I e II Guerra Mundial ( 1914-1945).
As abordagens sempre foram directas e desmistificadas, os factos históricos relatados com frontalidade e abertura, os documentários exibidos sem censura .
Como tal, nunca considerei que os alemães tivessem algum problema em abordar estas temáticas , relativamente às quais seriam, à partida e de acordo com a convicção generalizada, mais sensíveis.
Curiosamente e só a título de exemplo, a transição à democracia em Portugal, que deveria ser um motivo de orgulho para a Nação, ocupa um lugar insignificante nos conteúdos programáticos da disciplina de História Portuguesa.
Mais curioso ainda, é constata que em muitas escolas não chega sequer a ser abordado, por escassez de tempo.
Afinal, quem se sente melindrado em relação a quê? ( Não me tomem demasiado a sério, esta é apenas uma constatação irónica, sem qualquer pretensão de estabelecer qualquer tipo de comparação entre esses acontecimentos ).
Ao sair do filme ontem, repetia mentalmente o discurso final de Traudl Junge,a sua incapacidade de fornecer qualquer tipo de explicação para o sucedido e de se desculpabilizar.
O mesmo discurso tantas vezes repetido nas aulas de história da Escola Alemã, através dos testemunhos de um professor, cujos pais eram nacionais socialistas tão piuco conseguem explicar a cegueira com que Hitler envolveu a Alemanha.
Até à data, “A Queda” foi o único filme que vi que colocou o povo alemão como uma das vítima da II Guerra Mundial.
E quando me refiro a povo alemão, refiro-me obviamente aos judeus e não judeus residentes na Alemanha naqueles período e que, de uma forma cega e irracional, depositaram o seu futuro e a vida de 50 milhões de pessoas nas mãos de um louco.
A loucura de um homem, o fanatismo dos seus seguidores, o fundamentalismo do nacional socialismo, “Deustchland überralles” e um povo abandonado à morte e à miséria pelo seu próprio
Führer.
Oliver Hirschbiegel filma a loucura, a cegueira, o desrespeito pela vida humana, o egoísmo atroz , o suicídio como acto de orgulho, a crueldade e a total ausência de arrependimento de Hitler.
Não esperem encontrar um documentário apologista ou humano acerca de Hitler.
A temática do filme não é essa e não se encontra qualquer réstia de humanidade nos actos retractados .
Aliás, humanidade é uma palavra que julgo não ser proferida ao longo das duas horas e meia que dura a sessão de cinema, pese embora seja a palavra que ressoa incessantemente à saída do cinema...
Não posso finalizar concluindo se gostei ou não. Um filme acerca da II Guerra Mundial não é susceptível de ser amado ou odiado.
O filme gera desconforto, choque, incredulidade e tristeza, pelo que aconselho a serem cuidadosos em relação ao dia que escolherem para o irem ver .
E mais não digo eu, que se já se faz tarde e não me restam mais palavras...

quinta-feira, abril 28, 2005

Der Untergang- A Queda



Espero que a noite me ajude a assentar ideias acerca deste filme impressionante, ao qual dediquei a minha noite.
Quando já tiver digerido todas as imagens e catalogado todos os sentimentos que as mesmas me provocaram, poderei finalmente escrever um comentário de jeito.
Até lá , para aqueles que ainda não esgotaram o tema do holocausto e que em qualquer conflito ou acontecimento gostam de ouvir as versões de todas as partes envolvidas , "A Queda" é , sem dúvida, um filme imperdível.

quarta-feira, abril 27, 2005

Ao alcance de um fim-de-semana...


