sábado, dezembro 31, 2005

Lisboa - Dakar

A Av. da Índia parcialmente cortada ao trânsito.
Carros imponentes e impacientes dão-lhe vida.
Ela que é comummente esquecida; que para muitos portugueses é simplesmente um ponto de passagem.
Hoje está em festa e isso sente-se quando por lá passamos.
Gente de todas as cores e feitios espalham-se por Lisboa, enchendo restaurantes e hotéis que, uma vez mais este ano, perdem qualquer legitimidade para reclamarem da crise.
O deserto a uns dias de distância.
A velocidade como paixão.
A imprensa mundial perplexa perante a adesão dos portugueses ao evento.
Lisboa novamente na mira de milhões de cidadãos do planeta azul.
Lisboa, uma vez mais, no centro do mundo, ainda que , inevitavelmente, na cauda da Europa.
E ainda que me desiluda tantas vezes, hoje não posso deixar de me sentir orgulhosa dela... e orgulhosa de nós.
Uma vez mais mostramos a todos que somos capazes, que temos determinação, que conseguimos organizar eventos de grande escala.
Acima de tudo, por conseguirmos demonstrar a nós mesmos, o valor que tantas vezes menosprezamos, que tantas vezes descuidamos.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

A caminho da festa...



E porque é tempo de celebrar, a música vai a condizer com as lantejoulas e as sandaletes!

terça-feira, dezembro 27, 2005

Bom dia!


E porque não o "Alfie"?
Pela banda sonora...obviamente!

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Presente no sapatinho















Depois de tanta polémica, finalmente já o posso arrumar algures entre o "Harry Potter e o Príncipe Encantado" e o "Cemitério dos Barcos sem nome" do Peréz-Reverte...

domingo, dezembro 25, 2005

Santa quadra my ass

Em todos os natais de todas as famílias, há momentos singulares que se gravam na memória descritiva de cada um de nós e que são reavivados, nesta quadra , ano após ano, sem que nos tenhamos sequer que esforçar.
Momentos que poderão ser aqueles em que recebemos peúgas brancas dois tamanhos abaixo dos nosso; em que recebemos a saladeira estilo Louis XIV que supostamente fica a matar na nossa sala minimalista; em que uma tia se lembra de oferecer um cordão de outro pejado a diamantes , esquecendo-se por completo de que somos alérgicos ao ouro ou ainda, quando recebemos um individual, com a menção expressa de que é para a tua casa nova. ( Não era suposto os individuais virem aos pares? Ou está-me a condenar à solidão?)
Este ano, o meu natal ficou marcado por uma frase. Uma simples frase que alterou a perspectiva que, até ao momento, eu tinha acerca do evento.
Após me instigarem a comer que nem uma desalmada todos os doces que enfeitavam a mesa desta honrosa e terna reunião, eis que há minutos atrás, quando me preparava para abandonar o lar paterno ( com algum alívio, diga-se de passagem!), os membros da minha família, não suficientemente satisfeitos com o facto de mais uma vez a maioria dos meus presentes configurarem uma verdadeira galeria dos horrores, decidem manifestar a sua opinião acerca da minha minúscula pessoa:
“Estás bem gordinha , rapariga”.
Os sonhos reviraram-se, as filhoses amargaram, os olhos lacrimejantes procuraram um ponto neutro para se fixarem, perante manifestação tão espontânea duma opinião que não havia sido pedida.
Perante isto, que dizer das maravilhosas horas desperdiçadas em busca do presente ideal para cada uma daquelas alminhas, das horas de contenção perante as barbaridades proferidas à mesa durante toda a consoada ou dos sorrisos educadamente forçados ao receber presentes sem qualquer utilidade?

A isto chamamos um santo natal?

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Boas Festas!

