segunda-feira, dezembro 27, 2004

Cielito Lindo, aqui vou eu!



Nos vemos bien pronto.
Até dia 4...




sexta-feira, dezembro 24, 2004


Já só faltam 3 dias...

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Desejos de Natal



Gostava de vos escrever mais e melhor.
Gostava de ter todos os dias aventuras fantásticas para vos descrever, sugestões originais para vos oferecer, palavras críticas e análises inteligentes acerca da realidade que nos rodeia.
Há, de facto, dias assim…de produção intelectual massiva e inspiradora.
E há outros em que tal pura e simplesmente não sucede.
Talvez o Pai Natal me deixe violentos rasgos de imaginação e inspiração no sapatinho…
Na realidade não me posso queixar.
Contrariamente ao que esperava, “O mundo da ch@p@” tem-se mantido vivo e despertado mais interesse e discussões acesas do que alguma vez supus.
Parece ter pernas para andar e eu estou determinada a não o deixar desanimar.
O que começou por ser um passatempo de época de exames, tornou-se num hábito, num gesto que, não fora a concentração que exige, tornar-se-ia mecânico, irreflectido, banal…
Mas não o posso descrever assim.
Não estaria a ser justa nem comigo, com o meu mundo, nem com vocês que o acompanham.
Comunicar não poderá ser nunca um acto banal e tampouco a escrita poderá ser um acto irreflectido.
Afinal, o propósito último deste blog é transmitir algo a outrem, presenteá-lo com uma ideia ou pensamento, com uma sugestão ou apenas com um pequeno intervalo nos dias agitados que correm, com um pedaço de mim e dos colaboradores que aqui deixam as suas marcas …
Já tivemos mais de 1000 visitantes. Acho que é um motivo de orgulho e de parabéns.
Que os meus dias e pensamentos se tornem mais iluminados e interessantes.
Que a inspiração não me falte.
Que os visitantes regressem sempre.
Que a preguiça não me faça desistir deste projecto.
Que mais pessoas participem e comentem os posts.
Que todos tenham um Feliz Natal e um fantástico ano de 2005.









terça-feira, dezembro 21, 2004

Para quê descrever o meu estado de espírito se outros o fazem tão bem? ;)

Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola.
Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho,
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço,
namoro 'amasso'
Sou eu assim sem você

To louco pra te ver chegar
To louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo Porque? Pooooooorque?

Neném sem chupeta,
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada, queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Adriana Calcanhoto " Fico assim sem você"








domingo, dezembro 19, 2004

Ópera do Malandro chega a Portugal



A "Ópera do Malandro", obra-prima de um dos maiores génios da música brasileira, Chico Buarque de Hollanda, chega a Portugal pela primeira vez, 25 anos depois da sua estreia no Rio de Janeiro, em 1977.


Os espectáculos decorrem no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, de 26 de Fevereiro a 6 Março, Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, a 10 e 11 de Março e Coliseu do Porto, de 17 a 20 do mesmo mês.

E eu já estou a contar os dias e a juntar os tostões...

Um lema de vida...



"Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão"

Vinicius de Moraes e Toquinho " Como dizia o poeta..."




Mulheres...mulheres...