Praia da Aberta Nova, Melides



Cabo Sardão Posted by Hello



Zambujeira do Mar



Zambujeira do Mar


Sempre vivi o 25 de Abril através dos olhares emocionados da minha família e das suas versões do acontecimento.
As imagens do Largo do Carmo e o Zeca Afonso marcaram cada mês de Abril da minha existência, mas não ao ponto de me fazer celebrar a data de forma efusiva ou realmente sentida.
Como qualquer partidário da democracia , felicito-me pela Revolução de Abril, ainda que lamente alguns dos episódios desse período de transição.
No entanto, encaro esses episódios menos "bonitos"como um custo de oportunidade inerente a qualquer escolha, a qualquer mudança.
Pese embora a Nação celebre este dia com pompa e circunstância, suscita-me alguma perplexidade constatar que um grande número de pessoas parece sentir-se desconfortável em celebrá-lo também.
Subitamente vejo-me rodeada de um grupo de pessoas, para quem o 25 de Abril é um tema incómodo, quase embaraçoso e os que comemoram parecem ser os que estão errados, os que não têm noção, os olhados com desdém e conotados de "comunas".
E eu que pensava que a democracia e a liberdade era algo que todos desejávamos, que era uma coisa boa e geral, não apenas uma coisa de comunistas ou esquerdistas.
Neste fim-de-semana dedicado à (re)descoberta do Alentejo, o ambiente foi de festa, de verdadeira celebração.
Foi então que percebi que , de facto, o meu universo tem uma dimensão muito insignificante.
Está circunscrito à realidade lisboeta dos últimos 20 anos e um grupo de pessoas sem noção de muita coisa, mas que opina sobre tudo...ainda que a medo, ainda que sem frontalidade e assumindo, como ponto de partida de qualquer discussão, uma indiferença fictícia . Posted by Hello

