terça-feira, maio 15, 2007

Vocações

O Tribunal da Relação havia proferido acórdão no sentido de se repetir o julgamento.

As mesmas caras, a mesma sala, uma época do ano diferente.

Do colectivo inicial, nem sinal. O actual, aborrecido, mas atento; cansado dos repetidos argumentos, inconscientemente influenciados por juízos previamente formulados.

Na rua, um sol glorioso, o chilrear os pássaros, a antagónica sensação de que a vida, para além das janelas da Boa Hora, continua o seu curso normal, continua pacífica para aqueles que não se sentam na primeira fila.

No ar, o aroma das sardinhas que se anteciparam a Junho, o ambiente de arraial e a vontade de férias, pese embora não se justifiquem, são sempre bem-vindas.

Falta de vocação, senti por instantes.

Falta de chamamento, apercebi-me.

Perante ilícitos com molduras penais compreendidas entre os quatro e os doze anos, constatei, com alguma tristeza mas sem qualquer surpresa, que o meu único pensamento, naquele instante, centrava-se, unica e exclusivamente, no Santo António...




1 comentário:

sara disse...

Somos iguais!