Ao folhear o suplemento Vidas do Expresso deste fim-de-semana, deparei-me com uma entrevista feita às Destiny´s Child.
Estas senhoras protagonizaram a banda sonora de toda uma fase da minha vida, em que procurava afirmar-me como independente, forte e decidida. Hahaha
E que belas figuras fazia, ao tentar alcançar esse ideal, tão bem plasmado nas letras das suas canções!
Bom, mas não é acerca da importância que as Destiny´s tiveram na minha vida que eu me proponho a dissertar hoje.
O que de facto me chamou a atenção, foi o seguinte parágrafo que de seguida passo a transcrever:
" Mais do que a música , são elas. Um trio que provoca o deleite dos olhares masculinos e permite às mulheres uma inveja admissível. São bonitas, curvilíneas, muito ricas e, ainda por cima, simpáticas."
Só por si, esta afirmação não levanta quaisquer suspeitas e é perfeitamente inofensiva.
Na realidade, o motivo pelo qual a frase me captou a atenção e consequentes divagações, foi a leviandade com que se afirma que o facto de algumas mulheres serem bonitas, ricas ou simpáticas, desperte inveja e outros sentimentos do tipo, nas demais mulheres.
Afirmações como esta são proferidas a todo o instante e pertencem ao senso comum porque não passam, nada mais nada menos, do que meras constatações da realidade: as mulheres são invejosas umas das outras, cobiçam o que as demais têm e toda a gente o sabe.
Convenhamos que não é frequente ler-se ou escutar-se: "É um homem bonito e charmoso, permitindo aos homens uma inveja admissível".
E porquê? Porque os homens não são assim.
Praticam uma indiferença generalizada entre os do seu sexo, que não lhes permite:
1) Ter conversas sérias entre eles.
2) Levar a sério o pouco que falam
3) Sentir inveja dos outros, porque "isso é coisa de gaja!"
Mas as mulheres não conseguem ser assim... Gostam de pensar que o são, mas não conseguem sê-lo...
Desenganem-se os homens que acreditam que elas se vestem, maquilham ou emagrecem a pensar neles.
No final é tudo uma questão de mulheres, uma luta de gigantes entre seres do mesmo sexo que em vez de o utilizarem para se aproximarem, se encaram como inimigas,tentando vingar perante as outras.
E afinal resume-se tudo ao que as outras mulheres pensam, ao que as outras mulheres vestem, ao que as outras mulheres têm e nós não, ao que elas irão dizer e criticar.
Começo a chegar à conclusão que as mulheres, antes mesmo de serem mães, filhas, esposas ou amantes, são caçadoras.
Mais do que qualquer homem, são educadas desde a infância para a caça e para a competição.
E vocês, meus senhores, não são o adversário, mas sim a caça, a presa.
Ainda que elas não o admitam e se coloquem na cómoda posição da vítima quando o desfecho da história não é o melhor.
Estou numa idade onde a palavra “casamento” é cada vez mais utilizada na linguagem comum das minhas amigas.
O que me deixa perplexa não é o facto de planearem casar, mas sim o facto de algumas delas falarem desse passo como uma verdadeira coroação, como o golpe fatal para apanhar o homem, não vá o gajo mudar de ideias e fugir!
Pensava que isto só sucedia em novelas...
Quão enganada estava eu ao pensar que as mulheres eram, de certa forma, o sexo mais fraco, propensas a sentimentalismos e desgostos...
Que prazer me dá pensar que sou diferente e afinal de contas, ao ver uma rapariga a vestir um tamanho 32, não consigo deixar de pensar que me daria um prazer imenso vê-la gorda...

sexta-feira, dezembro 17, 2004

E neste momento agradeço ao Senhor não estar cá na passagem de ano...



Reveillon na Torre Vasco da Gama


"A Maior Cascata de Fogo de Artifício do MundoAté agora, a maior cascata deste tipo era a do Hotel Le Meridien Copacabana, no Rio de Janeiro, a qual se tornou num exlibris do Brasil.
A nossa cascata de fogo de artifício será projectada a 140 metros de altura. Trata-se de um imponente e inédito fogo de titanium que corre em forma de cascata do alto da Torre Vasco da Gama para as águas do Rio Tejo.
A cascata lisboeta, irá abrir uma impressionante sequência de 10 minutos de fogo de artifício a partir de sete plataformas flutuantes ao longo de toda a margem do Mar da Palha"

terça-feira, dezembro 14, 2004

O poeta imaginário

Que merda de vida
A do empregado
Sem tempo nem guita
Parece um drogado

Será que o patrão
Além de forreta
Terá de ser cagão
Palhaço, palerma?

Haverá solução
A tal compromisso?
Poderoso cabrão
Ou triste submisso?

Fugir às misérias
Só com umas férias
Até breve amigos
Vou comer taquitos!


"Olhó pastel de Belém!"

Sobre que tema escreverei hoje?

Longe vão os dias em que escrevia três posts por dia.
Estarei a tornar-me desinteressante? Desinteressada? Menos comunicativa? Menos paciente e dedicada?
Acho que se me pagassem para manter este blog vivo talvez a motivação fosse outra. Talvez o esforço e a dedicação fossem maiores.
Quanto à glória...creio que o melhor é aguardar pacientemente o dia em que alguém decida publicar estes fragmentos de vida. ( hahaha!)
Ou se calhar esta amálgama de divagações converter-se-ia numa profissão e lá se ia o encanto.
Deixem-me pensar...sobre que tema escreverei hoje?
O apito dourado é um tema batido, a aceitação da demissão do governo já não aquece nem arrefece ( desde que o Durão deu de frosques para Bruxelas que nos sentimos todos orgulhosamente sós), não senti o sismo, é facto público e notório o Sporting ter sido escandalosamente roubado no jogo contra o Braga...
Pois é...assim de repente não me lembro de nada minimamente interessante ou original sobre o qual escrever.