quinta-feira, abril 21, 2005

Erasmus (onde fica?) Por Madalena Callé Lucas

Na maior parte das universidades começam agora a fechar as pré-inscrições para o Erasmus. Mas, afinal, o que se vive neste programa internacional de câmbio de estudantes?
Diga-se, em tom adoçante de leitura, que esta viagem de um semestre ou de um ano inteiro, é bem mais do que uma experiência de estudos enriquecedora, é uma longa descoberta de nós mesmos.
Se me perguntarem o que me lembro do ano de 1999, por exemplo, tenho que pensar mais do que uns instantes, arranjar despertadores de memórias, interligar acontecimentos, e finalmente consigo agarrar uma visita, uma festa, uma tristeza, uma decisão com mudança de rumo, um êxito, uma desilusão. Marcadores e post-its na minha história.
Agora, perguntem-me sobre o ano de 2000/2001, e eu sei os contornos dos dias num ápice, a maior parte pelo menos, recordações sem película que as imortalize e me faça lembrar, ou, sequer, que me deixe habituar (por estar pregada na parede e acessível a uma observação diária). Rapidamente, em qualquer lugar, consigo deixar-me levar, outro país, outra cidade “minha”, e ao chegar lá, sinto o cheiro, oiço a voz de com quem falo. A intensidade não diminui com os anos. Vinho tinto.
Fico no limbo (onde ficamos todos quando “quase-adormecemos” conscientes).
É no avião que sinto o primeiro impacto, quando, no ar, sou transportada a uns tempos longe do que estou habituada. Os olhos inchados das despedidas (provisórias – porque volto no Natal e já o sei), caem sobre si próprios, e mergulhados no cansaço dos preparativos, reagem. Flash’s surtidos do meu recente presente, do que deixei, de quem ficou abraçado a mim. Do último verão. Dos últimos meses. Da vida inteira. Momentos retratados que sem eu saber, vos roubei, a todos! E ali, de garganta em nó, corto lentamente um cordão umbilical.
Numa “semi-nudeza” chego à cidade decidida (e no meu caso, por mim escolhida – não fosse a sua posição geográfica). Turim (Itália). Nunca lá tinha ido. Destino desconhecido (vi postais). Um ano sabia eu. Quatro noites reservadas num hotel. Nada mais.
Manhã n.º 1. Eu já vinha avisada para o embate. Choque frontal. Mas, talvez pela consciência de que o que me é mais especial estar a um telefonema de distância e a um passo do meu pensamento, levantei-me da cama como se tivesse ganho um prémio. Curiosidade. Queria encontrar... pequeno-almoço para começar, depois casa para viver, e o mais que se proporcionasse por aí fora. E, melhor que tudo, não estava a fugir de nada. Fui porque sim (e só agora tinha tido tempo para responder a esta pergunta).
A língua nova foi sendo entendida. O embalo de um concerto de Nicola Conte.
Madrugando por hábito, e por não encontrar casa, corri a cidade de lés a lés, mapa decorado, via a via. Fui recebida por um padre num convento, quando as reservas do quarto se esgotaram. Não parei aí, já me arriscava a falar italiano. Palavras tortas.
Segui pelo instinto da necessidade em exploração das imobiliárias, cafés, pizzerias, universidades, enfim, da cidade. Aprendi-lhe as curvas, e quanto mais me conseguia desenrascar mais parecia que me tinham aprisionado num filme japonês com guião russo. Delicioso!
Mas nem tudo é tão fácil como possa parecer. Neste desatino de organização, de papelada escrita espalhada por todas as carteiras que eu tinha, cruzei-me com desistentes, que de elevado calibre de sociabilidade e “desembaraçadez”, foram derrotados pelo início e pela saudade. Não me foi possível convencê-los. O espírito tem que estar aberto a esta aventura.
Viver sozinha. A meias. Mas sozinha. Com o meu horário, a minha desarrumação, os meus cozinhados. A minha loiça e a minha roupa para lavar (na loja das máquinas a moeda, a três quarteirões de distância).
Instalada que estou, e a partir daqui rumo à estabilidade na confusão. Criam-se caminhos próprios, favoritismos. Conhecem-se “As” pessoas, as diferentes origens. Trocadilhos. Somos sozinhos, que, na mesma situação, se juntam. As jantaradas revezam as casas, como um culto. Metade dos presentes não se conhece. Comunicamos todos em italiano. Não têm medo de se conhecer. Do ponto zero (porque sem referências) conquistamo-nos uns aos outros. Despistam-se os preconceitos, os tabus mais severos e escondidos nas naturais pressões da sociedade (a que pertencemos) e da família que integramos (e nos dá o seu melhor). Sou mais eu do que nunca.
O que tenho por garantido (os valores) é em várias situações varrido, varanda fora. Ora, aqui jaz a definição de relatividade. Não somos iguais. Mas aprendemos uns dos outros. Deixamos de julgar. Acabamos por aceitar com naturalidade que os nossos valores “absolutos” são distintos. Ordem sensivelmente genética. Como o é a cor dos nossos olhos, da nossa pele. Aí está o intercâmbio. Na partilha do que nos está intrínseco, embebido em genes portugueses. Da admissão!
Instintivamente seleccionamos e permitimos (com restrições) que, da junção de diferentes raízes, nasça uma “família Erasmus” (Como lhe chamava o Santiago). Entre nós os laços íntimos de uma amizade de dez anos.
Meditei sobre tudo, especialmente nos comboios. Reflecti como nunca tinha feito. Tropecei em significados novos, porque vi de longe a minha vida até aí. Tornei-me clara. Receptiva ao que me é desigual. Curso intensivo. Prova de gelo ao egoísmo. Atentados fulminantes às paisagens bonitas que eu já conhecia, que reuni num catalogo mental. Perdura.
É Fevereiro, já sou parte integrante desta forma de viver, de viajar sem bagagem, de comer enlatados, de não planear. Já conheço os cantos e os fascinantes. A língua está dominada. A contagem torna-se decrescente, a partir de agora. Acabará. Tem prazo de validade.
Nesta fase, dá-se uma importante mudança que se prolongará indefinidamente. Filtramos o que de mais essencial nos é permitido viver. Separamos o trigo do joio e cingimo-nos ao principal, como quem sabe que irá morrer (em data certa) e aproveita o tempo que lhe resta. Uma emoção forte por dia, certamente. Conversas puras.
Até que a data chega. O fim.
Vim para Portugal de carro, afastando-me lentamente de “casa”. Sem sono, nem fome. Sem perceber. Regressava. Já sabia. O concerto que marcava o último dia já tinha acabado. Os aviões tinham levantado. A mezzanine estava desmontada.
Os últimos conselhos, os últimos elogios. Os últimos olhares, especados uns nuns outros. Despedidas (a maior parte para sempre). Guardo sete peças de xadrez, das quais não abdico. Mantenho intactas as amizades que, percebi, são eternas.
Abrigo os horizontes novos e as suas ramificações espalhadas pelo mundo todo. Protejo esta nova versão.
Não vale a pena chorar porque o mais valioso trazemos sempre connosco.
Demorei uma semana até chegar a Lisboa. Parei em Barcelona e Madrid. Respirei fundo.
Passaram três meses, desde a minha chegada, e eu erguera à minha frente um muro escuro, muito alto. Inexplicavelmente, melhor preparada para manobrar a vida, com menos amarras, mais informação, mais maturidade, e sem qualquer evidência aparente, deixei de aceitar a “inércia” plantada à minha volta. Triste e insuportável tantas vezes estava bloqueada numa pequena revolta.
Até que, apurado o drama, que é de retorno, e a razão, que é falta de variedade de sensações, decidi combater os despropósitos, as variações de humor, a arrogância, e o descontentamento “idiótico”, que pelo que me apercebi atinge todos os Erasmus “recém-regressados”.
Não devia ser permitido. A conclusão Erasmus é oposta. Um ano é uma ínfima parte da vida (espero!), e aquele ano é aproveitado como sendo finito, desde o princípio (e mais a partir de Fevereiro). Dessa forma é alcançada a intensidade e a sinceridade com que o vivemos. As escolhas, das pessoas que nos acompanham, dos programas que fazemos, das cidades e aldeias que visitamos, baseiam-se, exactamente, na limitação da nossa disponibilidade. Não é ilusão.
Assim devia ser encarada a vida inteira, que tem fim, só não tem data e hora marcada.
Essa será, talvez, a grande lição.

