terça-feira, janeiro 16, 2007

Momentos infelizes




Na linha de racíocinio de Ratzinger, bispo de Bragança-Miranda procura o seu momento de glória e compara aborto à pena de morte, usando como termo de comparação o enforcamento do ex-Presidente iraquiano Saddam Hussein.
Perante tal analogia, surgem, com uma maior clarividência, os motivos que me levam a votar sim...

8 comentários:

fonzie disse...

A analogia não é totalmente desprovida de lógica porque existe de facto um elemento em comum: o desprezo pela vida humana.

Rit@ disse...

Não é uma questão de ter ou não lógica. É, simplesmente, um exemplo infeliz que acaba por ser contraproducente...
Já agora...relembra-me aí, onde é que começa a vida? Parece que toda a gente partidária do NÃO tem muito mais certezas do que os indecisos e defensores do SIM.

fonzie disse...

Não sei dizer onde começa a vida porque a filosofia não chega a consensos e porque a ciência ainda não conseguiu determinar alguns aspectos do do feto humano (como os timings de desenvolvimento do sistema nervoso central). Mas ao olhar para ecografias a 4d de fetos de 10 semanas tenho um sentimento de crença absoluta que estamos perante um ser humano, com vida.

Sobre o teu ultimo comentário, nunca senti isso, mas a verdade é que os raciocinios lógicos são distintos. No caso do "não" tenta-se basear em factos ciêntificos para defender uma questão ética e moral (e em alguns casos religiosa), e sobrepoem-se esses valores ao da preocupação social. No caso do "sim" tenta-se minimizar a importância desses elementos, e trazer a discussão para o plano social porque há aí um problema grave.

É perfeitamente legitimo defender uma causa ou outra, depende da hierarquia individual de valores. Eu sou pelo "não" e há vários aspectos da liberalização do aborto que me perturbam... mas isso sou eu.

Rit@ disse...

Faço minhas as palavras deste senhor.
http://dn.sapo.pt/2007/01/21/opiniao/referendo_sobre_o_aborto.html


E viva a democracia que nos permite ter opiniões igualmente válidas!

fonzie disse...

É um artigo muito bom e também me identifico com a maior parte do raciocinio. Mas este parágrafo é preciso analisar com atenção:

"Antes da décima semana, não havendo ainda actividade neuronal, não é claro que o processo de constituição de um novo ser humano esteja concluído. De qualquer modo, não se pode chamar homicídio, sem mais, à interrupção da gravidez levada a cabo nesse período."

Não se pode porquê? Na dúvida parte-se do principio que não é um ser humano? Eu não consigo pensar assim, sobretudo depois de ter visto isto:

http://www.ehd.org/flash.php?mov_id=56
http://www.ehd.org/flash.php?mov_id=224
http://www.ehd.org/flash.php?mov_id=225

Rit@ disse...

Vamos prolongar isto até que à hora em que nos troques por África??? ;)

fonzie disse...

Não. ;) Ponto final na questão: O aborto é có-có.

Rit@ disse...

E chichi!