Já vos falei dos pastéis de Belém? Não???
Só mesmo uma pequena menção: 4 pastelinhos nunca são demais.
Se não acreditam, perguntem ao Trapattoni! ;)[1]



[1] Não resisti à piadinha !



segunda-feira, dezembro 13, 2004

Faça de Óbidos a sua prenda de Natal!


Quando se começa a trabalhar, o fim-de-semana ganha uma cor diferente. Quando ainda estava a estudar os fins-de-semana não eram momentos pelos quais ansiasse.
Especialmente durante os tempos de faculdade , em que muitas vezes eu fazia descansos semanais quando me dava na real gana.
Esses dois dias ao final da semana pareciam-me sempre longos, desassossegados e ruidosos, com toda a família em casa (somos 6 e um cão) e almoços demorados.
Para quem gosta de silêncio e alguma tranquilidade em casa, bons mesmo eram os dias da semana.
E eis que o meu mundo fica do avesso...
Agora que trabalho, os fins-de-semana são quimeras da minha semana. Mas ,infelizmente, para poder aproveitá-los convenientemente , é inevitável fazer escolhas: ou saio à noite e durmo até ás tantas, ou não saio mas de qualquer maneira durmo a manhã toda, ou ponho o despertador e passo terríveis sábados ou domingos sonolentos, sem ânimo ou iniciativa para fazer o que quer que seja.
Como é aborrecido chegar a uma etapa da vida em que não podemos ter tudo...em que inevitavelmente temos que optar ...
Mais aborrecido ainda é não ter ninguém que opte por nós!
Este fim-de-semana optei por não viver a noite.
A preguiça, o comodismo, o cansaço e o frio contribuíram para esta minha decisão e não me arrependo minimamente, porque graças a ela aproveitei o meu dia de sábado.
Sem correrias ou compromissos, dirigi-me a Óbidos, um lugar que só agora, depois de uns bons anos, redescobri.
Recomendo vivamente que aceitem esta minha sugestão, de preferência fora da época da célebre feira do chocolate, porque a afluência de pessoas é tão excessiva que mal se pode caminhar.
Não só redescobri um lugar simpático, ordenado e encantador, como também um espírito muito especial: o espírito do Natal.
Este ano, a Câmara Municipal de Óbidos propõe que venhamos divertir-nos em torno do lenho e fazer de Óbidos a nossa prenda de Natal.
Mais do que divertir-me a percorrer as muralhas, a espreitar as lojinhas e o mercado de Natal da Praça de Santa Maria ou a provar a tradicional ginjinha, diverti-me ao sentir-
-me a viajar no tempo, a recuar séculos e séculos atrás e fazer parte de todo aquele cenário mágico.
O cheirinho a lareira, as iluminações simples, mas encantadoras, a música de Natal em cada esquina, a convivência entre conhecidos e amigos entre waffelns e licores de Natal.
E pensar que para viver tudo isto afastei-me a apenas 80 km de Lisboa!
A grande capital , o local onde supostamente se encontra de tudo, onde se gasta rios de dinheiro em iluminações e decorações de Natal, é também o local onde infelizmente o Natal mal se sente...
Olhem, em caso de desânimo façam como eu...Vão para fora, Cá dentro!




quinta-feira, dezembro 09, 2004


A época natalícia , de um modo geral, põe-nos nostálgicos.
Peço desculpa por voltar a este tema, mas é um bocado impossível não me deixar contagiar por esta febre.
Ainda por cima com esta propagação frenética de luzes e melodias natalícias pela cidade!
Relembro inevitavelmente a minha infância , que em comum com a infância dos outros, guarda dias de Dezembro com cheirinho a castanhas assadas , compras de Natal no Chiado , concertos de Natal em Igrejas e uma ida ao circo.
Como diz uma amiga, já chegámos aquela fase que em vez de fazermos as coisas, contentamo-nos em falar do tempo em que as fazíamos!
Numa altura em que custa ao mundo sorrir e tenho uma família pequena e sem crianças, devo dizer que já foram melhores estas temporadas.
Numa tentativa de recuperar ( ou reviver) a mística de outrora, segui a programação cultural da Câmara Municipal de Lisboa e fui a uma missa cantada na Igreja de S.Nicolau ( que agora recuperada ganhou uma luminosidade que deve mesmo ser visitada).
Aproveito para louvar a CML por estes concertos de Natal.
Sabe bem viver o Natal fora dos centros comerciais e mais perto das igrejas.
Afinal, supostamente celebramos o nascimento de Jesus... ou estarei enganada?
Catolicismos à parte, não há Natal sem circo, nem circo se não fosse a época natalícia. Sempre encarei os circenses como formigas, desta feita trabalhadores no inverno para maiores descansos no verão.
A muito custo lá me convenceram a ir ao circo.
Confesso que a ideia não me agrada especialmente e que o circo desperta em mim pouca curiosidade.
Mas, determinada a reviver os natais da infância, acedi e no final de contas não me arrependi minimamente.
Aliás, atrevo-me mesmo a dizer que gostei!
Surpreendentemente os palhaços tiveram realmente graça, não havia leões, mas break dancers russos e acrobatas quenianos, araras amestradas capazes de cálculos matemáticos e um malabarista cubano, recordando Jim Carrey nos tempos da Máscara.
O cheiro a pipocas não me enjoou, a felicidade e deslumbramento das crianças presentes contagiaram-me, o cheiro característico dos animais não me repugnou e por instantes voltei a ser pequenina e esquecer que já pesam 23 anos.
Isto de crescer até parece ser engraçado...mas espero sinceramente que isso nunca aconteça comigo! ;)