quarta-feira, abril 20, 2005

Enquanto o mundo católico se preocupa com o futuro da Igreja Católica sob a direcção de Ratzinger...



( Lisboa. Café anónimo da Av. Guerra Junqueiro. Duas sexagenárias conversam.)

- Eu cá fiquei triste...
- Mas porquê? Não me diga que estava á espera que ganhasse o D. José Policarpo? A menina tem que meter na cabeça que nós, portugueses, não temos direito a nada.
- Oh... mas eu gostava, sei lá. Mas olhe, também já ouvi dizer que este que ganhou é uma pessoa muito inteligente. Valha-nos isso.
Inteligente o quê! Lá porque o homem agora é Papa, não quer dizer que seja inteligente. Eu não gosto dele. Olha, ainda lhe digo mais: ele fuma! Fuma quem nem um cavalo!

terça-feira, abril 19, 2005

L´auberge espagnole


Hoje deixei-me contagiar pelas vossas palavras e recordei-nos como éramos. Ás vezes custa-me voltar a ver-vos como uma autêntica família, custa-me aceitar que vivemos momentos irrepetiveís e que na altura não lhes dei o devido valor; custa-me continuar a encarar-vos como as minhas irmãs e conselheiras fora de horas, com sabor a crêpes com queijo e ervas da cozinha de Borrel.
Talvez porque o próprio facto de estar limitada ás recordações tenha um sabor amargo, recorda-me a resignação a que os meus dias têm estado condenados, provoca-me uma ansiedade desmedida e incontrolável.
Porque, ao ver as fotografias , não deixo de vos encarar como personagens do pretérito perfeito. Ou talvez seja apenas eu que não me consigo reconhecer ao vê-las e por isso encerro-vos na moldura onde ,conscientemente, me coloquei.
Ontem estivemos mais juntas que nunca, apesar de mais separadas do que alguma outra vez.
Foi uma noite catalã, de cigarros e vodkas virtuais, de conversas disparatadas e intimidades declaradas...
De manhã acordei a sonhar que a na Pompeu a Sarita estava á minha espera, com um croissant e um cortado.
A cozinha ainda estava um caos, provocado pelas frigideiras da Sinistra, mas ao invés o quarto da Distinta estava impecavelmente arrumado ( aliás, como sempre).
A Gadjet estava no laboratório da Gran Via, a revelar fotografias de Valência e a casa era só minha naquele momento.
O entresuelo primera com a eterna banda sonora do rádio da vizinha e os postais na parede a darem as boas vindas.
Passo na rua e espreito, mas vocês não estão lá.
Se calhar nunca estiveram, se calhar eu nunca estive...se calhar Barcelona foi tão perfeito, porque foi apenas um sonho.
Neste momento, é reconfortante saber que há pessoas que vivem de sonhos.
Mais reconfortante ainda, é saber que conseguem acreditar neles a vida inteira.


