segunda-feira, março 27, 2006

Pois Café



Sempre afirmei que sou uma daquelas felizardas que têm acesso à cultura, sem necessidade de grande esforço.
De forma privilegiada, encontro-me , frequentemente, rodeada de pessoas actualizadas, interessantes e interessadas, que me aguçam o apetite e me levam a conhecer, de forma divertida, o que a vida melhor tem para oferecer.
Entre uma imperial e os tremoços ou mesmo antes do jogo de futebol, arranjamos tempo para recitais de poesia, instalações perturbantes e retrospectivas de artistas com os quais, na maioria das vezes, tenho pouca intimidade.
Outras vezes, essas visitas guiadas, terminam em cafés ou restaurantes escondidos algures em Lisboa, onde os míticos azulejos com a televisão no canto da sala e a clássica bifana no pão, dão lugar a poltronas confortáveis, revistas de artes espalhadas e iguarias mais sofisticadas que apelam aos sentidos da clientela que os visita, há muito ávida de um lugar para estar e não para simplesmente ir.
Há uns meses atrás falaram-me (a minha guia preferida!!!) de um café em Alfama que fica a paredes meias com a Sé.
As proprietárias vêm de longe e trouxeram finalmente a Lisboa um conceito de café onde o intuito é ficar, ler, jogar às cartas ou falar ao sabor de chás, sumos, apfelstrudel e tostas.
Quem entra, não é convidado a sair, o que por vezes complica os planos dos preguiçosos de fim-de-semana, como eu, que ficam à porta tristemente e acabam por abandonar a ideia de ali ficar porque ninguém parece fazer tenção de ceder o lugar.
A decoração traz-me à memória Barcelona e os cafés onde me perdia a escrever as memórias que jamais compilei.
Divãs, sofás, mesinhas de apoio, estantes com livros, placards com mensagens de estrangeiros que ali buscam apartamentos, guias culturais e referências a outros recantos do mundo.
A música dá o toque final a toda àquela peculiar atmosfera .
Agora que escrevo, apercebo-me que talvez não fosse boa ideia divulgar, ainda mais, este pequeno achado .
No entanto, como tudo o que é bom, pecado seria guardá-lo para mim, não é?
E se a mim me levaram pela mão, há que retribuir o favor e fazer seguir a cadeia.

POIS CAFÉ
Rua São João da Praça, 93-95(à Sé, Alfama)Lisboa
Tel.: 21.886.2497
Horário: 11.00 às 20.00

7 comentários:

Anónimo disse...

aaaaaaaaaii!!!!! :D

sara disse...

Algo me diz que vou ser quem vai estar a ocupar a tua mesa numa tarde qualquer em Lisboa...

izzolda disse...

Que descrição fabulosa! Hei-de tentar lá ir... Quem sabe até em breve ;)

Anónimo disse...

Cara Estarolinha,

Sabes que há muito não passo por aqui... A falta de tempo é uma coisa horrível! E a preguiça depois de um dia de trabalho, então nem se fala...
Bem, estive a ler os teus últimos posts e tenho duas ou três "piquenas" coisas para te dizer.
Goxto muinto de tei! Sabes que podes sempre contar comigo, mesmo nas piores horas é só dar um toque que a minha loucura está à disposição para te animar :)
Quanto ao Pois Café, já tinha ouvido falar... Ao que consta é muito simpático, principalmente ao Domingo depois do almoço... Nunca por lá passsei, mas está seguramente na minha lista de afazeres...

Mil beijocas da Estarola partidária

Rit@ disse...

:):):) Chapa´s happy!

h_paiva disse...

...feliz é sentir tudo isso como descreves, quando és um perdido em alfama vindo do porto e dás por ti à frente deste belo espaço, e não resistes a partilhar uma mesa com alguem desconhecido que nao se importa..foi mesmo um achado!

Anónimo disse...

Que pedantezinha patética. Custa-me a crer que qualquer pessoa interessante perca 2 min a conversar contigo.