A fila para a ponte já vai em Sete Rios.
Os acessos quer pela Eng. Duarte Pacheco, quer pelo Monsanto estão completamente estão completamente congestionados.
O “ El” Corte Inglés , às 11 da manhã, estava repleto de last minute buyers.
A cabeça lateja do tempo perdido nas entregas de presentes, do nervosismo clássico do dia 23 de Dezembro, das correrias infundadas, ainda que características, da época.
O Bolo Rei é demasiado pequeno e já está rijo.
O cheiro a fritos já começa a impregnar o ar.
Auspicio um bom Natal!
Pelo menos assim o desejo. Para vocês, para mim e, principalmente, para os crentes noutras religiões que não têm que passar por este sufoco.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Distrito Federal (Cidade do México)

Sorrio perante a minha ignorância; por pensar que um dia acreditei que o México correspondia ao que as lentes amareladas do "Traffic" me mostravam e não procurar conhecer mais.
Afinal há toda uma outra realidade para além dos bares de Tijuana, dos cartéis de droga, das tequillas debaixo dos coqueiros...





Lago de Chapultepec



El Zocalo ( ground "0" do D.F)


Estádio do Azteca
A Casa da Bolsa
Vista da cidade (vulcão desactivado)



Os 25 milhões...

domingo, dezembro 18, 2005

Chegou ao ponto de não conseguir explicar se eles integravam o top dos seus melhores amigos por mérito próprio, por provas dadas de uma lealdade inquestionável ou, simplesmente, por antiguidade, por acomodação.
Apercebeu-se, para sua grande surpresa, que à medida que os anos passavam, dava por si a reconhecer um verdadeiro mérito a muito poucas pessoas e que tal não a preocupava, nem a fazia sentir-se só.

“Talvez este seja o lado obscuro de amadurecer...” , pensou , descontraída, enquanto sorvia o chá e observava a paisagem.

Narcisismo




















"A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor

De vingança
Nem herança deixou
Nao levou um tostão
Porque nao tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meus pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão"

sábado, dezembro 17, 2005

Eu, pecadora,me confesso





















Há algo de deprimente nos aeroportos que nunca soube explicar, mas que sempre me incomodou.
Talvez não sejam os aeroportos em si, mas somente aquele ligeiro sentimento de culpa judaico-cristão que me atormenta cada vez que vou deixar alguém às partidas ou recolher alguém (radiante!) às chegadas.
Porque raio é que Ele tinha que incluir a “Inveja” na lista dos pecados capitais?
É-me inevitável intuir chicotes imaginários de autoflagelação por não resistir a pecar...
Principalmente quando estão 8.º C em Lisboa e a senhora ao meu lado anuncia publicamente que ainda esta noite degustará uma caipirinha no Rio de Janeiro!

Ironias

E agora que tinha todo o tempo para ela, não conseguia deixar de senti-lo como um desperdício...

sexta-feira, dezembro 16, 2005

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Dão-nos quase tudo


Pertenço àquele grupo de pessoas que não assistem a telenovelas.
Não por delas desgostar, mas apenas porque me esqueço que existem e, quando me lembro, nesta fase da vida em que há que estabelecer prioridades, prefiro ocupar o meu tempo dedicando-me a outras actividades, tais como aumentar as dioptrias em frente ao computador, chegar ofegante ao cinema, falar até ficar com os maxilares magoados ou espalhar livros e revistas pelo chão da casa.
No entanto, no zapping nocturno de ontem, apercebi-me da existência de mais uma produção novelesca da TVI, em que, de forma muito pouco original e, ouso dizer, cansativa, dois irmãos, desconhecendo os laços de sangue que os unem, resolvem enveredar por uma relação amorosa, com muito sangue, suor e lágrimas, como se espera e exige numa novela.
O J. Fermin, cuja existência foi indiscutivelmente marcada pela produção maciça de enredos novelescos ( Y Viva México!), cansado das repetições das tramas, fez-me notar que era impressionante como os autores das novelas recorrem ao plágio de forma tão vincada e despreocupada.
Atire a primeira pedra, quem de vós conhecer uma novela em que não existam dois jovens inocentes apaixonados que a meio são irmãos e mais tarde, nos últimos episódios, descobrem que afinal era tudo um equívoco; uma empregada doméstica linda de morrer ou irreverente q.b, que pela sua genuinidade e doçura de alma conquista o patrão "bonzão", outrora galã e bon vivant, vítima de uma sofisticada e sexy namorada, filha de boas e endinheiradas famílias que, não lhe tendo dado o afecto necessário, criaram um pequeno monstro que, no último episódio, sofre um acidente de automóvel, cai de um 29º andar ou muda-se de país prometendo vingança.
De referir ainda o bem sucedido e racional empresário que ao conhecer uma mulher simples e bairrista, abandona por completo a comodidade e o ambiente eclético do seu escritório para se dedicar unicamente ao amor, contrariando os bons costumes e as tradições centenárias da família.
Será que as pessoas não se cansam destes enredos? Ou será precisamente a fácil repetição e a inevitável antecipação do final que cativa os espectadores e os mantém presos em frente ao televisor, como forma de escape a qualquer esforço intelectual significativo?
No que a mim respeita, confesso gostar de marinar os miolos perante uma divertida telenovela.
Admito, porém, que seria divertido e curiosos ver uma telenovela realizada, por exemplo, pelo Quentin Tarantino.