Posted by Hello

A um ponto do Benfica ( o post que deveria ter a data de ontem)



"Caraças pá, os gajos estão-se a aproximar..." Posted by Hello

Num xei...



Segundo a imprensa mundial , haverá "Fumo branco para o novo Papa na terça ou quarta-feira"
Hmmm... tanto mistério, tanto secretismo, o silêncio, o tabú , o fumo a sair...Não sei, isto cá para mim cheira-me a "fumício"!

Posted by Hello

Adivinen donde voy a estar del 9 hasta el 13 de Junio?




Barcelona cada vez mais perto ( e mais barata) no www.vueling.es ... ;)

domingo, abril 17, 2005

The interpreter



Enredo do costume num cenário original. Uma visão polida das Nações Unidas, entertainment q.b, uma elegante e convincente Nicole Kidman e o habitual Sean Penn, que com a sua forma peculiarmente sombria e melancólica de actuar e a sua expressão reveladora de uma vida desgastada, nunca nos deixa ficar mal.

sábado, abril 16, 2005

A sugestão do fim-de-semana...

O restaurante "Lisboa à noite" é recomendado para pessoas que gostam de um ambiente sofisticado, sem ser presunçoso; para aqueles que procuram uma ementa variada que conjuga com equilibrio e inteligência a cozinha moderna e a tradicional; para os apreciadores de bons vinhos e requintados sabores; para aqueles que buscam uma boa relação qualidade/preço e que valorizam um ambiente estéticamente estudado e cuidado, onde a comida servida é de comer e chorar por mais.
A espera pode ser longa e a reserva é imprescindível, mas com a primeira garfada, todos os minutos impacientes da espera desvanecem.
Recomenda-se, como entrada, requeijão com espinafres em massa folhada e como prato principal, o magret de pato é uma óptima opção.
Guten Appetit !

Júdice em entrevista ao Jornal de Negócios - 6 de Abril de 2005




«Estado devia ter de consultar sempre as três maiores firmas de advogados»

José Miguel Júdice diz que o Estado e as Empresas Públicas deviam ter de pelo menos consultar as três maiores sociedades em Portugal sempre que precisam de advogados.

José Miguel Júdice diz que o Estado e as Empresas Públicas deviam ter de pelo menos consultar as três maiores sociedades em Portugal sempre que precisam de advogados.
Em entrevista publicada hoje no Jornal de Negócios, advogado diz que nenhuma das três «quer privilégios», mas sempre o Estado ou Empresas Públicas têm de escolher advogados, «pelo menos que consultem estas três sociedades.»
Júdice refere-se à PLMJ, de que é sócio, à Vieira de Almeida & Associados e à Morais Leitão, Galvão Teles Soares da Silva & Associados.
«O estranho», continua, «é se em qualquer operação do Estado não nos consultarem. Diria que se não nos escolherem, é preciso que justifiquem.»
Posted by Hello

