Dia da Mulher
Sempre considerei existir algo ofensivo subjacente às celebrações do Dia da Mulher.
Sem pretender questionar o carácter comercial do dia, parece-me que, além de despropositado, de um ponto de vista estatitístico e mesmo sociológico, tal dedicatória já não se justifica.
Não somos uma maioria, já não carecemos de protecção especial ( ou, se caremos, algo de muito errado se passa na nossa condição humana) e conceder-nos um dia especial não só minoriza o nosso estatuto e acentua o caracter vitimizante que nos estigmatiza há séculos.
Situando-nos no lado ocidental do globo, o que há uns atrás ainda se justificava, hoje não pode deixar de ser encarado com um desnexo, uma semi ofensa ou, no limite, como uma maravilhosa estratégia de marketing que enaltece o espirito consumista das mulheres, adocicado com flores, chocolates e ursinhos, oferecidos, gentilmente, pelos maridos, colegas, patrões ou lojistas, mas que em termos práticos poderia enaltecer e acariciar , igualmente, o ego dos membros da equipa da testosterona.
As mulheres em que acredito e a que me refiro estudam, trabalham, competem, criam famílias e encaram os mesmos desafios que os homens. Reinvidicam, afirmam-se e equiparam-se.
Tal não justifica uma celebração; decorre da dignidade de qualquer ser humano.
No entanto, não podendo negar a subsistência de acrescidas dificuldades de percurso (quer queiramos ou não, homens e mulheres são genetica e fisiologicamente diferentes) a verdade é que aos poucos vamos ganhando mais terreno e subtil e sorrateiramente afirmamo-nos, enquanto subestimadas, ingenuamente, pelo sexo oposto.
Se nos querem dedicar um dia, façam-no.
Mas não nos dêem rosas... dêem-nos um aumento!
1 comentário:
Sim! Por amor de Deus! Dêem-lhes um aumento!
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