Exemplo:

"Jovem morena esfrega o soalho com afinco quando entra a cínica loira que, fumando languidamente um cigarro, atira o fumo para a ruborizada morena, ameaçando-a de morte, caso esta não termine de uma vez por todas o romance que mantém com o "ultra cool" gangster, John D., com quem a sensual loira mantém um affair meramente carnal, desde os 18 anos, mas por quem nutre o mais forte dos amores.
Morena levanta-se do chão e do alto da sua altivez dirige-se ao teledisco onde se começa a ouvir Dusty Springfield.
Aproveitando a distracção, a loira tenta agredi-la com o cabo da vassoura esquecida no chão.
No espelho onde guarda as linhas de cocaína perfeitamente alinhadas, a morena vê o reflexo da loira furiosa e, em velozes movimentos e com reflexos transcendentais, eleva-se no ar, atingindo a sua pseudo-agressora com um pontapé rotativo, que a deixa inerte no chão da sala.
A farda de empregada dá lugar a um colante fato de lycra e a uns Gola amarelos de listas pretas.
Com um olhar alucinado, a morena sussurra ao ouvido da desmaiada morena:

"John D.? John D. o caraças. Eu vim à procura do Bill, que além de meu irmão, amante e rival, é pai do Toni, desgraçado fadista de Alfama que tem a namorada, Lisette, grávida do patrão que matou o António, pá! John´s dead baby…John´s dead."

Afasta-se. Grande plano das pernas desmesuradamente elegantes da morena que, sem olhar para trás, se dirige para a sua Harley. Fim.

Será que a NBP estaria interessada em produzir este enredo???

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Espírito Natalício


"Não achas estranho termos a casa cheia de presentes e nenhuma árvore de Natal ou presépio?"

Fechado para balanço



Hoje é um desses dias em que não vale a pena espremer os miolos para produzir quaisquer linhas.
Tenciono dedicar-me-ei ao voyeurismo; a esventrar, revirar e devorar os blogs alheios. Pode ser?

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Oliver Twist















Poderia ser mais um filme de Natal, caso não fosse realizado por Polanski.
Com o cinzento da carga dramática que lhe é característica, Polanski filma Oliver Twist sem os comic reliefs despropositados, típico dos filmes da época, que o tornariam , provavelmente, em apenas mais um filme ligeiro e infantil de Natal.
Ao invés, a história de Dickens chega-nos através de lentes realistas e responsáveis, com um talentoso elenco e uma fotografia notável.

Que atire a primeira pedra, aquele que ficar indiferente ao ternurento Oliver e à sua saga londrina!

Domingueiros









Infelizmente, esta fotografia não é minha, nem tem a data de hoje.
Mas se lhe juntássemos um sol radioso, um longo passeio na marginal e uma reconfortante conversa na esplanada à beira mar, bem que poderia ser um reflexo fiel da tarde de hoje em Carcavelos.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

O que se ouve por aqui














Oh Diva da FPCE, este som é para ti. Obrigada por me teres apresentado o Herbie! ;)

quarta-feira, dezembro 07, 2005

There´s no such thing as bad publicity

Depois do ataque mais feroz alguma vez feito contra a "lendária" Margarida Rebelo Pinto, o Esplanar volta à carga.
Como já ameaça tornar-se hábito na blogosfera portuguesa, desta feita a vítima escolhida foi Maria Filomena Mónica e o seu "Bilhete de Identidade".
O texto estaria fenomenal se não fosse tão atroz.
Senão vejamos:


"Há apenas duas razões, julgo, plausíveis para alguém escrever memórias: uma escrita fora de série, com uma linguagem viva e expressiva, com ângulos linguísticos diferentes, que produz gozo estético no leitor. A outra razão: tratar-se de alguém com uma vida pessoal extraordinária, atravessada por acontecimentos sociais e históricos decisivos, ou com uma grande produção intelectual que tenha influenciado o curso das ideias num país."
(...)
"Maria Filomena Mónica é apenas competente a escrever. Ou seja, não encontrei absolutamente nada que tornasse a sua escrita uma “prosa literária”. Pelo contrário, trata-se de uma prosa banal e inconsequente, sem ironia e sem garra. "
(...)
"Demasiei-me, talvez, em aspectos menores do livro de Maria Filomena Mónica. Porque o grande falhanço de Bilhete de Identidade é este: intelectualmente não tem qualquer interesse."


Gargalhadas à parte e, pese embora recomende um salto ao Esplanar, todos estes comentários, fruto de uma análise profunda da obra de MFM, apenas geraram em mim uma enorme vontade de ler o livro e de o poder julgar por mim própria.
Afinal confirma-se: não existe má publicidade.

Lisboa


Momentos há em que sinto a falta de sentir saudades tuas, de me sentir orgulhosa ao falar de ti, de desesperar com o momento da tão desejada chegada, de ser dominada por esse torpor inerente à distância que, momentaneamente, me faz esquecer as tuas imperfeições
e considerar-te a mais perfeita das cidades e Portugal o mais perfeito dos países.

P.S Fotografia retirada abusivamente do photoblog da minha querida Joaninha, cuja visita recomendo vivamente.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Inocências



Até muito recentemente, desconhecia que estávamos a competir.

Nos tempos que correm...

“Eh pá, estou mesmo preocupada com esta situação.”
“E é para estares, amiga. Vais ser objecto de uma intensa investigação. Tenho a certeza absoluta.”

“O quê? Achas que ela já me googlou?”

Noites de Dezembro




"O declínio do império americano"

Tardes de Dezembro


"Eternal Sunshine for a Spotless Mind"

sábado, dezembro 03, 2005

A Rosa da Rua

“Temos o direito de não comer. Não temos o direito de comer mal!”
Salvador Dali

Uma das mais recentes novidades do Bairro Alto, que não só é uma aposta ganha em termos de visual, charme e ambiente acolhedor, como também marca pontos ao apresentar uma sofisticada e variada ementa, onde os sabores e as tendências de vários pontos do globo se fundem em pratos deliciosos que deixaram a Chapa muitissímo satisfeita.

Provado, aprovado e recomendado:
1) Queijo de Borba gratinado com doce,
2) Robalinho recheado com pesto
3) Moqueca de Gambas


A Rosa da Rua
Rua da Rosa, 265, 1200-385 Lisboa
Aberto de Terça a Domingo, das 11h às 23.30Telefone: 21 343 21 95

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Talvez e ,ainda assim, não é certo...














Talvez se houvesse mais feriados como o de ontem, com chuva a potes e um frio de rachar na rua, um Tico e um Teco incapazes de produzir um único pensamento digno de nota e uma maldita força da gravidade a manter-me presa ao sofá horas a fim, talvez assim e só assim me acostumasse aos gritos histéricos da audiência e me juntasse aos milhões de fãs da Oprah.Por enquanto, ainda me custa aguentar mais do que 5 minutos a ouvir miúdas anafadinhas a queixarem-se das mães que as incitam a fazer desporto ( como se fosse o pior que lhes pudesse acontecer) e a ouvirem modelos fantásticas e perfeitas (origem de toda a depressão das queixosas!) a dizerem-lhes que são lindas e que não precisam de fazer dietas, porque têm uns maravilhosos olhos azuis e umas maçãs do rosto muito bonitas.