Lá diz o povo que em tempo de guerra, todo o buraco é trincheira.
Sabemos que a crise afecta a todos e que o Eleven deve ter custado uma pipa de massa, mas que o Sr. Dr. venha para a imprensa fazer este tipo de publicidade grátis, já me parece um sinal de desespero.
Talvez seja este meu mau feitio que me esteja a fazer tirar conclusões precipitadas. O senhor ex-bastonário da maravilhosa "desOrdem" dos Advogados ao proferir tais afirmações, está com certeza a manifestar a sua mas íntegra preocupação com o Estado, tentando evitar que ele recorra a outros advogados que não sejam os melhores.
É um grito de alerta, um grito de prevenção para que o Estado não caia nas mãos daqueles que não detêm a sabedoria das grandes sociedades de advogados.
Ou seja... daqueles outros coitadinhos que, mais especificamente, não carregam ao peito o emblema da V&A, MLGT e, claro, last but not the least, da sua querida e afamada PLMJ.

Este homem não busca publicidade...este homem, sim, é um cidadão consciente dos seus deveres cívicos, um exemplo perfeito de altruísmo, buscando apenas o que é melhor para Portugal e , consequentemente, para os portugueses.
Oh Lord, please dont´t let him be misunderstood
.

quinta-feira, abril 14, 2005

Há algo no estado actual deste blog que me recorda o "Alfaiate do Panamá". Olho para o "0" ao lado dos comments , assalta-me a ideia da "Oposição silenciosa"...

Estes gajos são uns brincalhões



O curioso metropolitano de Tóquio...






Como é óbvio, este adesivo destina-se a informar os utilizadores do metro que o banco está reservado para:

1) pessoas de braço partido;
2) com crianças no colo;

3) grávidas;
4) e com perna partida!




quarta-feira, abril 13, 2005

Causas de exclusão da ilicitude

A vida de estagiário, além de ingrata, tem consequências danosas a nível do intelecto , prejudicando essencialmente a parte criativa e imaginativa do cérebro.
A repetição mecânica do movimento “copy + paste” e o folhear nervoso e suado do Código de Processo Civil , atrofiam não apenas os tendões das mãos, braços e respectivos antebraços, como torna o cérebro preguiçoso e viciado.
Contribui ainda para este estado de decrepitude o ar viciado de 10 horas laborais dos so called open spaces .(Agora que escrevo apercebo-me da ironia de chamarem open spaces aquelas minúsculas jaulas estilizadas, onde um claustrofóbico sofre e um hiperactivo desespera.)
Como tal, e sempre no sentido de se manter activo, este blog reserva-se o direito de recorrer a textos alheios, guardando a sua própria criação literária para outras núpcias.
Melhores dias virão, espero... ( Algo me diz que tenho que pensar seriamente em mudar de ofício!)

Sinais do tempo

“... José Sócrates defende a sociedade do conhecimento para que os portugueses fiquem mais competitivos. (...) Dou de barato que a competitividade se tornou um deus inquestionável, a quem devemos uma ração quotidiana de sacrifícios- e que o sacrificado serei eu e a minha sanidade mental, se ousar questioná-la.
Mas ainda assim, a competitividade para quê? O próprio conceito, em si, implica louros para os primeiros e a secundarização de todos os outros. Só podemos viver melhor com a condição de outros viverem pior. E vice-versa. Num mundo que incensa os princípios da igualdade, há algures neste raciocínio uma lógica que me escapa.”

José Manuel Barata-Feyo, “ O conhecimento para quê?”, in Grande Reportagem, revista integrante do Diário de Notícias de 9 de Abril de 2005.

segunda-feira, abril 11, 2005

Resumo de um fim-de-semana

1) Não falei mal de Portugal 1.000.000 vezes ao dia, como é meu hábito fazê-lo. Afinal, poder sair de casa e vinte minutos depois estar deliciada no areal e sob o sol da Caparica é um luxo. Uma Caparica muito pouco lotada, com espaço para estacionar o carro e estender a toalha sem pisar o dedo do pé do vizinho.

