terça-feira, janeiro 18, 2005

A insustentável sensibilidade do ser



A hipersensibilidade devia ser como o sarampo: tinhamo-la uma vez na vida e jamais a voltariamos a sentir.
Às vezes sinto-a como uma pedra no sapato, como aquele impecilho que não nos permite avançar e nos amarra com correntes fortíssimas a um presente que desprezamos e a um passado que fingimos ignorar.
Outras vezes a situação não é assim tão dramática e conseguimos encarar tal característica exactamente como ela é: um tremendo embaraço que nos faz chorar porque sim e porque não, que nos faz gritar quando temos que manter o silêncio, que nos magoa e corroí diariamente através de pequenas coisas que supostamente são insignificantes para todos , mas surpreendentemente não o são para nós.
E , como se não bastasse ,ainda há aqueles que nos exigem uma maturidade que não temos, verdade essa que , impotentes, revelamos entre choros e soluços infantis.
Há quem nos apelide de fracos ou lamechas, mas se há categorias que rejeite peremptoriamente , essas são umas delas.
Como podemos ser fracos se , diariamente, sofremos por nós, pelos outros, porque nos dirigiram uma palavra mais forte ou um comentário menos simpático e ainda assim não estamos dispostos a mudar e cada vez aguentamos mais?







1 comentário:

Filipe disse...

Andei desaparecido por uns tempos, mas é imensamente bom regressar e saber que posso continuar a ler as tuas crónicas.
Hasta luego.