segunda-feira, dezembro 06, 2004

"Quotes" do Woody Allen

My love life is terrible. The last time I was inside a woman was when I visited the Statue of Liberty.

It's not that I'm afraid to die. I just don't want to be there when it happens.(Death)


A fast word about oral contraception. I asked a girl to sleep with me and she said 'no'.(Woody Allen Volume Two)

I took a speed reading course and read War and Peace in twenty minutes. It's about Russia.(Quote and Unquote)

On bisexuality: It immediately doubles your chances for a date on Saturday night.(New York Times)

I had a terrible education. I attended a school for emotionally disturbed teachers.

Jingle Bells

Se há coisa que me irrita no Natal é facilidade com que as carteiras emagrecem e os quilos aumentam.
Sinceramente, com este frio e tantos doces, a tendência é para comer sem parar, de preferência na horizontal ou bem sentada numa poltrona, junto á lareira, com um bom filme na televisão, acompanhado de algumas preces sussurradas, que apelam ao menino Jesus para que não deixe que nada nem ninguém interrompa tão reconfortante inércia.
E os presentes, digam lá o que disserem os menos materialistas, contam sempre.
Qual de nós não lançou já um esgar de ódio ou um belo dum sorriso amarelo ao receber presentes classificáveis como ridículos. (Até hoje não percebo como é que há pessoas capazes de oferecer meias brancas de presente de Natal!)
Mas este ano parece que a coisa vai ser diferente...
Pelos vistos, este ano o Pai Natal chegou mais cedo.
Pelo menos já recebi dois presentes que julguei nunca vir a receber:
1) O Santana vai-se embora. ( Ainda que hoje à tarde se tenha apresentado com a pompa e a descontracção do costume na Igreja de S.Nicolau, distribuindo charme pelas velhotas que o aclamavam e lhe davam palavras de conforto)
2) Após anos de boatos mal dissimulados, o Pinto da Costa lá está finalmente indiciado em crimes de corrupção. Não há fumo sem fogo e talvez agora se entenda melhor os longos jejuns quer do Sporting quer do Benfica.
Depois disto, o país continua sem razões para sorrir e não creio que possamos falar de grandes alternativas governativas, mas enfim...eu já ando mais contente.
Sem um tostão no bolso, mas com um início de época natalícia como este, até as meias brancas me bastariam na noite de consoada!










sábado, dezembro 04, 2004

Confissões das Mulheres de 30



Qualquer mulher que seja verdadeiramente feminina tem um lado fútil.
Não se exaltem as meninas, porque esta minha afirmação nada tem de prejurativo.
Quando digo que todas temos um lado fútil, refiro-me ás nossas preocupações em estarmos bonitas, com um cabelo cuidado, com roupa nova, em nos apresentarmos bem, em usar perfume.
Gaja que é gaja gosta de se sentir bem e ter o ego lá em cima.
Hmmmm...mas...espera lá, não serão muitos homens também assim? Não será a futilidade/vaidade mais uma questão de personalidade do que de sexo?
Ontem à noite fui ao teatro com duas amigas ver três divertidas mulheres de 30 anos confessarem-se.
Algumas pessoas consideraram esse meu plano fútil. Mas porquê fútil? E porquê associarem sempre esta palavra a programas de mulheres???
Teve até bastante conteúdo e o efeito em mim foi saudável: saí bem disposta!
Admito que o tema da peça não seja o mais profundo do mundo, nem as ideias que comporta sejam as mais inovadoras, mas sabe bem esquecer por uns tempos o lado sério e negro da vida e interromper a cansativa actividade intelectual que a profissão exige.
Foram duas horas de gargalhadas genuínas, actrizes descontraídas e bem humoradas que criaram um ambiente familiar e íntimo com um público que , aos poucos e poucos, se ia identificando com uma ou outra situação que as mesmas relatavam.
Para mim, que ainda ando na casa dos 20 ,foi tranquilizante saber que os meus problemas não são exclusivos e que continuam aos 30.No entanto, há uma pequena nuance: aos 30 eles acentuam-se!

sexta-feira, dezembro 03, 2004

A tats fez anos!