2) O sono, muito sono, o corpo a dar de si, apagar antes da meia noite e acordar quase a tempo de ver os desenhos animados na televisão. Subitamente , estes dois milagrosos dias da semana parecem mais longos, ainda mais apetecíveis, verdadeiramente rentáveis;

3) O casamento de Charles e Camilla, o massacre televisivo e a inevitável pergunta “ O que é que eu tenho a ver com isto?”. Já para não mencionar a perplexidade e incredulidade face à entrevista da ilustre D. Mª da Conceição ( acabo de inventar o nome porque o verdadeiro não me ficou na memória), conhecida amplamente no seu bairro e , pelos vistos, a nível nacional por conter semelhanças físicas com a Rainha Isabel II de Inglaterra! Parece-me que isto de estar numa casa sem televisão por cabo pode-nos provocar danos irreversíveis.;

4) O Sporting, a má exibição, o cansaço da praia a vencer-me lentamente a cada passe trôpego do Paíto, o golo da honra , a ensurdecedora celebração do golo do Rio Ave e o Benfica cada vez mais perto. Afinal nem tudo está perdido...

5) Um domingo sem “crises-das-seis-da tarde”, sem dúvidas existenciais, sem aquela sensação de tempo perdido e com cores saudáveis na face. E o mais surpreendente foi não ter sido necessário sair de Lisboa nem planear o que quer que fosse.

Das duas uma, ou me contento com pouco ou afinal a vida aqui nem é assim tão má.
Além disso, falar mal de Portugal já cansa, já soa a repetição , já gera monotonia...não serve de nada.

domingo, abril 10, 2005

sábado, abril 09, 2005

“Writing is no longer an act of free will for me , it´s a matter of survival.”



Para aqueles que leram o Leviathan em tempo recorde e ainda sonham em seguir os vôos do Mr. Vertigo, cumpre-me avisar que o escritor Paul Auster vai estar em Lisboa, nos dias 29 e 30 de Abril, para promover a nova tradução de «A música do acaso».
Dia 29, o ponto de encontro será a Culturgest e no dia seguinte, somos todos convidados a dar um salto à Fnac do Chiado e a entrar no universo do escritor, onde ele nos irá falar da sua vida e da sua relação com a escrita.

Voluntários para me acompanharem na caça ao autógrafo?

quinta-feira, abril 07, 2005

Expectante...





Como no Out of Africa, quando Meryl Streep diz para Robert Redford: «Tudo o que disseres agora, eu acredito.»»


Quénia, 2005 - Fotografia gentilmente cedida pelo M. Niehues , acabo de regressar de mais uma viagem que por enquanto apenas faz parte do meu imaginário. Posted by Hello

terça-feira, abril 05, 2005


Be cool... o filme não demora mais do que 90 minutos;
Be cool... nem todos os filmes que estão em cartaz são tão maus como este;
Be cool... a Uma e o Travolta a dançar continuam a ser o máximo;
Be cool...o Danny de Vito,mais tarde ou mais cedo, vai-se reformar e deixar-se de ideias de produzir mais filmes!
Be cool... ainda existem bons filmes que justifiquem ir ao cinema;
Be cool... pelo menos não havia pipocas na sala;
Be cool...prometo tentar não voltar a cair nesta maldita tentação de criticar a 7ª Arte! Mas desta vez foi mais forte que eu...não consigo evitar, não consigo evitar, não consigo evitar...
 Posted by Hello

domingo, abril 03, 2005

Nas tardes de Domingo



... os Pink Martini repetem-se incansável e ininterruptamente na minha cabeça...

Je ne veux pas travailler

Ma chambre a la forme d'une cage
Le soleil passe son bras par la fenêtre
Les chasseurs à ma porte comme les petits soldats
Qui veulent me prendre

Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement t'oublier
Et puis je fume...
Posted by Hello

1920-2005



João Paulo II foi o único Papa que conheci.
Graças ao exemplo que deu , nunca o encarei como um ser divino ou mistificado, a ponto de se tornar inatingível e deslocado do mundo em que viveu.
Sempre o vi tão próximo, tão humano, tão real...
Nunca reivindicou ser colocado num plano mais elevado relativamente aos comuns mortais, tendo, inclusivé ,durante o seu pontificado adoptado posições que não só lhe permitiram chegar ao coração dos fiéis como aproximar pela primeira vez na História as diferentes religiões.
A sua nomeação para o cargo mais alto da Igreja Católica em 1978 começou por ser uma surpresa, dado que foi o primeiro polaco a ascender ao cargo e simultaneamente o primeiro Papa não italiano em 455 anos.
Foi o Papa mais jovem a ascender ao cargo em mais de um século e tinha um sorriso e uma forma cativante que arrastou multidões, apelando ao optimismo, ao fim da pobreza e à paz.
Karol Wojtyla tinha algo de diferente.
Muitas vezes não aceitei as suas posições mais conservadoras e muitas vezes pus em causa as doutrinas da Igreja, mas havia na sua forma carismática de falar que fazia com que os pequenos diferendos fossem postos de lado.
Ontem crentes e não crentes receberam com pesar a noticia da sua morte.
Os seus momentos finais foram acompanhados um pouco por todo o mundo, por pessoas de diversas sensibilidades e confissões religiosas, que se uniram expectantes à sua volta.
Certo é que o seu exemplo permanecerá para sempre na memória de todos, o que lhe confere uma espécie de imortalidade a que só os nobres de coração têm direito.
Desta forma simples, presto a minha despedida a uma das pessoas mais admiráveis destes últimos tempos e , sem dúvida alguma, a um dos Papas mais importantes de sempre.
Posted by Hello

Muchacha en la ventana, 1925 - Salvador Dali



O tempo passa de forma fugaz e quase imperceptível.
Apercebemo-nos que possuímos um passado quando, ao olhar para o que ficou para atrás , nos surpreendemos a pensar no que poderíamos ter feito mas não fizemos, naquilo que poderíamos ter vivido mas não vivemos, nos caminhos que nos agradavam mas que não seguimos. Posted by Hello

sexta-feira, abril 01, 2005

Art. 24º da CRP: "A vida humana é inviolável."



O termo Eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como "boa morte"ou "morte apropriada". O termo foi proposto por Francis Bacon , em 1623, em sua obra "Historia vitae et mortis", como sendo o "tratamento adequado as doenças incuráveis".

Não pretendo cair num rigor excessivo, parece-me que o que sucedeu a Terry Schiavo não se pode classificar como eutanásia.
Consistindo a eutanásia num suicídio assistido que tem como finalidade atribuir uma morte digna aqueles que se encontram condenados a um sofrimento prolongado e irreversível, como se explica que a tenham deixado morrer à fome e prolongar o seu suplício durante 12 dias?
O juiz que decidiu ordenar a remoção da sonda que alimentava Terry só pode desconhecer a verdadeira acepção da palavra eutanásia, independentemente das oscilações sofridas na sua interpretação durante todos estes anos.
Não haveria outra forma de conceder uma morte tranquila e digna a Terri?
Afinal estamos perante um caso de dignidade e altruísmo ou perante mais uma politiquice egoísta e mal intencionada?
Se a vida é afinal o bem supremo de qualquer ser humano e o bem jurídico máximo que qualquer ordenamento jurídico deve cuidar de proteger, como se explica que tenhamos assistido a este desfecho tão miserável de uma situação que, à partida, poderia ser um passo gigantesco para a verda
deira afirmação da dignidade do ser humano?
Um dia destes também gostaria que me explicassem o porquê da invocação da vida como bem supremo como fundamento base da proibição da eutanásia ou do tão debatido aborto, se depois as mesmas leis que tão “legitimamente” os proíbem, são simultaneamente aquelas que punem com maior severidade os crimes contra o património do que os que atentam contra o bem vida!
Algo me diz que andamos todos muito confusos...ou , pelo menos, um tanto ou quanto incongruentes .