Hoje a minha amiga Tats está de parabéns.
Ou melhor, ontem esteve de parabéns.

Afinal já é uma da manhã e o seu dia já terminou... pelo menos oficialmente.
Mas para mim ainda é tempo de celebração.
Acabo de chegar a casa e ainda sinto que há muito a ser dito.

Se calhar deveria dizê-lo todos os dias, se calhar não devia esperar por momentos específicos em que é suposto dizermos qualquer coisa simpática...se calhar devia aprender a lidar melhor com os afectos e aprender de uma vez por todas a expressá-los.
Sou daquelas pessoas com um coração gigante, onde há espaço para luz e sombras.
São nestas últimas que me sinto mais confortável, quando tenho algo a criticar ou um dedo a apontar.
É-me muito mais fácil coleccionar e divulgar pequenas mágoas, do que assumir paixões, amizades e admirações.
Estas últimas são muitas vezes transformadas por mim em renhidas disputas e ciúmes mal dissimulados.

A minha amiga Tats pertence a este grupo, ao grupo da luz.
E como eu gostava de saber dizer-lhe mais vezes o quão especial ela é e quanto a admiro.
Mas não sei dizê-lo. Não o faço...
Porque me custa trabalho, porque me causa embaraço, porque nunca cresci e esse lado soalheiro do coração, onde colecciono as amizades, tão pouco o fez.

Por isso limito-me a desejar-lhe os parabéns, dar-lhe um abraço apertado e sentir um enorme orgulho em ser sua amiga!





quarta-feira, dezembro 01, 2004

“Sobre a nudez forte da verdade-o manto diáfano da fantasia”



E passando agora a temas mais importantes...

Após um par de anos de algum comodismo mental e de falta de iniciativa, ambos unidos numa culpabilização da televisão e internet, como principais ocupações dos meus tempos livres, eis que me assumo novamente como devoradora de livros.
Grandes, pequenos, divertidos, dramáticos, de autores clássicos ou de contemporâneos, marcantes ou facilmente esquecidos...tanto faz.
Transporto sempre um livro comigo, mesmo à mão de semear para devaneios fantásticos e fugas imprevistas para universos que não são o meu.
Esta semana dediquei-me a um clássico da literatura portuguesa: a “Relíquia” do Eça de Queiroz.
Pensar que neste espaço de tempo, algures entre a estação de S. Sebastião e os Anjos, viajei de Évora para Lisboa, do Campo Santana para Alexandria e desta para Jerusalém, folheando páginas amarelecidas pelo passar dos anos na biblioteca dos meus pais.
Pleno de humor, o enredo desenrola-se em descrições infindáveis, ao jeito tão característico do Eça. (jamais esquecerei a descrição da chegada a Sintra do Sr. Carlos da Maia ao longo de 25 páginas! Ou seriam mais???)
Mas contrariamente ao que sucede nos Maias, a saga de Teodorico é-nos oferecida pelo Autor num constante tom apimentado, onde através de episódios hilariantes , o mesmo elabora uma critica mordaz e astuta à sociedade da época, conservadorismos e classes dominantes.
Não obstante a data da publicação, a actualidade do enredo permitir-lhe-ia que o mesmo fosse escrito hoje, tomando por exemplo a nossa actual sociedade , que em tanto tempo, tão pouco ou nada mudou.
A D.Patrocínio, personificando o devotismo fanático e inquestionável, os amigos de conveniência disfarçados sob a máscara da religião, o interesseiro e hipócrita Teodorico, a sociedade portuguesa facilmente manipulável através de recordações beatas falsificadas, são ingredientes que tornam este romance numa verdadeira preciosidade.
Deixando á vossa consideração determinar se o mesmo é ou não uma relíquia, digo-vos que pelo menos aos meus olhos, considero ter mais uma preciosidade neste meu pequeno património literário.
E tal como qualquer relíquia que se preze, acabei por descobri-la tarde...mas não demais!

“Porque houve um momento em que faltou esse “descarado heroísmo de afirmar”, que, batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao Céu- cria , através da univeral ilusão, ciências e religiões.”